I. Capuccino

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[Harry POV]

Sábado de manhã.

Acordei antes do horário e olhei para o relógio que se encontrava em cima da mesa de cabeceira. Era oito e quarenta, aproximadamente. Levantei da cama cansado e sonolento e caminhei diretamente até o banheiro.

Lavei o rosto e o enxuguei com a pequena toalha branca pendurada. O inchaço de meus olhos diminuiu um pouco. Resolvi tomar um banho para finalmente despertar por completo. Com isso, entrei debaixo do chuveiro, sentindo a água quente percorrer minha pele nua. Assim que terminei, enrolei uma toalha em minha cintura e sequei os cabelos com outro pedaço de tecido felpudo.

Aquele era um dia em que eu não precisaria ir para a empresa trabalhar. Resolvi seguir a ideia de meu pai e dar folga nos fins de semana a todos os funcionários. Se nem mesmo eu desejava me dirigir a Preyon no sábado e domingo, por que obrigaria os outros a fazê-lo? Além disso, nós não lucraríamos quase nada durante esses dias da semana.

Depois que terminei de vestir uma roupa casual, senti certa vontade de tomar um capuccino da cafeteria que ficava a algumas quadras dali. Como garoava, resolvi levar meu guarda-chuva caso a chuva se intensificasse. Assim que saí de meu apartamento, desci o elevador enquanto pensava sobre assuntos quaisquer e assim que passei pela porta do edifício cumprimentei o porteiro com um leve aceno de cabeça.

A garoa já diminuía e não havia necessidade de usar o guarda-chuva como proteção aos respingos, mas mesmo assim fiquei aliviado em trazê-lo, pois quando observei o céu, notei que estava prestes a chover forte novamente. Analisei o quão apática se encontrava a cidade de Londres depois de desviar minha atenção das nuvens escuras que cobriam o céu. Estava fria, calada e vazia.

Assim que cheguei ao meu destino, senti o cheiro de café penetrar em meu nariz. Logo em seguida, andei até o caixa e analisei o cardápio para ver se algo mais me abriria o apetite.

─ Um capuccino, por favor ─ pedi.

─ Mais alguma coisa? ─ a atendente perguntou com um sorriso preenchendo o rosto.

─ Não, só isso ─ afirmei educadamente.

Ela fez um gesto vagaroso com a cabeça como se estivesse concordando com minha declaração e me passou o valor do pedido que paguei rapidamente. Depois disso, peguei a nota fiscal e me dirigi até o local onde eu poderia retirar meu capuccino.

─Mas o que ele disse exatamente?

A voz que havia dito aquilo e que vinha da minha direita parecia familiar demais aos meus ouvidos e virei para ver quem era. Assim que encontrei a dona da voz, logo notei que era Félicité.

─ Disse que precisa de um tempo para pensar, que nós estamos indo rápido demais e que ele deseja outras coisas agora ─ Louis estava de frente para a noiva de meu irmão. Ele tomava um café preto e comia um pedaço de torta de morango. Parecia de certo modo irritado com o assunto em questão. ─ Sabe... Aquela mesma ladainha de sempre. O problema não é você, sou eu.

─ Talvez ele só esteja confuso, Louis ─ Félicité ponderou sobre o assunto e Louis, no mesmo instante, a encarou meio contrariado.

─ Não é de hoje que Bernard parecia cansado de nosso relacionamento.

Félicité mudou de modo rápido sua expressão para uma de compreensão e concordou com a cabeça suavemente.

─ E vocês terminaram, não é?! ─ Louis concordou com a cabeça meio sem vontade e levou mais um pedaço de torta de morango à boca.

─ Senhor? ─ uma das atendentes me tirou de meus pensamentos e estendeu o café até meu alcance.

Agradeci com um movimento de cabeça e tomei um gole do capuccino. Visei uma mesa no canto oposto ao que Félicité e Louis estavam e comecei a andar em direção ao assento estofado marrom. Por mais que eu os conhecesse brevemente, preferia ficar em meu próprio canto e saboreando minha bebida.

Your Eyes Only (Larry Stylinson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora