Capítulo Três

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Capítulo sem revisão! 

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James deixou seu olhar se demorar um pouco demais ao cumprimentar Alexandra, pois teve a impressão de que a conhecia de algum lugar. Não era um fato concreto e sim uma sensação, como se ao olhar para aquele belo rosto ele tivesse a confirmação de que ele lhe era familiar. Mas apenas isso, ele sabia que não a conhecia.

Ele parou diante do carro prata que havia comprado há dois anos e olhou através do vidro enquanto destrancava a porta. Fez uma careta, deveria ter limpado o carro, retirado as embalagens de comida e os papeis do trabalho que tinha jogado no banco traseiro, mas não imaginava que teria uma mulher tão linda como passageira assim tão de repente.

Alexandra era linda, um pouco baixa, mas com seios fartos e uma bela bunda. Além de ter os olhos verdes claros como se fosse uma piscina – na qual ele mergulharia sem hesitar – e longos cabelos castanho, presos num rabo de cavalo no alto da cabeça. Ela tinha um olhar determinado, mas por um momento enquanto ela ainda estava no chão, ele pôde ver perfeitamente uma fragilidade.

Com seus lábios cheios que os estavam deixando sedento de desejo de chupá-los, ela não parecia uma donzela indefesa. Parecia como alguém que já havia passado por muito na vida e se tornado ainda mais forte.

Assim como ele, que havia vencido a deficiência, assim como venceu o câncer e com o passar dos anos foi deixando de sentir pena de si mesmo, se dedicando a fortalecer seu corpo para lidar melhor com as dificuldades físicas. Apesar de não ter uma perna, ele podia fazer tudo perfeitamente... Principalmente encantar as mulheres.

Ele não se considerava um galinha, mas também não era um moço direito, que firmava um namoro sério. Não havia namorado sério desde que Amélia o deixou, passando a pular de galho em galho, com garotas aleatórias que conhecia nas noitadas de balada com os amigos, Fernando e Maurício. As mulheres pareciam gostar de seu drama – ele ocultava a parte do câncer, pra não gerar pena demais –, a história do homem que havia sofrido um acidente e dado a volta por cima, fazia sucesso.

Levá-las para a cama não era um problema. Assim como, ele pensou num momento de deslize, levar Alexandra para a cama não seria difícil também, mesmo ele tendo sentido algo estranho ao tocar sua mão, algo forte que fez seu coração descompassar por um segundo, somente pelo frágil toque e pela visão daqueles grandes olhos.

James deu a volta no carro e abriu a porta para que Alexandra entrasse, sendo o perfeito cavalheiro. Ela lhe sorriu em agradecimento. Pareceu doce, mas forte, como se agradecesse o gesto, mas se segurasse para não lhe responder que podia muito bem fazer aquilo sozinha. Eu só vou leva-la para o hospital, pensou com um suspiro discreto, dispensando a ideia de transar com ela. Tinha outras coisas para fazer naquele dia e sinceramente pensava que ela não fazia o perfil de garota volúvel ou interessada apenas numa rapidinha.

Oh, não! Com ela deve ser devagar, gostoso e quente... Muito quente.

Ele sentou-se no banco do motorista e deu partida no carro. O ronco do motor soou e ele viu de canto de olho Alexandra estremecer. Achou estranho, mas não comentou nada.

Ela agarrava-se à tira transversal do cinto de segurança como se ela fosse à única coisa a mantê-la no carro, entretanto seu rosto permanecia impassível de sentimento.

– Está nervosa? –comentou enquanto se dirigia às ruas. –Eu não corro, pode ficar tranquila.

– Não é isso... –agora a cor parecia sumir de seu rosto de modo gradativo, ela passou a mão no cabelo, num gesto nervoso, enquanto a outra permanecia em seu aperto firme. –É só que... Eu não fico a vontade em carros.

Intenso [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora