The Manager

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Lynn |

| Sydney, Austrália – 4 anos depois |

— LYNN, ACORDA! VOCÊ ESTÁ ATRASADA DE NOVO! – ouvi a voz de Armin ecoar pelo quarto – ANDA LOGO, PREGUIÇOSA!

Abracei o travesseiro com mais força e continuei de olhos fechados. Por que diabos eu precisava acordar tão cedo? Armin puxou meu cobertor – como sempre fazia quando eu me atrasava – e em seguida, foi a minha vez. Ele praticamente me arrancou da cama, obrigando-me a acordar.

— Você podia ir trabalhar ao invés de se preocupar comigo, sabia? – reclamei, enquanto ia para o banheiro bufando e começava a lavar o rosto rapidamente.

— E deixar você perder o emprego? Que tipo de amigo eu seria? – ouvi ele rir. Sequei meu rosto levemente com a toalha e comecei a escovar os dentes.

— Fala isso porque não saberia viver sem mim no seu pé, todos os dias no trabalho. – joguei os cabelos para o lado, fazendo uma pose sexy. Ou pelo menos, tentando fazer uma. Armin riu ainda mais.

— Definitivamente, não. Tenho meu PSP como companhia, obrigado. – ele riu, escolhendo uma roupa em meu armário e jogando-a para mim – Vista-se logo, vou lá embaixo preparar uma torrada pra você não morrer de fome.

— Hmm, bela escolha. – falei, observando a roupa escolhida por ele. Armin tinha bom gosto com roupas – Você é um anjo, sabia?

— Eu sei. – ele riu, saindo do quarto em seguida.

Quinze minutos e eu já estava devidamente vestida, com os cabelos penteados e soltos, maquiagem leve e o meu inseparável colar, presente que Armin me deu um ano atrás. Uma corrente prateada com um pingente de estrela do mar. Era delicado, combinava com tudo e estava relacionado ao que eu mais amava: o oceano.

Minha paixão era tão grande, que decidi estudar biologia marinha na University of Sydney. Meu pai não tinha dinheiro suficiente para bancar as contas da casa e meus estudos, então a solução foi ir atrás de um emprego. Armin também estava em uma situação parecida, mas para nossa sorte, conseguimos trabalho no mesmo local. O belíssimo e famoso, Sea Life – Sydney Aquarium. Eu amava meu emprego, mas odiava ter que acordar cedo.

— Vamos? – perguntei, entrando na cozinha.

— Vamos. – disse Armin, entregando-me a torrada.

Eram 06:45 da manhã e o sol já começava a surgir. Meu pai ainda estava dormindo, então apenas deixei um post-it colado na geladeira com um: "te amo, tenha um bom dia velhote". Eu ri ao ler o que estava escrito. Meu pai odiava quando o chamavam de velho, mas era engraçado ver sua reação. Peguei minha bolsa, tranquei a porta e caminhei até onde o carro de Armin estava estacionado.

— Qual a música de hoje? – ele perguntou, ligando o rádio. Abri o porta-luvas, escolhendo um dos CD's.

— Maroon 5. – falei, entregando o CD para ele e mordiscando minha torrada – Nada melhor do que começar o dia ouvindo as músicas deles!

Essa era uma das minhas partes favoritas do dia, onde nós parecíamos dois loucos, cantando e fazendo performances dentro do carro. O trajeto não era muito longo, mas dava para ouvir entre três ou quatro músicas. Armin parou no estacionamento e ficamos rindo das coreografias idiotas que encenamos.

— E então, pronta para a apresentação de hoje? – perguntou, saindo do carro. Peguei minhas coisas e saí também.

— Um pouco nervosa... E se os golfinhos estiverem de mau humor e não quiserem fazer como nos ensaios? – ele riu e bagunçou de leve meus cabelos.

From The SeaWhere stories live. Discover now