um futuro perverço

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Estava quente,muito quente,e tudo ao redor parecia queimar.
Aquilo com certeza não era meu quarto.
Olhei ao redor e então a vi,branca!
Ela gritava de dor e estava para dar a luz.
Vi então um homem saindo das cinzas e ele a ajudou.
Eu não conseguia vê-lo,e não podia ajuda-los.
O fogo estava alto e as chamas não deixavam eu me aproximar.
Enquanto o homem fazia o parto de branca,ouvi choro de dois bebês,do outro lado do fogo.
Ela estava com eles.
Malévola!
Sua alma era tao negra que a escuridão era transmitida por seus olhos e se espalhava por seu corpo.
Ela segurava as crianças e esperava a próxima delas nascer.
por fim,os gritos de branca cessaram e deram lugar ao choro de mais um bebê.
O homem então deixou cair uma lagrima,e segurando as demais lagrimas,se dirigiu a branca dizendo:

-eu sinto muito!

Ele colocou em seu nariz um pano,com algum tipo de remédio e branca apagou.
O homem então se levantou com a criança nos braços e se dirigiu a malévola.
Ele já não podia mais conter as lagrimas e quanto mais se aproximava,mais eu sentia que o conhecia.
Percebi então que suas pernas estavam acorrentadas.
Quando ele finalmente chegou perto o suficiente,eu pude reconhece-lo!

-papai!

Gritei como que por um impulso,mais sabia que ele não me ouviria,provavelmente aquela era mais uma visão do passado.

-Luiza!

Ele me olhou incrédulo e com lagrimas escorrendo por seu rosto.
Malévola também me olhou,mais sua excreção era fria e perversa.

-ignori-a e traga o bebê!

Meu pai desviou seus olhos dos meus,ele tentava lutar,mais suas correntes brilhavam e eu sabia que ele estava preso a algum tipo de feitiço.
Mais o que eu não conseguia entender,era como eles podiam me ver e ouvir.
A logica seria não poder interferir no passado.
A menos que seja um sonho.
Me belisquei,forçando-me a acordar,mais só o que senti foi uma terrível dor e aquilo provavelmente ficaria roxo.
Meu pai entregou a malévola o bebê e esta,sussurrou para ele:

-mate-a

Meu pai parecia desesperado!

-não!por favor não!

E numa nuvem de fumaça negra,malévola some,levando consigo os três bebês.

-Luiza!tem que ir embora!

Ele falava se aproximando de mim.

-por que você me vê?você está morto,o passado não pode ser alterado!

Senti varias gotas escorrendo por meu rosto.

-LUIZA!VAI!AGORA!

ele gritava e eu não tinha medo.
Ele se aproximava de mim,mais hesitante,lutando contra suas correntes.
Eu me Afasto dele,tentando manter uma distancia segura!
Meu pai me segura pelo pescoço e eu fecho meus olhos e conto até três.
Abri os olhos em meu quarto outra vez,mais se meu pai estava em minhas visões e podia me ver,era por um motivo.
Ele estava vivo,e preso em algum lugar entre os mundos.
Eu precisava encontra-lo.
Senti o medo tomar conta de mim.
Naquele ano eu tinha conhecido pessoas,lugares e Diego!
E agora eu perdi o Diego,não tinha meus amigos e saber que meu pai estava vivo me deixou feliz,mais trouxe também a insegurança,o medo de perde-lo de novo.
Mesmo assim,tinha uma chance e faria o que fosse preciso para encontra-lo.
Naquela noite,a dor que vinha me atormentando desde o termino com Diego dividiu espaço em meus pensamentos com meu pai.
Fechei os olhos mais só conseguia ver o fogo,as correntes,meu pai.
Em algum momento os pensamentos se misturaram com sonho e eu vi Diego preso nas correntes,obedecendo malévola e tentando me matar.
Acordei assustada e percebi que já era dia.
Fiquei ali,deitada,lembrando de Diego,de como nos conhecemos naquele ônibus.
Eu,a ante social,e ele,o gatinho da escola.
Lembrei do nosso primeiro beijo,da nossa primeira e única noite juntos.
Mesmo com tudo aquilo de predestinação,eu não podia arriscar perde-lo pra sempre.
Pensei no meu pai,e na possibilidade de ele estar vivo.
Me levantei e segui para o banheiro para me arrumar e fazer minha higiene matinal.
Desci as escadas e minha mae estava sentada no balcão.
Que cheiro bom era aquele?
Era...

o trono do tempo:lua de sangueWhere stories live. Discover now