Capítulo 1

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Meu último fio de esperança estava se rompendo. Todas as minhas forças estavam indo junto com ele. Eu não aguentava mais.
Tudo ao meu redor parecia estar se desmoronando sem ela. E eu já não aguentava mais essa sensação. Eu precisava dela, assim como ela precisava de mim.
Ingrid e Ian se abraçavam, como se estivessem mantendo um ao outro seguro em seus braços. Querendo garantir que estavam ali. Eu os entendo, queria poder fazer o mesmo.
Meus pensamentos dessa vez não estavam na Lisa. Estavam nas pessoas ao redor dela.
Seu irmão, que tanto cuidou dela aqui nos EUA. Agora na Inglaterra, como estaria se sentindo? Ele estaria sofrendo como nós? E sua avó? Ela me disse que era apegada a sua avó. Como ela ficaria sabendo que perdeu sua neta?
De fato eu não tinha mais nenhuma esperança. Eu havia a perdido. E isso dói.
Se fosse ao contrário, saberia que ela se manteria firme em sua fé de que eu melhoraria. Mas ela sempre foi mais forte mesmo.
Ela sempre soube o que dizer para as pessoas tristes. E o que eu vou dizer? O que eu vou fazer sem ela? Provavelmente nada. Já que prometi que não iria me afundar no buraco escuro novamente. Mesmo eu sabendo que lá seria o único lugar que eu encontraria um pouco de paz.
Paz.
Parecia impossível até pensar em uma palavra como essa numa situação como essa. Estava tão longe de ter paz sem ela.
Ela ativava todos os meus botões. Menos os que traziam o pior de mim. Ela me fazia ter alegria, paixão, amor, e a bendita paz que eu tão precisava.
- Senhor Báthory. - O doutor Fitz finalmente apareceu.
Seus olhos estavam cansados. Eu entenderia se estivesse à cinco horas tentando salvar a vida de alguém.
- Eu mesmo. - Levantei rapidamente quando ouvi meu nome. Uma pequena luz de esperança se acendeu ao vê-lo. E tudo que eu mais queria, era que essa esperança permanecesse.
- Me acompanhe por favor...- Ele disse com desânimo.
Entramos em uma sala onde Lisa descansava com a máscara de oxigênio. A máquina que media a sua frequência cardíaca estava normalizada.
- Vou deixar vocês a sós. - o Doutor disse e por fim saiu.
Ela estava tão pálida. Tão longe de sua verdadeira pessoa.
Seu cabelo já não brilhava como antes, seus labios pareciam que estavam rachados e secos, seus olhos tinha círculos negros em volta. Não era minha Lisa.
Puxei uma cadeira que havia lá para perto de sua cama e fiquei a Olhando com os olhos cheios de lágrimas. Segurei sua mão e pude sentir o quão gélida ela estava.
- Oi amor, - disse já me derramando em lágrimas. - eu sei que você vai sair dessa. Eu sei que vai, você é forte, muito forte.
Não havia nenhum sinal de vida ali. Seu corpo estava ali, mas nada. Não a sentia ali.
- Eu te amo. - Disse limpando as lágrimas.
Eu precisava falar isso. Precisava que ela soubesse. De alguma forma eu sabia que ela era capaz de ouvir.
Me levantei e selei nossos lábios mais uma vez. E junto, deixei minha lágrima em seu rosto.
Voltei a me sentar, segurando sua pequena mão. E podia ser coisa da minha cabeça ou não. Mas eu senti seu dedo se mexendo. Mas certamente se eu falar com um médico, me chamaram de louco, ou que apenas quero fantasiar que minha noiva estava consciente.
Mas aí eu senti de novo, senti sua pequena mão apertando a minha, como se quisesse garantir que eu estava aqui.
Olhei para o seu rosto, mas minha visão estava embasada pela quantidade de lágrimas que se acumularam em meus olhos. Mas eu consegui ver seus pequenos olhos se mexendo, tentando enxergar o que estava em volta dela.
- Barry... - Sua voz soou rouca, fraca e baixa. Mas eu conseguia a ouvir. E só conseguia sorrir igual a um idiota por estar vendo o amor de sua vida acordar.
Me levantei rapidamente procurando o Dr. Fitz, ele estava a conversar com algumas enfermeiras e eu me aproximei dele sorrindo largamente.
- Ela acordou... - Eu disse rindo alegremente com as lágrimas a cair. - Ela acordou doutor.
Ele se de espantou ao me ouvir, mas logo foi correndo para a sala da Lisa, para poder certificar de que tudo estava bem.
Eu fui correndo para a sala de espera, e assim que passei da porta, Ian e Ingrid levantaram suas cabeças em minha direção, esperando por alguma notícia ruim eu acho, mas eu só sabia sorrir. Não havia outra coisa que eu gostaria de fazer agora além de sorrir.
- Ela acordou... Ela ta bem... - Eu ouvi três suspiros de alivio, e logo vi três sorrisos nas pessoas que ali estavam. E eu não podia pedir nada melhor.
Sebastian veio em minha direção e me abraçou aliviado. Do mesmo modo que eu estava agora. E acho que todos nós.

Uma Metade Perfeita (Final Alternativo De Uma Metade Perdida)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora