Nenhum indício de que havia outra mulher, uma primeira mulher, antes de mim. Com aqueles olhos verdes fixados em meu rosto corado pensava que eu era única e com alguma qualidade que o hipnotizara desde o momento que entrei em sua sala, lá no escritório.
Não havia aliança, nem fotos sobre sua mesa, nem mensagens no celular, que verifiquei de curiosa pra saber se havia mais alguém encantada com aquele galanteador. Estávamos neste estágio já, no terceiromartini, entre altas gargalhadas minhas e discretos risos da voz rouca dele.
Ah, aquela voz. Era melhor ainda quando ele se aproximava e sussurrava em meu ouvido, fazendo a pele dos meus braços arrepiarem. E melhor quando ele passava as mãos sobre meus pêlos eriçados ao perceber que eu ficava daquele jeito.
Eu juro, juro por todas as coisas visíveis e invisíveis, sagradas e profanas. Eu não queria ir para a cama no primeiro encontro. Ou eu não planejava. Mas depois do quinto ou sexto drink, não me lembro, eu já não podia prometer mais nada.
