Dragão Púrpura (editado)

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– Você vai morar com aqueles dois pedaços de mau caminho?! – Adriana exclamou, quase pulando de sua cadeira em pura euforia. Suas palavras saíram tão alto que várias pessoas nas mesas ao redor viraram-se para olhar. O café, decorado em tons quentes e acolhedores, de repente parecia mais como um palco. – E em uma mansão, ainda por cima? Querida, isso soa como o enredo de um romance picante!

– Adri... fala mais baixo! – Amélia advertiu, lançando um olhar apreensivo em direção aos outros clientes, que agora murmuravam entre si e lançavam olhares reprovadores.

– A mansão deles deve ser um verdadeiro castelo, considerando o quão ricos são, certo? – Jess suspirou, seus olhos ganhando um brilho sonhador à medida que falava.

– Você não deveria estar ajudando na mudança? – Rebecca interveio, sempre a mais pragmática do grupo de amigas.

– Eu... escapei. Não concordei com essa mudança de vida súbita. Primeiro o anúncio do noivado, e agora já estamos morando juntos? Tipo, não podiam ter esperado pelo menos um mês para eu me acostumar... – Amélia resmungou, revirando os olhos.

– Ah, anime-se! Pelo que você nos contou, esse Arthur parece ser um cara legal! – Adriana sorriu, dando uma mordida em um donut suculento e açucarado.

– O problema não é ele... – Amélia começou, fazendo uma cara emburrada.

Nesse momento, a porta de vidro do café abriu com tal ímpeto que todos os clientes se assustaram. A porta parecia prestes a rachar pela força do impacto.

– Te achei... – Um rosnado preencheu o ambiente, fazendo com que Amélia se sobressaltasse. Mas quase que imediatamente, a surpresa deu lugar à irritação. "Como ele me encontrou?", ela pensou, evitando olhar diretamente para a fonte da voz, já sabendo quem era.

– Vamos embora! – Uma mão forte agarrou seu pulso, forçando-a a encarar o rosto do indivíduo que se tornara seu foco principal de ira nos últimos dias.

– Eu tenho um nome, sabia?! – Amélia reagiu, chutando a perna do rapaz, que soltou seu pulso na hora.

– Droga... – O rapaz rosnou de novo, confirmando a suspeita de Amélia. – Meu pai estava errado quando disse que humanas são delicadas...

– Esse negócio de "humana" de novo?! Você não sabe falar de outra forma? – Amélia retrucou, claramente exasperada.

– E você não sabe seguir ordens? O que meu pai disse? "Fique e ajude na mudança". E o que você fez? Fugiu para aqui... Bebendo... – Ele pegou a xícara de café de Amélia e bebeu seu conteúdo num único gole. – Eca! Isso tem um gosto horrível!

– Esse era o meu café, seu idiota! Se você não gosta, por que diabos bebeu?! – Amélia perguntou, incrédula com a audácia dele.

– Er... isso conta como um beijo indireto? – Jess inquiriu, erguendo uma sobrancelha com um ar de provocação. Adriana respondeu com um sorriso cúmplice, os olhos brilhando em divertimento.

Sentindo as bochechas incendiar de vergonha, Amélia foi abruptamente lembrada de que estavam em um ambiente público, cercadas por seus amigos e desconhecidos. "Alex realmente tem o dom de me tirar do sério e empurrar os limites da minha paciência", ela pensou, mordendo o lábio inferior.

– Muito bem, agora que você não tem mais café para beber, acho que não tem mais razão para ficar. Vamos! – Alex comandou, com uma indiferença gritante às opiniões daqueles que os rodeavam.

– Eu não vim aqui apenas para beber! Vim para ver as minhas amigas! – Ela apontou para Jess, Adriana e Rebecca, que agora observavam a cena com um misto de fascínio e descrença.

Fogo e Escamas (Em processo de edição)Where stories live. Discover now