Capítulo 2

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Arthur saiu do teatro e sem rumo foi parar na praia.

No céu, sol ardia com vigor atraindo muitas pessoas para se refrescarem à beira mar! Uns corriam, outros comiam e havia até aqueles que dormiam! Uma outra parte estava no mar.

O jovem tirou os sapatos e sentiu a areia quente escorregar entre os dedos, respirou fundo e deixou a maresia encher os seus pulmões. Caminhou a esmo por alguns minutos até deixar-se cair sentado na areia. Em leves devaneios se perdeu olhando ao seu redor. Cumpre anotar que algumas mulheres passavam e olhavam para ele, porém Arthur estava tão preocupado em olhar ao seu redor que acaba não olhando para o seu redor!! Ou seja, não percebia as olhadas das garotas.

- O amor! – suspira Arthur, esvaziando os pulmões - Droga! Tudo por causa do amor! Tudo por causa dela! Tudo por causa desta minha terrível síndrome de querer o que os outros querem! – pensa Arthur enquanto esmurrava a areia.

Não entenda mal, bom leitor, Arthur não é interesseiro! Muito menos médico para dar um diagnóstico tão louco! A garota a qual ele se refere é a linda jovem do começo do livro.

Esse louco diagnóstico é dado com base na relação deles: Ele não estava interessado nela, contudo ela se apaixonou por ele e daí ele passou a gostar dela (tarde demais); ela desistiu dele (pelo menos é o que parece), e ele ficou com toda a dor deste complicado amor. "Querer o que os outros querem". Entendem?

Sabe, vou ser sincero com vocês, eu já estou enjoado deste antigo relacionamento dele! Toda hora, esse cara se lembra dela (depois diz que esqueceu!). Na verdade ele até que esqueceu, apenas se acomodou em ter algo tão fácil! (que na verdade não era bem assim).

Opa! Quem vem lá! AH! Sim! Desculpe leitor, é que eu estou vendo se aproximar de Arthur, ninguém menos que Antônio Corrêa, grande amigo de Arthur. Ele é filho de um Português com uma brasileira, tem a mesma idade de Arthur (vinte e três) e é pouco mais baixo que Arthur.

Olha lá, já vão começar a falar!

Os dois se cumprimentam com um abraço caloroso.

- Que cara é essa? – pergunta Corrêa socando o ombro do amigo.

- A minha! – diz Arthur

- Já vi que não é doença, deve ser preocupação!

- Muita preocupação!

- Não vai falar não é, ou está esperando que eu pergunte?

- Estava esperando a pergunta, mas vou dizer logo – ele respira fundo e desabafa de uma só vez – O diretor leu a peça e disse que estava faltando amor, daí ele me deu prazo de sete dias para fazer uma peça que tenha amor! - Pronto é isso!

- Opa! Calma aí – diz Corrêa – Deixe-me ver, ele recusou sua peça porque não tinha amor?

- Isso! - responde Arthur cabisbaixo enquanto tentava enterrar os pés na areia. - É, depois daquilo que aconteceu, você sabe o quê, eu fiquei assim.

Ainda bem que Antônio Corrêa (também conhecido como Tony) sabe de toda história. Já não aguento mais a mesma coisa!

- Então seu problema é amor!

- Sim! – respondeu Arthur

- Eu tenho a solução! – diz Corrêa com um grande sorriso no rosto.

- Sério!?!

- Claro! - exclama Tony de forma espalhafatosa. Seus gestos eram largos como o seu sorriso.

- Então diga logo! Preciso muito desta solução - diz Arthur

- Agora não dá! Eu preciso ir ao centro da cidade, mas passe lá em casa às sete horas da noite – diz Corrêa – Tchau! – completa já saindo.

Sete dias para o AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora