Sr.B.

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Explico minhas constantes ausências pelos compromissos de trabalho. Eu, realmente, viajo muito por causa da empresa. Sou responsável por negociações importantes. Sou uma workholic confessa. E muito dedicada à família, mãe presente. Talvez por isso meu marido jamais imagina que sou capaz de traí-lo.

Mas, o que é bom pode se tornar insuportavelmente melhor. Reencontrei meu namorado da adolescência, o Sr. B. foi numa dessas festas de confraternização de fim de ano. Ele morou durante muito tempo fora. E agora está de volta com a família. Continua casado, tem três filhos: duas meninas e um menino. Está feliz e não pretende se separar.

Nesse primeiro encontro nos cumprimentamos brevemente. Mas, notei que não parou de me olhar a noite toda. Até meu marido notou e veio me perguntar:

_ lembra aquele namorado que você disse ter tido na adolescência? Ele está aqui?

Respondo que sim e pergunto porque se lembrou disso agora.

_ É porque tem um cara que não para de olhar pra você.

Eu finjo que não sei do que ele está falando e olho discretamente na direção apontada. E confirmo:

_ É ele, sim.

Confesso que me sinto duplamente feliz. O Sr. B não é indiferente a mim. E meu marido sente ciúme. É demais! Como me diverti nessa festa! E olha que nem esperava grandes coisas. Afinal, confraternização de família, sabe como é, né?

Naquele dia ficamos nisso. Mas, como disse, ele mora perto de novo. E nos meses seguintes a gente se esbarrava aqui e ali. E ele sempre com aquele olhar. Eu continuava a me encontrar com meu amante. E a transar com meu marido. O trabalho ia muito bem. Consegui comprar uma fazenda, o que sempre fora meu sonho. A vida não podia estar melhor!


Confissões de uma Trintona Descolada - degustaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora