"When i first saw you"

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 "Moço, cadê a mamãe e o papai? Eles disseram que vinham com a tia Lore, mas não chegam." Perguntei ao moço que usava uma farda que meu irmãozinho disse ser da polícia, mas não entendia porque ele estava aqui.

"Hey" ele disse um pouco triste abaixando-se e ficando da minha altura. "Infelizmente... bem... eles não vão voltar, bebê."

"Eles foram viajar? Por que não levaram eu e meu irmão?"

"O carro deles sofreu acidente e... Eles... eles morreram. Sinto muito, Beatrice."

O sinal da escola me acorda, mostrando que a última aula já acabou. O que é ótimo porque hoje é o primeiro dia do meu último ano na escola e já estou farta. E o pior é perceber que meus pesadelos me alcançaram até mesmo aqui... sorte que o sinal soou antes que eu tivesse uma das minhas crises.

Deixo todos saírem da sala primeiro. Okay, Beatrice. Você consegue. Respiro fundo me preparando para lidar com um corredor cheio de alunos. Finalmente cruzo a porta, e entre meus esforços para não esbarrar em ninguém, ouço um dos idiotas do time de futebol americano gritando em direção a mim, enquanto os outros caçoavam logo atrás dele:

"Com pressa, gatinha?"

Eu até os responderia, mas não me importo com eles. Não é como se eu odiasse todo mundo, eu só prefiro evitar as pessoas, e bem... eu não confio nelas. Portanto, apenas mostrei-lhe o dedo do meio, e continuei meu caminho até o estacionamento.

Ainda não tenho idade para dirigir, mas por ser emancipada, tive autorização para tirar minha habilitação antes, apesar dela começar a valer apenas no meu aniversário de 17 anos. Algo passa pela minha mente, e pego meu celular para confirmar a data... bem, me parece que então ela começa a valer hoje... hoje é meu aniversário... que grande merda!

Parece que sobrevivi a mais um ano, o problema é que há uma enorme diferença entre viver e sobreviver... O fato é que isso nunca me impediu de dirigir meu carro, mesmo sendo ilegal; até acho que se fosse pega, uma noite na cadeia poderia ser mais divertida que grande parte da minha vida.

Chego ao estacionamento e percebo que um carro atrapalha a saída do meu. Enquanto decido se vou passar mesmo assim e arranhar o automóvel que me atrapalha, ou se serei mais legal, e esperarei um pouco para fazê-lo, escuto uma voz atrás de mim.

"O carro de trás é seu, né? Desculpe, cheguei atrasado no meu primeiro dia aqui e acabei estacionando de qualquer jeito. Vou retirar." Viro me pronta para dizer qualquer idiotice, mas os olhos do garoto a minha frente me impedem. Seu azul é a coisa mais intensa que alguma vez já vi. Ele também parece perder a fala. Deve estar se perguntando como alguém como eu consegue estudar em uma escola cheia de garotas aparentemente lindas e perfeitas. Não o culpo, também não sei.

"Tá. Só não faz de novo. Da próxima vez passo por cima." Digo procurando minhas chaves na mochila.

"Quanta simpatia." Ele diz com um sorriso irônico.

"Quanto mais rápido você tirar seu carro daí menos tempo vai precisar aguentar meu humor."

"Agora você me convenceu." Ele dirige-se a seu carro e o para na vaga ao lado recém desocupada. Viro-me para o meu, e quando estou prestes a entrar, sinto um toque em meu braço que me faz gelar.

"Niall Horan" ele diz quando o encaro me livrando de seu toque.

"Tanto faz." Dou de ombros.

"Não vai me dizer o seu nome?"

"Não é da sua conta." Entro no meu carro e sigo o mais rápido possível em direção a minha casa. Talvez tenha sido um pouco dura, afinal o garoto loiro não tinha como saber que um simples toque me deixa apavorada, mas já era e em breve eu serei invisível pra ele também, então minha educação ou a falta dela não serão mais problemas. Quanto mais cedo as pessoas souberem como sou, menos trabalho terei em afastá-las.

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Defenceless (Afefobia)Where stories live. Discover now