Sétimo Capítulo

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- Não há por que se desculpar. Temos que parar de forçar o conforto um no outro, lembra-se? Sou seu marido e tenho que aguentar essa parte. – ele foi sincero, apesar de ser o marido dela em "termos", porque na verdade não havia nada ali além de títulos. - Eu estou te arrastando para a Inglaterra, eles têm todo o direito de fazer todo o tipo de pergunta que quiserem. – finalmente parou de andar e sentou-se ao lado dela. Annabelle suspirou. – Mas estou bastante surpreso que tenham nos deixado dividir o quarto. Achei que no mínimo iam me fazer dormir com os cachorros. – ele disse com um sorriso de canto, arrancando uma risada de Annabelle.

- Não temos cachorros. – ela contou, ajeitando-se na cama. – Também estou um pouco surpresa, mas, bem, eles não são idiotas. Sabem que, se já nos casamos, não tem mais nada para preservar aqui. – apontou para si mesma, um pouco envergonhada. – Mesmo sendo súbito e causando desconfianças.

- Sua mãe não parece ter acreditado em nada.

- E não acreditou. Mas aceitou de mal grado minhas explicações particulares e vai manter a história para nós aqui. Isso tenho certeza que ela fará. – Annabelle disse, sorrindo fraco. Ainda bem que tinha uma mãe como aquela.

- Isso é ótimo. Fico muito feliz por isso. – dito isso, os dois ficaram em silêncio por um tempo. Annabelle estava um pouco curiosa sobre as coisas que ele contara. Sabia que poderia ter encontrado tudo aquilo que ele falara na internet ou em revistas para confirmar se era verdade ou não, por isso hesitou ao fazer a pergunta.

- Como assim, se o que eu disse é verdade? – ele pareceu confuso com a possibilidade quando ela decidiu perguntar, fazendo-a se arrepender na hora de ter aberto o bico. – É claro que é, por que eu mentiria?

- Não sei, só... não sei. – ela pareceu envergonhada. Howl a encarou por alguns instantes, fazendo-a ficar ainda mais encabulada.

- Se eu mentisse, eles poderiam descobrir toda a verdade na mídia. Seria ainda pior para a minha imagem, já que não devo estar num conceito muito bom pra eles. – ele deu ombros. – Também, não tenho nenhum motivo pra esconder minha identidade. A gente se acostuma com isso quando vira uma figura pública.

- Entendo. – na verdade, Annabelle entendia só um pouco daquilo. Ela não conseguia imaginar o que era ter uma vida pública e as pessoas se importarem com seus pais e onde ela nascera e como ela crescera e todo tipo de coisas. É claro que agora ia ter que começar a pensar nisso, mas deixaria seus pais de fora o máximo possível. Ela ia adorar mentir sobre sua antecedência, se possível. Apesar de tudo, morava desde sempre em uma cidade em que um burro deitado ficaria com o rabo de fora, então estava um pouco acostumada com as pessoas xeretando e se intrometendo o tempo todo na vida dela.

- Seus pais são realmente incríveis. – ele comentou, sorrindo. – Quando você me disse isso, fiquei um pouco na dúvida. Mas eles são realmente bons pais.

- É mesmo? – ela ficou um pouco surpresa com o comentário dele. Deu ombros. – Eu sou filha única, então eles sempre me deram de tudo e do melhor. Claro que, numa cidade pequena como Westcliffe isso não significa muito, mas eu tive minhas liberdades e meus mimos. – ela sorriu, um pouco culpada. Depois, seu sorriso morreu aos poucos. – Me sinto um pouco mal por enganá-los assim. Eu disse para minha mãe... disse para ela que quando eu voltasse, eu contaria toda a verdade para ela. Você acha que está tudo bem? – perguntou. Howl meneou a cabeça.

- Acho que sim. Acho que seria o justo.

- Obrigada Howl. – Annabelle falou, percebendo que aquilo era algo que, havia já um tempo, gostaria de dizer a Howl. – Essa situação é um baita problema mas... acho que o fato de ser você... está realmente fazendo as coisas mais fáceis pra mim. – ela corou com a última frase e evitou o olhar dele. Mas não durou muito tempo, porque logo ele lhe respondeu:

Uma Noite em VegasWhere stories live. Discover now