Capítulo 1 - A rixa está de volta

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Luana tinha entrado na escola quando tinha lá seus 10 anos e Gustavo também. Claro que crianças de 10 anos não se odiavam, mas Gustavo era aquela criança que aprontava de tudo, como diziam, pintava o sete. E inclusive, batia nos amigos e a Luana nunca foi uma menina de deixar que isso acontecesse e ficasse tudo bem.   

Desde pequena, sempre foi muito invocada e com a personalidade forte, quando Gustavo batia, ela retribuía com um tapa também. A sala da diretora recebia os dois diariamente com o discurso "Por que os dois brigaram?" Praticamente, tinha briga todo dia. Um tapa pra cá, outro pra lá. Os dois cresceram e os tapas foram trocados por ofensas e disputavam em quem irritava o outro mais.

Tinham mais ou menos 15 anos quando voltaram pra sala da diretora. A sala de aula estava quieta e sem barulhos quando o professor pediu para que alguém lesse o texto do livro.

— A Luana quer ler! — Gustavo apontava pra menina. Era uma brincadeira infantil.

— Para de ser infantil menino. Eu não quero ler. — Falou séria.

A briga estava armada. Por mais que tivessem 15 anos, pareciam ter 10 quando brigavam. Luana o chamou de infantil e dali as ofensas só iriam crescer. O professor mandou os dois pra sala da diretora quando eles já estavam com o dedo um na cara do outro gritando horrores e os amigos, Melissa e Rafael segurando-os. Sendo Melissa amiga de Luana e Rafael amigo de Gustavo.

— Luana e Gustavo. Que novidade. — A diretora zombou.

Luana não era mais aquela menina envocada e brava com tudo, mas bastasse uma irritação para a menina explodir. Ganhou curvas, um cabelo castanho claro no ombro impecável e os olhos castanhos com as sardas no rosto eram o conjunto perfeito. Gustavo ainda era o mesmo brincalhão e encrenqueiro. Não com os outros, a implicação era com Luana, ele adorava ver a menina aos nervos, mas quando ela se saía melhor na discussão tinha vontade de bater, como fazia quando pequeno. Só não fazia isso, porque sabia que Luana não exitaria em trocar alguns tapas.

Os dois se sentaram nas cadeiras da diretoria e bufaram.

— Tem certeza que vocês não se gostam? Vivem se irritando, não é possível! — A diretora era bem humorada e a frequência que Luana e Gustavo apareciam ali, faziam-os íntimos.

— Tenho absoluta certeza que não. — A menina falou prendendo o cabelo.

— Mais que certeza que amo. Amo irritar ela. — Gustavo zombou.

— Idiota. — Murmurou Luana.

Depois dos 15 anos, pararam de se estranhar um pouco. Eles ficaram em salas diferentes todos esses anos, então as briguinhas diminuíram bastante. Só acontecia uma troca de olhares fuziladores. Melissa as vezes arriscava brincar com a amiga.

— Até hoje você tá nessa de Gustavo? Me poupe! Tá na hora de mudar. — Ela sabia o quanto a amiga se irritava.

— É. Eu sempre fui apaixonada por ele, você sabe né. — Luana era irônica. Até demais as vezes. As duas riram.

 ***

Os dois vieram a ser da mesma turma no terceiro ano. O último da escola, e quando Luana leu seu nome e viu que Gustavo estava na mesma sala, se aborreceu.

Merda! O Gustavo tá na nossa sala.

— Veja pelo lado bom, nós duas estamos juntas. O Rafael também tá na sala? — Melissa e Rafael já tinham ficado uma ou duas vezes, ela tinha uma quedinha por ele.

— Ah, eu vou olhar se o Rafael está na sala?! Me poupe né Melissa. Já não basta ter que conviver com o Gustavo na mesma sala. — Ela não gostava da ideia. As duas foram pra sala e se sentaram, quando Gustavo chegou, aproveitou pra fazer uma piada.

Quase amigosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora