- Não é da sua conta.

- Pode me responder apenas mais uma pergunta? - ele não fala nada a respeito e eu pergunto do mesmo jeito. - Que dia é hoje?

- Um dia depois que você foi trazido até aqui. - Então faz tanto tempo assim? Os outros devem estar preocupados comigo. Com certeza já faz mais de 24 horas desde o ocorrido. - Enfim. Já estou indo embora. Não tente fazer nenhuma gracinha. Conseguimos ouvir tudo que você faz. - tenho que ser cuidadoso ao tentar escapar desse lugar.

Ele abre a porta e sai.

Olho para o buraco que ele fez na parede. Realmente está de noite.

Ponho meu plano em prática. Tento pegar uma das quatro shuriken que eu havia posto em meu bolso antes de sair da OCRV. Peguei-as para treinar mais e finalmente isso irá ter utilidade. Me esforço para conseguir pegar, mas as cordas estão muito apertadas. Consigo pegar uma delas, mas logo escorrega da minha mão.

Droga.

"Relaxa, Bernard. Você consegue! Ainda tem mais 3 chances." falo isso para mim mesmo inúmeras vezes. Tento pegar uma nova shuriken.

O suor começa a pingar.

"Pronto. Consegui. Não deixe-a escorregar novamente, Bernard."

Levo a shuriken de encontro com a corda e tento cortá-la. É mais difícil do que parece. Está quase perto delas se romperem.

A porta se abre novamente e, de novo, tomo um susto. A outra shuriken cai da minha mão e estou perdendo a confiança. É o mesmo homem de antes. Meu coração acelera. Ele não pode vim até onde estou. O que será que ele quer aqui comigo de novo? Será que descobriu o que estou planejando fazer?

Ele faz uma saudação com a cabeça e fala:

- Só vim buscar meu chapéu. - pega o chapéu e põe na cabeça. Ele olha mais atentamente para mim e acho que observa o meu rosto encharcado de suor. Espero que ele não deduza o que estou fazendo. - Parece que você está suando. Está com calor? Provavelmente. Aguente. Amanhã volto aqui para saber se passou a noite morrendo.

E novamente sai do lugar onde estão me mantendo em cativeiro, mas antes olha para mim e dá um sorriso de quem está gostando de ver o que está acontecendo.

Tento novamente pegar outra shuriken. Agora só faltam duas, e se eu não conseguir, não haverá chances de sair daqui.

Consigo pegá-la. Como só falta pouco para a corda se romper, deve ser mais fácil. Finalmente ela se rompe e consigo livrar meus braços. Rapidamente corto as cordas que estão amarradas as minhas pernas.

Tento procurar onde deixaram o rádio que se localizava pendurado na gola do uniforme dado pela organização e a minha arma. Depois de algum tempo procurando, encontro-os em cima de um suporte. Está alto, mas acho que consigo pegar.

Pulo e puxo mais do que o necessário. Várias coisas caem no chão e fazem um barulho imenso. Tenho que correr agora. Antes, pego o que preciso e presumo que o rádio possa não estar funcionando. Avisto uma caixa de ferramentas que possa ser útil e pego-a, e pego também as shurikens caídas perto da cadeira e corro em direção a parede quebrada. Olho pelo buraco e vejo que por trás dessa parede há floresta, então deve ser seguro atravessar por ela sem ser pego por alguém daqui.

Atravesso a parede e estou dentro de um tipo de casa. Mas como? Eu atravessei a parede que dava de frente para a floresta. Tento não pensar muito nisso. A casa parece vazia, provavelmente o dono dela saiu por ter sido convocado a procurar o prisioneiro, eu, que fugiu.

Ótimo. Encontro a porta e saio por ela. Do lado de fora parece um vilarejo pequeno. No centro dele tem uma fogueira gigante, e a fumaça que eu e a Malika vimos ontem deve ter vindo dela.

InfectedWhere stories live. Discover now