- Que gato mais tarado! Minha Lady é uma dama, não pensa nessas safadezas não, dona Amélia, pode prender esse tarado felino!

- Se a gata for como a dona, esse tal de Duque tá ferrado. - O Carlos sussurrou no meu ouvido, sua mão estava espalmada na minha cintura, fazendo carinhos circulares com o dedão. - Prazer, Carlos Henrique, namorado da Jess.

- Prazer, eu sou a Amélia Soares, praticamente a babá dessa menina aqui na capital, porque a dona Jess sabe nem fritar um ovo.

- Hey! É claro que sei fritar um ovo, pode não ficar gostoso, mas fica frito... na maioria das vezes. - Virei minha cabeça para o Carlos e o vi sorrindo para a dona Amélia, que já estava toda encantada pelo sorriso de bom moço dele. - Sua namorada? Desde quando, grandão?

- Desde sempre. - Carlos beijou meu pescoço e mandou uma piscada para a Amélia, assim que o elevador chegou no meu andar. Antes que eu tivesse uma chance de seguir a Amélia para pegar a Lady na casa da minha vizinha, Carlos me segurou e deu um beijo rápido. - Senti a sua falta, ruivinha!

- Temos muito o que conversar, vai entrando. - Entreguei minha chave e seguimos caminhos separados, meu rosto estava estampando um sorriso digno do Coringa, a julgar pela expressão da Amélia.

- Que tipão, heim dona Jess! Ai se eu fosse uns anos mais novas...

- Uns muitos anos mais nova, minha flor! - Pela primeira vez o Davi, marido da Amélia falou desde que me pegou no flagra, eu confesso, eu amava esse casal, eram tão amorosos quanto os meus pais, um exemplo de casal a ser seguido. - Você conhece esse rapaz, Jess? Se ele te machucar, pode me chamar que eu dou uma lição nele, posso não ser mais da Marinha, mas ainda sei um truque ou outro.

- Conheço sim, lá da minha cidade natal, e pode deixar que se ele me machucar o senhor vai ser o primeiro a ser chamado para amarrar bem o corpo dele antes da hora de jogar no mar.

- É assim que se fala, menina Jess! Dá mole para esses garanhões ai não, mas se ele for bom para você e se o seu coração bate mais forte por ele, pode chamar a gente para o casamento, adoro bem-casados e essa aqui toda vez chora quando o padre faz o sermão!

- Desde quando eu choro em casamentos? Tá ficando confuso, meu velho?

- Para começar eu acabei de fazer 60, estou longe de ser velho e a Senhora chora, e chora muito. No casamento da vizinha da sua irmã que você nem mesmo conhecia, você chorou por horas, até depois de chegar em casa, lembrando da cerimônia. Agora no da Jess? Você vai desidratar!

- Para Davi, assim a Jess vai achar que eu sou uma manteiga derretida!

- Eu não vou achar isso, Amélia. - Com o papo correndo deu tempo de chegar até a vizinha, pegar a Lady e o Duque, rapidinho, já que Alice estava de saída e voltar para a porta do meu apartamento. - Eu tenho certeza que você é uma manteiga derretida, principalmente depois de te ver chorar com Cinquenta Tons de Cinza!

- O passado do Christian é triste, eu não resisto!

- Vamos minha velha, que se a minha intuição está certa, essa menina tem algo muito importante para resolver nesse momento com esse moço alto que entrou na casa dela.

- Aproveita esse pão, Jess!

- Só vocês! Depois eu vou passar no apê de vocês, minha mãe mandou uns doces lá de Solares! Beijos!

Eu finalmente entrei no apartamento e notei que o Carlos deixou a chave na porta e me esperava sentado, confortavelmente, no meu sofá. Seu corpo grande e forte deixava minha sala parecendo uma casa de bonecas, ou eu só estava nervosa para aquela conversa definitiva. Com medo fiz o meu tempo entre passar o trinco na porta e levar a Lady para o seu cantinho, reabastecendo sua vasilha de comida e água. Mas como era uma fêmea e não era nem um pouco boba, a gata trairia me deixou de lado e logo pulou no colo do Carlos. Ok, eu também queria pular naquele colo sexy como um inferno, mas, pelo menos, poderia ter recebido um pouco de solidariedade feminina da Lady!

Novamente Atraídos (Solares #2) - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now