Capítulo Cinco

Começar do início
                                    

Escalo a montanha de telhas caídas. Harry me ajuda. Saio ao sol novamente e fico cega por alguns instantes. O calor já começa a possuir meu corpo junto com a adrenalina.

Ajudamos os outros. Quando todos estamos juntos em cima do telhado, eu vou até a parte da frente da casa e então vejo o carro parado lá com um soldado em sua frente. Ele veste um colete que parece resistir até mesmo à uma explosão nuclear. Suas mãos seguram um fuzil gigante e que eu nunca tinha visto antes na minha vida. Seu único ponto desprotegido é a cabeça. Burrice.

Volto para os outros, antes que o soldado me veja.

— Tem um na frente da casa, temos que ir por trás — sussurro.

Nós ficamos na beirada do telhado. Olho para baixo e então vejo que se pularmos dessa altura poderemos fraturar alguns ossos.

Procuro algo lá embaixo que dê para pular em cima sem ter fraturas. Vejo um contêiner de lixo um pouco grande. Talvez se nós pularmos nele, conseguimos ficar intactos. Aponto para ele e faço um sinal para eles pularem.

Todos vão indo até ele e pulando. Espero que não sobre ninguém no telhado para pular também. Meus pés colidem contra o contêiner e eu me equilibro. Pulo para o chão, me juntando aos outros.

Harry vai para a direita, nos liderando. Vamos todos atrás dele. E eu em último. Todos passam por uma janela da casa sem olhar para ela. Ninguém atirou, significa que não tem ninguém. Quando eu vou passar por ela eu, a olho. Vejo uma parte da cozinha vazia. E então, a minha visão da cozinha é bloqueada por um homem caminhando perto da janela. Meu coração bate forte. O homem se vira para a janela e então me vê. A última coisa que vejo de dentro da casa é ele erguendo sua arma.

Disparos. O vidro estilhaça atrás de mim. Continuo correndo com o meu arco na mão. Meus olhos vão para a parede da casa e eu vejo uma outra janela estilhaçando e balas saindo dela. Eu me abaixo quando vou passar por ela.

Olho para trás e vejo o homem da janela que acabei de passar. Ele pula por ela e eu volto, começando a corrida para a direção dele. Ele ergue a arma para minha direção. Guardo meu arco. Eu pego a ponta da arma quente e a levo em direção ao seu rosto. A arma colide contra seu nariz e o soldado cai no chão. Eu tiro a arma de sua mão e ergo, mirando para o cara que pula pela primeira janela que passei. Disparo. O soldado lá atrás cai quando atinjo sua cabeça.

Dou uma forte coronhada na cabeça do homem que tirei a arma e o vejo desmaiar com sangue cobrindo seu rosto.

Volto a correr atrás dos outros. Seguro meu fuzil firmemente em minhas mãos enquanto corro utilizando o menor cuidado. Poderia cair a qualquer momento.

Viramos uma rua e passamos pelos carros parados, indo para longe da casa. Olho para trás e então vejo o enorme carro vindo em uma velocidade lenta. A velocidade parece aumentar a cada segundo. Ao lado do veículo, dois soldados correm juntos. Eles param e apontam suas armas gigantes.

— Corram! — falo.

Um tiro acerta um dos carros ao meu lado. O alarme dispara. Outro destrói o vidro de outro carro. Os cacos de vidro caem ao chão e eu passo por cima deles.

Olho para trás bem a tempo de ver um soldado empurrar os que estavam atirando. Um deles cai no chão.

— PRECISAMOS DELA VIVA! — ele grita tão alto que eu consigo ouvir.

Ergo as sobrancelhas. Eles precisam de mim viva? O que eles querem comigo? Ah... Eu sou a Escolhida.

O carro já está muito próximo de nós quando Harry entra em um beco entre duas casas. Corremos pelo espaço estreito entre as casas. Olho para trás e vejo o carro parando em frente ao beco e três soldados pulando para fora dele.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraOnde histórias criam vida. Descubra agora