Parte 1 - O fim

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Cheguei, loves, tia Ste is here, e se não me engano hoje faz um ano que comecei a postar Delicate, então para comemorar, to começando a postar essa, que comecei a escrever a um século atrás, tive essa ideia a um tempo, mas sou preguiçosa, yay. Só tenho mais um mês de aula e pretendo me dedicar as fics nas férias, isso inclui WL, que está meio abandonada, mas eu não parei não, ok? Só to cheia de coisas para fazer, e quando não tenho nada para fazer eu só durmo. Então espero que gostem, o começo é um pouco triste, mas é necessário para dar foco a estória. Beijos mil, votem, comentem e tenham uma boa leitura. 

P.s: Realmente comentem o que acharam, podem fazer comentários grandes pq eu to morrendo de saudades de vocês.

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H.

Gemma sempre fora minha melhor amiga, desde que eu me entendo por gente. Lembro-me de brincar com seus cabelos quando éramos crianças. Lembro-me de meu primeiro dia de escola, no qual ela me levou segurando minha mão até a entrada e me defendeu na saída. Sempre fomos conectados de alguma forma. Gemma era minha irmã mais velha, e sempre fazia de tudo para me ver feliz, e eu fazia o mesmo em relação a ela, as pessoas diziam que se não fosse pela idade, poderíamos passar por irmãos gêmeos, sempre juntos, mais que irmãos. Uma relação extrema de carinho e amizade, que ninguém nunca me proporcionara. Crescemos juntos, irmãos, melhores amigos. Quando Gemma foi para a faculdade em Sheffield, me senti desolado, incompleto. Tive que esperar por mais dois anos, até terminar a escola e deixar a casa de nossos pais, para me juntar a ela na Universidade. Novamente juntos, morando juntos e estudando juntos. Ela cursava Sociologia e eu Literatura. Formados, ambos professores.

Mudamo-nos para Londres, Gemma dando aula em uma escola particular, e eu em uma escola pública. Morávamos juntos, nos divertíamos juntos, até planejávamos aulas juntos, mesmo uma matéria não tendo nada a ver uma com a outra. Desde criança Gemma sempre apoiou minha sexualidade, me dizendo que a única coisa que realmente importava era o amor, sem gêneros envolvidos, apenas o mais puro amor. Tive alguns namorados, assim como ela. Mas ninguém que balançasse meu mundo, que me fizesse sentir o mais puro amor do qual ela tanto falava. Meus alunos me adoravam, por eu não ser velho, e divertido, o favorito deles, como muitos diziam. Eu tentava ensinar a eles, de uma forma que não ficasse chato, e que eles entendessem, talvez esse fosse meu truque. Minha vida era ótima, eu era feliz, morava em um bom apartamento, tinha um bom emprego, e tinha minha melhor amiga e irmã ao meu lado, até aquela noite.

Voltando para casa, em uma noite fria de dezembro. Dentro do carro, cantando à música que soava pelo rádio, nos divertindo, mesmo depois do fim da festa. Tudo aconteceu muito rápido. Eu dirigia, uma luz a minha frente, próxima demais, senti o carro bater, e tudo se apagar. Acordei no hospital, com luzes em meu rosto, e pessoas desconhecidas a minha volta, fazendo perguntas confusas, que eu não sabia responder. Apenas uma coisa estava em minha mente, Gemma, onde estava Gemma? Debatendo-me sobre a cama, gritava pela minha irmã, sem obter respostas, eu precisava saber, eu precisava dela. Até um médico aparecer, e me aliviar de alguma forma, mas depois me quebrando ao meio. Ela ainda estava viva. Ainda. Com lágrimas escorrendo por meu rosto, levantei desajeitadamente, arrancando os tubos e curativos que me prendiam. Praticamente correndo quarto a fora, em direção a UTI, onde Gemma se encontrava.

Depois de alguns minutos de procura, a encontrei, parando ao lado de sua cama, segurando sua mão, vendo seu olhar vazio, e ouvindo seu fraco coração ainda bater. A pior sensação era saber que eu não poderia fazer nada para ajuda-la, nada e a culpa era minha, e de mais ninguém. Enfermeiros a minha voltam tentavam me segurar e me levar de volta ao quarto, mas eu precisava continuar ali, eu precisava continuar ao lado dela, para o que quer que fosse acontecer. Parecia que seus minutos estavam contados, e que era apenas uma questão de tempo, como se o destino estivesse esperando o momento certo, para leva-la, e assim aconteceu. Segurando sua mão, vi seu coração parar de bater, com o som contínuo dos aparelhos que mostravam sua vida sendo levada. Um grito engasgado em minha garganta saiu desesperado, gritando por sua vida, não por sua morte. Ela foi levada e junto com ela, uma parte de mim.

Half a SoulWhere stories live. Discover now