Emma e Felipe estão chateados

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•●EMMA●•

- Bom dia! - Senti-me ridícula por estar encabulada.

- Bom dia senhorita Emma. - Ele foi calmo e sem confiança.

Entrei no carro e ele levou-me para a faculdade, pelo caminho tentei puxar conversa.

- Então, como está? Dormiu bem? - Que perguntas mais bestas? Haf.

- Estou bem e sim dormi bem senhorita Emma. - E ficou um silêncio insuportável.

Eu tive vontade de gritar, sair do carro e continuar á pé, mas a caminhada seria longa. Chegamos a faculdade e ele me tratou como qualquer motorista trata sua patroa, sem intimidades.

Hora de saída, ele estava lá, me esperando, levou-me para casa.
Mas uma vez, estávamos naquele maldito silêncio ate chegar a casa, foi horrível? Chegamos a casa e como sempre, ele saiu do carro para abrir a porta pra mim mas eu fui mais rápida, abri e sai andando lentamente sem se quer ter fechado a porta do carro, mas fui fraca, parei no meio do caminho, virei e fiquei olhando pra ele.
Eu pensei em várias coisas que eu podia fazer naquele momento, em frente a minha casa, como por exemplo agarra-lo e beija-lo sem ter que me preocupar com o que os outros iam falar se vissem...

- Está tudo bem senhorita?

- Está sim... - Respondi sem ânimo.

- Que bom. Vou levar o carro para a garagem, se precisar dos meus serviços, como motorista, é só chamar, estarei aqui até as cinco da tarde e depois vou ver a minha nova casa.

Eu não consegui dizer nada, dei as costas e fui para casa. Lipe ía sair da minha casa e eu não queria que isso acontecesse, mas talvéz o melhor seria deixar ele em paz, afinal somos pessoas diferentes, ele é maduro e eu ainda estou a descobrir o mundo. Não posso obrigá-lo a conviver com as minhas manias "infantis" mas gostaria que ele tivesse mais paciência comigo.

Passou uma semana e eu continuei tratando-o como um simples motorista, me doía ver ele levando suas coisas, pouco aos poucos para sua nova casa mas, achei melhor assim.
Tentei não falar com ele o máximo que pude e não tive reação diferente dele. Se bem que o que eu mais queria era ele ao meu lado, me fazendo sorrir, nem que seja como antes, como meu motorista e melhor amigo.

Como eu fui burra pedindo que ele me ensina-se a tocar um homem, estraguei o melhor que eu tinha dele (sua amizade) e eu notei que ele estava mais distante de mim.

"- Alô Emma, como estás?

- Ah Suzy, estou viva nê?!

- É o Felipe? Vocês se gostam...

- Não me fale desse canalha!

- Você não nota? Vocês geram tanta energia quando estão juntos que precisam se preocupar em pagar a conta da electrecidade...

- Para! Para com isso Suzy. (risos) Como você exagera.

- E claro que...

- Sim! Sim!

- Doida! Recupera logo isso.

- Já estou fazendo os possíveis.

- Não está! Se estivesse, estaria com o Felipe.

- Tchau sua doida!

- Ok, não queres conversar, tudo bem. Fica bem. Beijos

- Beijos."

Resolvi pegar meu carro e dar umas voltas, sozinha, precisava caminhar, ir à um lugar distante de tudo, mas isso eu so poderia fazer de carro mesmo e com esses pensamentos eu continuei conduzindo na velocidade média, com os vidros fechados e o ac ligado, queria colocar algumas músicas e desviei minha atenção para o aparelho que estava com o cabo para conectar com o meu celular e eu tirei uma mão do volante para ver se conecto meu celular com o aparelho e toda minha atenção foi junto. Quando voltei a olhar a direção que o carro estava levando, eu ja estava no passeio da rua e ia bater em alguém, freio o carro mas para o meu azar, senti uma batida de leve.

De imediato desliguei o carro, puxei o travão de mão, tirei o cinto de segurança, abri a porta e saí sem me preocupar em fechar o carro, vejo alguém deitado no passeio em frente ao meu carro e eu tomei um susto ao ver quem estava todo escangalhado alí, em frente.

- Oh meu Deus, espero que ele esteja bem. Você se machou?

- Não, você me machucou. - Ele diz com um sorriso safado, levantando-se do chão.

- Me parece que estás bem. Mas se quiseres te levo o hospital, é a minha obrigação.

- Não, podes continuar seu caminho, eu estou bem. E a próxima vê se saí com o seu motorista. - Nossa, ele estava meio bravo.

- Tem razão, eu vou indo.

E quando eu ia entrar no carro, Lipe segurou meu braço e puxou-me em sua direção. Nossos corpos ficaram tão pertos um do outro que mais um minúsculo passo, iríamos pegar fogo de tanto clima. E quando eu ia fechando os olhos para receber o beijo que vinha... Fui empurrada de leve para atrás, abri os olhos completamente assustada e vi o desgraçado assumindo o lugar de motorista no meu carro. Idiota!

- Eu vou dirigindo. - E fechou a porta sem me dar tempo se quer de eu dizer uma palavra.

- Abusado! - Murmurei e entrei no lugar de passageiro sem falar nada. Eu estava ficando irritada com a forma autoritária dele, pior ainda quando o vi dando meia-volta e indo pelo caminho de casa.

- Não saía mais sem seu motorista, é para isso que ele serve.

- Eu so me distraí um pouco e você se jogou em frente do carro.

- Não tens vergonha de falar tanta besteira, menina? Você entrou no passeio e lá, até onde eu sei, é lugar de pedestres e não veículos!

- Okey, tem razão, mas isso não quer dizer que sou uma má condutora e também não te dá o direito de me surrar! - Eu ja estava consumida pela raíva e a minha paciência estava nos dois porcentos.

- Menina mimada!

- Mandão!

- Eu não sou mandão, você tem que ser responsável e saber separar as coisas.

- Achas mesmo que eu te atropelei de propósito?

- Pode ser que sim. - Ele estava sorrindo, esse babaca estava sorrindo! Eu estou explodindo de raíva e ele está sorrindo?

- Quer saber? Eu deveria ter passado por cima! Devia ter te esmagado, assim...

- Assim o quê? - E fui cortada com aquela voz que cobriu todo espaço do carro. - Ias me matar e assim acabava com toda dor que tens? É assim que achas que vais me esquecer, Emma?

Eu não disse mais nada, também eu não tinha o que falar, não sabia como reagir... Chegamos à minha casa e de imediato ele desceu do carro para abrir a porta para mim.

- Estás entregue, Srta Emma. - Ele nem se quer olhou para mim, seu olhar estava direcionado a qualquer outra coisa que estava em frente e eu olhei fixamente para ele.

- Em momento algum eu disse que queria voltar para casa. - Falei baixo e meio com medo, a cara dele estava me assustando.

- Srta Emma, saía do carro e vá para dentro da casa. - E de imediato me fuzilou com o seu olhar carregado de raíva e com um tom autoritário.

Eu não pensei duas vezes, saí do carro e parei em sua frente, não sabia o que estava procurando mas olhei fixamente em seus olhos que por acaso estavam olhando para qualquer outro lugar atrás de mim. Ele estava frio comigo, e aquilo me deixava em pedaços, eu queria beija-lo e fazer com que tudo ficasse bem entre nós mas, resolvi obedece-lo e entrar em casa.

Meu MotoristaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora