Não use vírgula para marcar pausas em leitura. Elas não foram feitas para isso. Se você precisa criar uma pausa que não é natural do português, use. Ponto. Final.

Não tenha medo de ponto final. Use-o todas as vezes em que a frase acabar. Vírgulas não oferecem o tempo necessário para o leitor respirar entre informações. Não ache que estão lendo pausadamente se você está escrevendo cinco, seis, sete linhas sem um único ponto final.

Aliás, não importa o tamanho do sujeito, mesmo que ele dure por linhas, não use vírgula para separá-lo do verbo. Nunca. Quem faz a ação deve estar logo ao lado dela.

Faz muito tempo que eu vejo pessoas mudando o verbo para 'fazem' quando são horas e horas. 'Faz' é invariável. Fica do mesmo jeito, não importa quanto segundos, minutos, milênios se passaram.

Mesma coisa com 'há'. Faz horas que eu postei o capítulo. Eu postei o capítulo há horas. Há. E não a ou à.

Uma outra coisa que eu vejo bastante é uma pressa enorme para explicar os acontecimentos. Não precisa disso. Na verdade, por favor, não tenha pressa. Ainda mais se for uma cena importante, como quando o casal principal se conhece ou seus personagens sofrem algo traumático. Nessas horas, passe o tempo que precisar descrevendo o que eles estão vendo, o que estão sentindo, os detalhes de tudo. Deixe que fiquem ansiosos com o que está por vir. Vai dar muito mais emoção e fazer os leitores se lembrarem daquela cena para sempre. Aproveite o momento, não corra de ponto em ponto da história por preguiça. Não vale a pena. Se não está disposto a explorar cada cena até onde ela precisa, pare de escrever e continue depois.

Agora, uma coisa muito importante que você deve evitar mais do que qualquer outra coisa é trocar o tempo verbal da história durante frases. Não comece contando algo no passado e na próxima frase mude todos os verbos para o presente. Esse é o jeito mais fácil de desconectar seus leitores da história e mostrar que você não está nem aí para o jeito que escreve (mesmo que esteja). Decida no começo se a narração vai se passar no passado ou no presente e se prenda a isso. Acredite, faz uma diferença enorme.

Para mais dicas gramaticais, procure no Google a liste de Cem Erros Mais Comuns da Língua Portuguesa. Vale a pena.

Diálogos:

Naturalidade é importante. Mesmo que você sempre queira escrever o melhor possível, precisa entender que seus personagens talvez não usem português com a mesma qualidade. Na narração, mesmo que em primeira pessoa, talvez você possa fazer o seu melhor e praticar tudo que tiver aprendido na escola. Mas não ache que um adolescente vai fazer questão de falar tudo certo quando estiver conversando com seu melhor amigo. Aproveite os diálogos para errar, para usar 'te' logo depois de 'você', para fazer uso de gírias que encaixem bem. Vá contra as regras, priorize seu personagem.

E isso depende da pessoa. Um rei, por exemplo, vai fazer mais questão de falar direito do que outras pessoas. Ou talvez quando o seu personagem estiver em um evento mais formal, vai usar menos gíria. Não escreva os diálogos só por escrever. Preste atenção nos detalhes. E, principalmente, lembre-se de diferenciar os personagens entre si, não só em questão de personalidade, como de falas. As expressões que eu uso não são as mesmas de todas as pessoas que eu conheço. Pense nisso.

Aspas ou travessão?

Por falar em diálogos, uma coisa que qualquer leitor das minhas histórias já deve ter percebido é que eu não uso travessões. Na verdade, tenho até uma certa aversão a eles. Só uso aspas. Muita gente reserva aspas para pensamentos. Mas, até hoje, eu só escrevi em primeira pessoa praticamente. Não preciso separar os pensamentos da narração, eles são a narração. Deixo as aspas para as falas. E tenho duas razões para isso.

Dicas de Como Escrever uma História [Completo]Where stories live. Discover now