Um relato - Parte 1

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Uma pena, na verdade, porque ele perdera quando Snape, raivosamente,descontara 2 pontos de Potter por ele fazer uma medição errada de sal. Era uma pitada leve, não uma pitada média, ele lembrara aos gritos, enquanto batia a colher de pau sobre a classe do Garoto de ouro. Mas, o que de pior ele perdera, fora o fatídico sorteio das duplas para a Feira de Culinária. O sorteio em que ele e Potter teriam de se aturar.

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"Não comente, okay?"

Pansy disfarçou o riso, voltando a dobrar uma folha em branco numa tentativa falha de fazer um origami. Pobre Pansy Parkinson e sua falta de talento, pensou Draco. Ou pensaria, se não estivesse tão furioso.

Como era dura a vida na Escola Secundária Hogwarts para o nosso protagonista. Ainda madrugada, o pobre menino era acordado pela empregada. Resmungava um pouco, brigava com alguns lençóis, algumas vezes se enrolava neles e tropeçava ao levantar para, só então, se arrumar para a batalha seguinte. Era ainda muito cedo quando chegava- atrasado - à escola, tendo de assistir as primeiras aulas das últimas classes da sala. O que significava, obrigatoriamente,conviver com Pansy Parkinson. Só se livrava da garota no meio da tarde, quando, finalmente, sua tortura diária chegava ao fim.

"Vamos lá, Draquinho, não é tão ruim assim, é? É só... O Potter. Se ele torrar muito seu saco, vocês se agarram e fica tudo bem". E Pansy não conseguia nem disfarçar sua expressão de desprezo ao misturar Draquinho, agarrar e Potter, na mesma frase.

"Você é repugnante, Parkinson".

Tão lindo, tão loiro e tão teimoso. Draco jamais daria o braço a torcer, mas se vasculhássemos profundamente suas ideias,encontraríamos imagens mentais muito interessantes envolvendo aventais, pias e - por que não? - algumas panelas...

O fato é que ele acabara de receber a notícia na voz do próprio Potter. 'Fomos sorteados como dupla para a Feira, Malfoy',dissera o cretino sem nem mesmo disfarçar seu descontentamento. E embora quase todas as duplas estivessem reunidas discutindo - de um modo civilizado que ele e Potter não conheciam - o que deveriam cozinhar, Draco não tinha a mínima vontade de deixar a desagradável companhia de Pansy Parkinson e reunir-se com seu... par. O menino respirou fundo.

"Ao menos eu não peguei a Granger", ponderou Draco.

Grunf. Oh oh oh, parece que tínhamos uma Pansy Parkinson meio irritada com sua dupla também. Talvez agora Draquinho estivesse inspirado o suficiente para conversar com Potter, do outro lado da sala.

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Dialogar com Potter não fora difícil para Draco. Não quando ele falava e o outro apenas concordava. O poder de estar certo fazia do loiro uma pessoa muito feliz.

Por isso, naquele momento, Draco mexia no celular enquanto Potter fazia alguma coisa pela dupla.

"Temos um problema aqui", murmurou Potter, enquanto folheava distraidamente uma das muitas revistas com receitas saborosas que existia naquela sala.

"Além do fato de termos que cozinhar juntos?". Draco Malfoy tinha o humor mais acidamente mal-humorado a que Potter tinha sido apresentado.

"Além desse fato...". O loiro pareceu pensar no caso.

"Se você está falando sobre o que vamos cozinhar, devo dizer que me nego a preparar algo que você esteja acostumado a comer". Nada de pizzas, salgadinhos fritos ou bolos de chocolate lambuzados com cobertura doce, quis dizer, mas achou que isso ficaria bastante subentendido.

O moreno apenas deu de ombros, e Draco não pôde deixar de pensar que talvez não estivesse mais o irritando como antigamente. O que significava que tinha deixado de causar reações em Harry Potter. Oque significava, por consequência, que o trabalho em dupla só seria mais chato ainda.

A Crônica da Geléia de Amora [Drarry] (Concluída)Where stories live. Discover now