Selene a olhou com curiosidade cuidadosa. Ficou imaginando se as cicatrizes fora a condenação da mulher.

- Vocês foram jogados aqui. - prosseguiu ela, apontando o dedo indicador para eles, dando um passo à frente. - Não sabem como o causador fez isso com tão pouco poder e precisam de ajuda. E eu sou uma das criaturas que são honestas a ponto de ajudar os outros. Eu sei a dor de um condenado.

Maze suavizou os ombros e beliscou a mão de Selene. Ela conteve a vontade de chuta-lo.

- Se realmente quisesse nos matar ou anunciar às pessoas sobre nós, você já teria feito - disse ele - E mesmo que queira dizer às pessoas sobre a nossa existência aqui, eles te acusariam por nos manter em sigilo. Não irá adiantar em caso o fizer, será punida da mesma maneira.

A mulher riu com deboche.

- Você é esperto - disse - E é verdade. Se algum dos Governantes de Edenyn Erd ou qualquer outro souber que humanos estão aqui, não voltarão vivos para casa.

- Mas deve haver uma saída, não é? - perguntou Selene, repentinamente ansiosa. Um lampejo de desespero clareou sua mente, focando em Trinity. Se aquela garota os lançou ali certamente faria algo pior com os outros da Academia, enganando a todos e, como na Caçada na qual Liz quase morrera, faria com que os Selecionados voltassem um contra os outros. A raiva fervilhou dentro de Selene.

- Ah, claro que há. - a mulher repousara as mãos na cintura. - Um deles é fingir que são Exilados. Vocês estão na terra onde vivem os Exilados, todo aquele que cometeu algum erro grave o suficiente para ser expulso de sua espécie. A outra maneira é indo até a Terra Negra, local onde possui alguns Portais Dimensionais. No entanto, ir para lá é como trilhar a própria morte.

- Por que fingiríamos ser um Exilado? - perguntou Selene.

- Vocês precisariam de um lugar nada suspeito para ficar. - respondeu a mulher com um sorriso presunçoso. - Todos caminham por qualquer lugar que vá se esconder e seriam descobertos rápido demais. Por isso fingiriam ser um de nós. Não poderiam simplesmente sair daqui e pedir a alguém que os ajude, a única pessoa que pode ajudar vocês sou eu. Pelo menos é o que tem no momento.

Selene respirou fundo, afastando-se de Maze.

- Precisamos voltar, Maze. - disse, fitando-o, o frio na barriga lhe golpeando. - Precisamos voltar por causa de Trinity. Se ela nos lançou até aqui e nos enganou, pode fazer o mesmo com o pessoal da Academia. Ou coisa pior. Sei que não sabemos como ela fez isso, mas é perigoso demais continuar aqui por muito tempo. Não posso deixar que ela machuque as pessoas que eu me importo, ainda mais com outro Elemental das Trevas solto por aí. Eu... - cerrou os punhos, trincando a mandíbula, recordando-se de Cindy - Eu não posso perder mais ninguém.

O Exorcista a encarou, analisando seu rosto. Selene sabia que ele já perdera muitas pessoas mais do que poderia suportar, e se ele tivesse alguém que ainda se importasse, alguém que amasse verdadeiramente, concordaria com ela, não é? Saberia o sentimento de desespero e proteção que ela tinha por imaginar coisas horríveis, não saberia?

- Como chegamos à Terra Negra? - Maze dirigiu o olhar lentamente para a mulher.

- Isso levará um certo tempo, humano - respondeu a mulher, erguendo as sobrancelhas. - Há uma fronteira na qual separa qualquer continente de lá, pois há uma muralha que impede a passagem, sendo que, se alguém tentar ultrapassa-la poderá acabar morto. Há uma onda que surge exatamente no dia de Khurbnium e que, ao toque, a criatura pode morrer. A onda desaparece após este dia. - ela fez uma pausa - Ninguém tentou ousar ir além da muralha. Além disso, é necessário um mapa para chegar lá, já que todos que foram desafiar a muralha não voltou vivo.

Elementais das Trevas - Os Cavaleiros do Inferno #2Where stories live. Discover now