– Cadê ele Anne? – ele me olha com os olhos cheios de dor e lágrimas

 – Lá dentro, ele não saiu de lá ainda, melhor você ir lá – ele concorda e vai até a sala. Oh céus o que será desses meninos? Meu coração está apertado, eu só queria um abraço de Lorenzo é o que eu mais quero, pego meu celular e ligo para ele. Ando até o lado de fora, sento na praça que tem em frente ao hospital.

– Olá – digo com a voz chorosa, estou sentimental 

– Hei Anne, o que houve? Está chorando? – tento segurar o choro mais é em vão 

– Ah Lorenzo ela morreu, a mãe de Diogo morreu! – começo a soluçar 

– Onde você está? Estou indo agora seja onde for – me levanto, não devíamos nos encontrar, mas eu preciso dele

 – Estou aqui no hospital, do lado de fora. 

– Estou a caminho, não saia daí. – ele desliga antes que eu diga que é melhor não, mas no fundo eu quero muito ele aqui, preciso dele aqui! Me sento novamente e observo ao meu redor, várias pessoas andando pela praça, pessoas dentro de seus carros, alguns rindo, comendo, conversando. Enquanto acaba de morrer alguém bem ali do outro lado, mas é assim mesmo que acontece, um nasce, um morre...é tão difícil de aceitar a morte, é algo tão horrível você saber que não vai mais tocar, falar, ver aquela pessoa que era próxima de você. Lembro da minha mãe, toda noite ela costumava ir até meu quarto cheio de bonecas me contar histórias, era a melhor parte do dia para mim, quando ela sentava ali no canto da minha cama e me fazia viajar por mundos mágicos, contos, romances... eu dormia segurando sua mão, sinto falta daquele calor que emanava de suas mãos, do cheiro dela, do abraço. Fico pensando o que ela diria sobre mim e Lorenzo se estivesse viva, o que ela me aconselharia? Ai mãe porque você se foi? Sinto vontade de visitar o túmulo dela, faz muito tempo que não vou lá levar umas flores... e agora a mãe do meu melhor amigo morreu, o pior é que ele não pode contar com o pai, pelo menos não quer contar depois de tudo. Sinto mãos me abraçando, é ele!

 – Hei – me levanto 

– Hei – ele me abraça forte, aí era tudo que eu precisava agora, sinto aquele aconchego tão bom, aquela paz que só ele transmite para mim 

– Vai ficar tudo bem – ele me aperta mais forte e alisa minhas costas, não quero soltar ele nunca! 

– Não, não está e nem vai, recebi uma mensagem ontem depois que nos falamos – pego meu celular e mostro a ele 

– Essa pessoa está passando dos limites Anne, temos que fazer alguma coisa não acha? – sentamos, ele continua me abraçando 

– Pensei até em ir a polícia, isso é perseguição não dá pra continuar – ele me olha 

– Podemos ir, mas é arriscado. Só se você for e omitir a parte que estamos juntos. Não sei o que pode acontecer – ele alisa meu rosto

 – Senti saudades – ele sussurra e encosta a testa na minha

 – Eu também, precisava disso, de você, obrigada por estar aqui – ele me beija devagar e eu retribuo. Separamos nossos lábios e sorrimos, o desejo é nítido entre nós dois, mas temos que nos conter, o abraço novamente e percebo um carro preto parado a poucos metros, na calçada 

– Tem alguém nos observando Lorenzo – ele se levanta e olha para direção que aponto, andamos rápido até o carro que sai veloz

 – Droga, não dá mais, vamos dar um jeito nisso Anne, eu prometo! – segura minha mão, está sério e parece com raiva, oh céus.

 – Venha vou te levar até o hospital, depois vou voltar para faculdade e pensar no que fazer 

– Tudo bem, mas se acalma ok, não deixa essa pessoa te tirar a calma. – ele me abraça 

– Não vou deixar – beija minha testa e ficamos abraçados por mais um tempo, depois damos as mãos e vamos para o hospital do outro lado da avenida. Nos despedimos e eu entro, no caminho vejo o pai de Diogo, oh não isso não vai ser bom. Ele pegou o elevador antes de mim, droga queria estar lá para ajudar Diogo a não matar o pai, em seguida o próximo elevador chega e eu vou nesse. Quando chego vejo todos sentados conversando, ele parece abalado, mas frio. Dylan está conversando com ele, me aproximo e me sento com Mary

 – O que ele está fazendo aqui? – ela sussurra 

– Não sei, veio ver os filhos ele deve ter coração, cadê o.... – não consegui terminar a frase, a única coisa que vi foi um Diogo furioso gritando 

– O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AQUI? SAIA DAQUI – ai meu Deus, ele avança no pai, sorte que Dylan entra na frente 

– Calma cara! Ele é o nosso pai 

– Ele é um covarde meu irmão, abandonou a gente, ele fez isso com a mamãe, matou ela!!! – ele começa a chorar

 – Ele matou ela cara – Dylan o abraça e eles choram, ai eu não aguento isso e vou até o pai deles

 – Acho melhor o senhor ir embora – ele levanta 

– Não vou embora, precisamos conversar Diogo, eu quero pagar todo o enterro, o hospital, tudo – Diogo larga o irmão e avança de novo apontando o dedo na cara do pai 

– Saia daqui você acha que pode nos comprar? Agora que ela morreu você quer ajudar, mostrar compaixão? Vá a merda você e sua grana, ela está morta, porque não teve compaixão quando ela estava viva? O remorso bateu na sua porta papai? – ele cospe as palavras sem dó, sinto sua raiva emanando, oh caramba 

– Calma mano, pai eu acho melhor a gente vê isso nós dois – Dylan fala puxando ele para saírem 

– Você está do lado dele irmão? 

– Eu não estou do lado dele e sim da mamãe que merece ter uma despedida digna, se ele vai pagar não faz mais do que obrigação, esse dinheiro não será nada comparado ao que ele fez ela passar. Então se acalme o mais velho aqui é você! – Dylan grita e saí andando com o pai que está pálido. Diogo se senta e eu o abraço 

– Se acalma tá ok? Por favor, estamos aqui por você ok? – ele balança a cabeça e nos abraçamos enquanto ele chora de soluçar e eu me contenho, preciso ser forte por ele, preciso ser forte!

Psicologia Atrativa ❤Where stories live. Discover now