05- Desilusão

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(Lauren POV)

*08h15*

- Af odeio-te despertador! – Desliguei-o mal tocou.

Finalmente, sexta-feira estava a ver que nunca mais chegavas. Estávamos quase na segunda semana de aulas e eu já me sentia super cansada. Não estava habituada a esta vida tão ocupada. Dormir era o que eu mais gostava de fazer.

Com pouca vontade tomei banho e comi o pequeno-almoço, de repente o meu telemóvel vibra.

(19/06/15 – 08:50)

Alex boyfriend: Bom dia mor. Estou aqui fora, hoje sou eu que te levo á faculdade.

(19/06/15 – 08:53)

Eu: Oi Alex. Tudo bem obrigada :)

Achei um pouco estranho pois normalmente costumo ir sozinha no meu carro. Porque faria ele tanta questão de passar mais tempo comigo? Ele tem andado um pouco estranho ultimamente mas bem... Seja.

Estava prestes a abrir a porta de casa quando a minha empregada avisou para levar um casaco, para uma manhã de verão estava um pouco fria. – Obrigada Rosa. - Agradeci com um breve sorriso.

Saí de casa e logo reparei num carro escuro onde estava Alex.

- Bom dia mor.

- Bom dia Lauren. – Deu-me um beijo longo comparado com o das outras manhãs.

A faculdade não era assim tão longe de minha casa o que era ótimo porque odeio viagens de carro. Em pouco mais de 20 minutos estávamos no parque de estacionamento da escola.

- Pronto princesa chegamos.

- Obrigada Alex e quando as aulas terminarem quem me vem buscar? – Perguntei apressada por causa da hora.

- Eu venho não te preocupes. – Terminou dando-me um selinho.

Quando entrei na escola encontrei a Ally, minha melhor amiga. Ambas sabemos tudo uma da outra, temos uma longa data de amizade o que faz de nós bastante próximas. Ally é uma rapariga verdadeira, simpática e capaz de melhorar o dia de qualquer pessoa. Com os seus olhos castanhos brilhantes e o seu cabelo claro ela sempre me apoia em tudo e nunca preciso de explicar o que se passa comigo ela sempre entende muito facilmente. Mas o mais engraçado em si é o seu tamanho, nunca vi ninguém tão pequeno.

- Bom dia coisa grande. – Veio em minha direção com um grande sorriso.

- Bom dia coisa pequena. – Brinquei com ela. – Então vamos para as aulas? – Perguntei.

- Vamos sim mas eu acho que te estas a esquecer de alguma coisa. – Fez biquinho.

- C-como me posso esquecer do nosso a-abraço! – Exclamei um pouco insegura com receio que ficasse zangada comigo. Logo a envolvi nos meus grandes braços e a apertei.

- Muito melhor! Agora vamos estudar já estou com saudades. – Disse ironicamente e rimos juntas.

(Camila POV)

Lá estava eu, Dinah e mais umas meninas nada populares. Engraçado que só com uma semana de aulas já nos tínhamos juntado a um grupo.

- Não, isto não está acontecer! – Gritei para mim mesma enquanto me batia psicologicamente.

Ela e os seus lindos olhos verdes vinham mesmo na minha direção!

- O que eu faço? Continuo-o a olhar? Viro costas? Digo um ''Oi'' ?! – Estava quase a ganhar coragem para a cumprimentar quando reparei que ela e a sua amiga não vinham na minha direção. - Obvio que foram ter com o seu grupo.. Rico e popular.. Eu não passo de uma antissocial, de um ponto negro, de uma iludida que precisa de a esquecer o mais rápido possível. – Continuava a tentar mentalizar-me.

As aulas com o professor Louis Washington parecem sempre ser as mais longas, precisamente quando as aulas são de matemática.

- Meu Deus como a campainha toca alto! – Arrumei tudo para a minha pasta aliviada por ser a última aula.

- Vamos para casa Camila? – Perguntou Dinah.

Nós moramos muito perto uma da outra então vamos sempre juntas.

- Sim, estou cansada de estar aqui fechada. – Dei-lhe um beijo na bochecha.

Estava distraída com as matrículas dos carros quando reparei num rapaz com pouco mais de 27 anos beijar uma menina com as mãos apoiadas na sua cintura... Parecia mesmo a...

- Não pode ser. – Disse sem querer em voz alta.

- Não pode ser o que? – A Dinah tentava olhar na mesma direção que eu mas sem sucesso, puxei-a pela mão tentado sair daquele sítio o mais rápido possível.

- O que se passa Camila? – Continuou com as perguntas cada vez mais confusas.

- N-nada, está tu-udo bem. – Consegui segurar a vontade de chorar.

Um silêncio incomodativo instalou-se na viagem de táxi.

Entrei em minha casa felizmente vazia e bati a porta com raiva correndo até ao meu quarto. Não consegui conter nem mais um segundo o choro e acabei em lágrimas a tarde toda. Sentia-me magoada, acabada, como se alguém tivesse roubado algo que não era meu mas que ao mesmo tempo me pertencia. Por mais que me esforçasse para esquecer tudo o que ficou para trás existia alguma força do mal que fazia com que me lembrasse daquela rapariga.  


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