Capítulo 4

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Acabou de tocar a sirene do toque de recolher, então vou tomar banho.
Visto um short jeans e uma blusa cinza mostrando a barriga, deixo o cabelo solto e assim que as garotas vão deitar, eu me levanto e tento sair.

—Ei! Pode parar!—Laura diz.

—Você ta saindo todas as noites! Pode dizer a onde está indo?—Andreia diz.

—Não é da conta de vocês.

—A gente gosta de você, não nos faça chamar a diretora e acabar com sua noite.

Eu não me importo de elas chamarem a diretora, mas isso iria me custar mais uma hora e eu já to ficando com sono.

—Vou ao quarto de uns amigos, a gente vai meio que comemorar.

Os olhos das duas brilham.

—Podemos ir? A gente nunca se diverte aqui.

Eu, como sou uma embaixadora da diversão, as deixo ir.

—É o seguinte, fiquem caladas e façam tudo o que eu mandar.

Elas concordam e colocamos travesseiros de baixo da coberta, apagamos a luz e trancamos a porta.

Vamos andando e quando chegamos à divisa do corredor dos garotos com garotas, eu vejo de longe o inspetor.

—Fiquem quietas, o inspetor tá ali. —Sussurro.

Vai ser impossível passar por ele sem ele nos ver.

—É o seguinte, quando ele não tiver olhando, vocês vão pro corredor dos garotos e me esperem.

—O que você vai fazer?—Laura pergunta.

Eu vou em direção ao inspetor sem a responder.

—Volte pro seu quarto, já passou do toque de recolher.-Ele diz bocejando.

—Eu estou com cólica, preciso andar pra passar. —Digo impaciente.

Ele me olha confuso, mas cede. Homens, criaturas tão burras quando se trata de assuntos femininos.

Eu vou para trás dele o obrigando a ficar de costas para as garotas.

—Ai aí! Ta doendo!—Eu me contorço e ele se assusta.

As garotas passam correndo e eu fico aliviada.

—Ta tudo bem? Precisa de alguma coisa?—O inspetor pergunta já em desespero. Ele parece ter uns 50 anos e imagino que não tenha filhos ou esposa, pois mora nesse lugar.

-Sim, pode buscar água pra mim antes que eu morra!

Ele saí correndo.

Vou até as garotas e elas estão me olhando com admiração.

—-Isso foi demais! Já pensou em entrar no teatro?—Laura pergunta.

Eu rio e vamos até o quarto dos garotos. Eu bato na porta e Samuel abre.

—Você não disse que iria trazer companhia—Ele diz olhando para as garotas que se encolhem. Ele é um ogro.

—São minhas amigas, agora sai da frente—Eu o empurro e entramos no apartamento.

Os garotos estão sentados jogando vídeo game.

—Eu achei que era proibido vídeo game aqui. —Laura diz.

—Essa regra não se aplica a ele Laura, você sabe, a mãe dele. —Andreia cutuca Laura.

Um dia quero conhecer a mãe dele, ela parece ter bastante influência nessa escola.

O filho da diretora - DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora