— Parabéns, mas ainda pode melhorar. Agora, Aisha, tente acertar estas adagas no alvo. — Ele se afasta ainda mais do alvo.

Minhas mãos suam e o cabo escorrega um pouco da palma, mas eu aperto firme. Miro no centro e atiro.

A primeira faca acerta a parede acima do alvo, bem longe. Aperto a segunda e tento imitar Vladimir, e fechando o olho esquerdo, me concentro e atiro. Dessa vez, a faca acerta uma das últimas marcas do alvo. Solto um suspiro frustrado. Eu nunca tinha feito isso.

Hebert pega um segundo boneco da bolsa, substitui o antigo e fala:

— Excelente, para a primeira vez você foi ótima. Quero ver se vocês tem sintonia com suas armas. Agora, Sophia, sua vez. Tente acertar o coração do boneco, por favor. — Ele vem para perto de nós, puxa uma cadeira e se senta.

Sophia, trêmula, pega a arma com as duas mãos.

— Segure com força, para seu braço não recuar. É uma arma pequena, então o impacto vai ser menor. Agora — ele fala, no momento que ela dispara.

A primeira bala acerta a parede ao lado do boneco, o segundo disparo acerta o braço e o terceiro, o joelho do boneco. Ela suspira profundamente de pura frustração, e seu rosto empalidece. Vejo que ela sente vontade de chorar.

— Tá bom, vamos melhorar isso. Mas sua empunhadura para a arma está perfeita. Agora, Malika, você vai tentar acertar o coração com sua lança. Concentre-se e arremesse. Preparada? — Ela confirma com a cabeça. — Agora. — Tomando um impulso com o braço para trás, ela respira fundo. Seu braço treme um pouco, e em sua testa aparecem pontos de suor. Ela arremessa e acerta o centro do peito do boneco.

— Ótimo. Agora, Akira, decepe o boneco em um único golpe.

— Okay — ele responde, confiante. Se dirige até o boneco, e manuseia a espada tão rápido que não consigo distinguir a arma. Ouço um baque e a cabeça do boneco jaz no chão ao seus pés.

— Excelente, agora o último. Bernard, tente acertar o alvo. Pronto? — Ele faz que sim com a cabeça. — Agora. — Ele arremessa da mesma forma que eu arremessei minha facas, enruga a testa, e vejo uma veia se mostrar em sua têmpora. Ele respira por alguns segundos e então atira.

O primeiro atinge a porta, o segundo, o manequim que fora decepado por Vladmir, o terceiro por pouco não atinge Akira, que se abaixou a tempo, e o quarto caiu na metade do trajeto. Ele solta o mais longo e frustrado suspiro que já ouvi na vida. Abaixa a cabeça e resmunga baixinho.

— Bem... essa definitivamente não é sua arma — diz Hebert, que anda até o armário e pega a arma que Bernard havia pego antes. — Tente atirar com essa.

— Você consegue — ouço Sophia o incentivar, e o rosto de Bernard se ilumina. Ele empunha a arma com perfeição, e aperta o gatilho.

Mas quando acho que uma bala irá sair do cano da arma, eu me engano. Um laser vermelho é projetado, e acerta diretamente o manequim que antes fora usado por Akira, transformando o que sobrou em pó.

— Uooou! — ele diz, animado.

— Pronto, essa será sua arma — diz Hebert, com um sorriso superior. — Agora, quero que treinem todos os dias com suas armas, e futuramente vocês irão trabalhar elas com seus poderes. Mas por hora, quero que trabalhem somente com as armas, está bem? — diz ele.

— Sim — respondemos em uníssono.

— Ao trabalho.

Ele pega os manequins de sua bolsa e os dispõe na sala, e coloca dois alvos, um para Anippe e outro para mim.

InfectedOnde histórias criam vida. Descubra agora