—Minha mãe não tem nada a ver com isso, a gente trouxe um vídeo game pra cá no final do ano passado e escondemos.—Samuel diz emburrado. Um ogro sensível.

—Chega de papo, vamos começar a festa, o que tem pra comer?—Eu digo.

—Eu consegui brigadeiro pra gente-Samuel diz.

—Como?—Andreia pergunta.

—Acho que a moça da cantina tem uma queda por mim. —-Ele diz.

—Ela e a maioria das garotas desse Colégio, né. —Laura comenta.

Os garotos riem.

—Mas o nosso amiguinho aqui é burro e não aproveita esse dom.—Tiago diz.

—Ei, a culpa não é minha se a maioria das garotas desse Colégio são um bando de riquinhas sem sal. Sem ofensas á vocês duas, meninas.-Samuel disse, mas Laura e Andreia pareceram bem ofendidas.

—Mas você achou uma que não é nada disso e até agora não vimos nenhuma investida. —Rafael diz.

Como assim? Quer dizer, eu não estou com ciúmes, é só que eu não tenho visto ele com muitas garotas desde que cheguei aqui.

—Quem? —Pergunto.

Rafael e Tiago caem na cama de tanto rir.

—Você, demência. —Tiago fala.

—Assim, eu não sou uma riquinha mimada e tampouco sem sal, mas eu e ele? Sério? Prefiro mil vezes o brigadeiro que está me esperando naquele guarda roupa. —Eu digo.

Eu não quis que soasse como se eu nunca namoraria o Samuel, mas fiquei nervosa e foi o que saiu.

Ele pareceu ofendido. Eu fui em direção ao guarda roupa e peguei a vasilha que estava o brigadeiro.

—Como você sabia que tava ai?—Rafael pergunta.

—Vocês guardam tudo aqui. —Digo com a boca cheia.

Nos todos sentamos na cama e jogamos vídeo game e comemos brigadeiro até acabar. Foi muito divertido até a hora que os garotos resolveram fazer cócegas na gente e eu quase matei o Samuel com um soco na costela. Cócegas não é engraçado, é tortura e hoje eles aprenderam que eu odeio cócegas. E Samuel ficou emburrado comigo.

Percebi um clima entre o Tiago e a Laura. Eu combino com a Andreia para nos trancarmos os dois no banheiro e ela aceita, mas não deu muito certo, eles desconfiaram e eu acabei trancada, mas eu tinha um grampo no cabelo e destranquei a porta em minutos. Eles ficaram me olhando de boca aberta e eu apenas ri.

—-Gente já é quase duas da manhã—-Laura diz.

—E daí? Amanhã é sexta, só temos aula na parte da tarde, e é cedo, vamos brincar de verdade ou desafio—-Tiago diz.

—Vamos! —Eu digo.

Sentamos em uma rodinha usamos uma garrafa de refrigerante para girar.

—Gargalo responde pra quem gira. —-Tiago diz.

Ele começa girando e para no Rafael.

Ele sorri.

—Verdade o desafio Rafa?

-Verdade.

—Com quantos anos você beijou uma garota pela primeira vez? Eu falei garota e não garoto, tá cara.

Nós rimos.

—Engraçado, eu tinha 16.

—Tipo, ano passado?—Eu pergunto.

O filho da diretora - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now