Anteriormente em Fritzona

15.4K 805 159
                                    

O som estava estourando em seus ouvidos. Os corpos suados esfregavam-se uns nos outros. Fritz estava sem camisa, com a garrafa de vodca na mão, no meio da pista de dança com a mulherada querendo comê-lo vivo. A vida era boa. Sim, estava de férias por um mês depois da última atribuição e antes de viajar para a Alemanha pra visitar sua família tinha tirado uns dias para se divertir.

Sempre estava na companhia de um dos seus companheiros de trabalho, tempos atrás por todos eles, mas agora, sendo o único solteiro da equipe, essa era uma fase que tinha deixado pra trás. Os homens comprometidos eram muito chatos. Bebiam uma ou duas cervejas e corriam pra casa.

Mas Fritz não era casado, não tinha nenhum tipo de compromisso e era assim que queria continuar porque vejam só todos aquelas mulheres pegando nele... que homem em sã consciência não adoraria estar no lugar dele? Uma abraçou o homem pelas costas e deslizou as mãos pelo peitoral musculoso dele, a outra o agarrou pela cintura e beijou sua boca com depravação. Estava indo tudo bem, tudo conforme ele tinha planejado para aquela noite até que seus olhos traidores fizeram uma busca pelo local e a encontrou.

Leona estreitou os olhos para o show sensual que Fritz estava fazendo na pista de dança. Maldito exibido. Há dois dias eles tinham novamente se esbarrado no pub do Will e cacete, a química entre eles era absurda, fenomenal. Ainda tinha resquícios da noite de sexo em seu corpo porque o homem parecia um vampiro e adorava marcá-la. Mas, puta que pariu, em todos os anos de vida útil e com todos os parceiros que já tinha estado, ninguém se igualava à ele na cama.

Entretanto a SKULL pensou que morreria antes de admitir que ele a deixava insana. Mais uma vez, ela tinha se levantado na surdina e ido embora antes que ele acordasse. Esse lance de beber e ir pra cama com o alemão não podia se tornar um hábito, mas se fosse honesta, admitiria ao menos pra si mesma que não estava ali à toa. Leona sabia exatamente quais os lugares que Fritz frequentava e merda, não adiantava negar, seu corpo estava sobressaindo-se à sua mente.

Quando entrou no pub e o viu emaranhado com meia dúzia de mulheres descaradas e loucas para realizar uma orgia pública, ela sentiu seu sangue ferver. Seu temperamento explosivo quase veio à tona, mas então, muito pasma com sua própria reação, ela se deu conta de que não tinha nada a ver com isso, ou melhor, com aquilo que estava acontecendo na pista de dança.

Nem mesmo Leona compreendeu porque se sentiu assim e queria acreditar que tinha sido o estresse dos últimos dias, da tarefa recém-concluída dos problemas pessoais que tinha enfrentado ao longo do ano. O rompimento com o Moicano, ir embora da Toca, voltar para a Toca e encontrar Moicano com alguém que era tratada como a bebezinha da equipe enquanto ela era "mal-vinda" por todos eles. Além disso, ainda tinha Domenico e seu filho que nunca saia da sua cabeça e do seu coração que sangrava por ser obrigada a ficar longe.

Sim, era muita coisa pra lidar e por isso tinha se sentido raivosa com a demonstração pública de sem-vergonhice de Fritz. Era melhor ir embora e Leona até deu dois passos para sair, mas então seus olhares se encontraram. E aquele maldito meio-sorriso de deboche a fez parar. O que ele estava pensando? Que ela estava ali por ele? Que estava ali porque buscava uma outra noite de sexo-maravilhoso-selvagem-ocasional-perfeito? Que se foda. Ele era bom e ok, ela até tinha cogitado a idéia de uma saideira com ele, mas jamais imploraria por estar na cama com ninguém, e ele não era exceção.

A mente de uma mulher podia ser diabólica quando ela estava com raiva e Leona estava com raiva. Assim, ela ergueu as sobrancelhas desafiadoramente e devolveu o sorriso. Caminhando com confiança até o balcão do bar, Leona deu um impulso e subiu. O barman arregalou os olhos, mas entrou na brincadeira e fez sinal para o DJ trocar o som.

Uma mulher vestida de botas pretas de salto alto, calça de couro agarrada já seria o suficiente para chamar a atenção, mas se ela ainda tivesse o corpo assassino e o rosto de uma modelo internacional, como Leona, então aquilo colocaria um pub inteiro pra baixo e foi o que aconteceu. A música eletrônica estourou nas caixas de som e em meio segundo Leona era o centro das atenções enquanto remexia seu corpo de maneira que estava enlouquecendo a população masculina do local.

Quando ela tirou a jaqueta e a blusa e ficou apenas de bustiê alguns dos caras gritaram, brindaram e quase gozaram nas calças. Um deles subiu no counter e então o show ficou completo porque a mulherada ficou frenética. A dança sensual do casal deixou excitado cada maldito ser dentro daquele estabelecimento, mas um em especial não estava apenas de pau duro, ele estava com o sangue subindo direto para seu cerebelo e estourando na sua cabeça de maneira que o poderia fazer matar um desgraçado daquele que estava babando com o corpo da sua mulher.

Ele tentou raciocinar sobre o absurdo da sua possessividade insana e que não fazia sentido, mas foi impossível naquele momento. Em dois segundos, Fritz foi de zero a oito na escala Richter quando o cara em cima do balcão agarrou a bunda de Leona com as duas mãos e a puxou para se esfregar nela descaradamente no meio daquela dança maldita que fez o pub inteiro delirar.

O que ela estava pensando ao subir no balcão do bar, se despir e deixar um desconhecido se deliciar em suas formas perfeitas sem o mínimo pudor? Aquele corpo tinha sido dele há dois dias, tinha lhe pertencido,estava com a sua marca e nenhum imbecil bêbado iria desfrutar disso.

O alemão vestiu sua camisa, sua jaqueta de couro que jaziam sobre a mesa que ele tinha ocupado assim que chegou ali. Abrindo caminho pela multidão eufórica a empurrões e cotoveladas o agente subiu no início do balcão e andou até o meio dele onde estava Leona e o desgraçado que se divertia com ela. Ele empurrou o homem que se desequilibrou e caiu em cima das pessoas que se aglomeraram ali para apreciar o show de perto. Houve um burburinho de surpresa e o rapaz agredido se levantou com raiva e por um nano de segundo pensou que iria quebrar a cara do valentão metido a besta, mas parou no instante seguinte.

A música parou. Silêncio absoluto. Olhos arregalados e ninguém respirava. Fritz estava de lado, com a mão esticada e a arma apontada para o sujeito. Leona estava atônita demais para falar, se mover ou reagir à alguma coisa. A voz do alemão saiu por entre os dentes.

-Coloque suas mãos de novo na minha mulher e eu te mando pro inferno.

Leona parou de respirar com o que ouviu e sentiu que a Terra saiu da sua órbita.




Os Agentes da BSS - Livro VI - A LEOAWhere stories live. Discover now