Amor Materno

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Desde o dia que eu perdi meu menino, jamais pensei vê-lo em uma maca hospitalar, mesmo sorrindo dizendo que iria voltar para a casa, apertando minha mão forte enquanto eu dizia palavras de consolo para mim mesma enquanto eu chorava correndo junto com os enfermeiros e médicos para o setor cirúrgico. Ambos com luvas estereis dentro dos pacotes junto com pacotes de soros imensos quase caindo das mãos do técnico. Todo momento chorei por ele até o Centro Cirúrgico, fique aguardando todo momento tendo a esperança de um anjo abençoa-lo com sua graças, rezando claramente alto onde quase todos ouviam meu escândalo. Fiquei rodopiando durante a sala, andando circularmente onde quase eu poderia abrir um caminho no chão de tanto andar. Cada instante que passava, mais eu ficava nervosa. Pensamentos vagos não viam em minha mente durante aquilo. Mergulhei meu estômago com 25 copos de café sem parar. A ansiedade era imensa até que a luz do Centro Cirúrgico se apaga e sai duas pessoas, ambos se identificaram, um como o médico cirurgião e o outro como enfermeiro, os dois me entregam a triste notícia como se fosse contar uma carta de suicídio para alguém, meu filho acabou em óbito naquele momento por conta da evolução da infecção nos órgãos nobres. Sabendo disso, não demonstrei emoção, entrei em completo choque onde o enfermeiro teve que fazer massagem cardiovascular em mim, nesse dia que eu também tive minha primeira sensação de morte crônica, um infarto.

Após 12 horas depois, acordei em um leito de hospital como a minha melhor amiga sentada em uma cadeira ao meu lado com a cabeça baixa olhando para mim, quando ela me viu acorda, logo deu um abraço tão apertado que quase a agulha do soro sai do meu braço. Ela ficou todo momento falando coisas de consolo para minha tristeza e algo para tentar me reanimar. Conseguiu entre partes mas ambas estávamos a prestes em mergulhar nossas próprias lagrimas.

Minha raiva virou incontrolável em saber que ela poderia estar vivo se não tivesse envolvido com eles, meu desejo de vingança vinha para mim com "gosto de um doce frio". Entretanto, minha raiva ultrapassou dos meu valores que eu poderia suportar, o fato de perder o filho único e não pode-lo ver ele no seu enterro pois no dia a seguir soube que um dos canalhas retirou o corpo dele para enterrar no cemitério próximo a casa dele sem minha autorização, jamais direi como ele foi um péssimo pai como o outro, são "farinha do mesmo saco". Desejo-lhes que queime no inferno durante todos os séculos que possam aguentar.

Dei alta 3 dias depois. Durante esses 3 meses fiquei planejando no que iria fazer com eles para demonstra meu "amor e gratidão" naquilo que me transformaram.

Antes eu era conhecida como Lúcia Andrade de Millar e hoje meu nome é Mary Íris Dantes.

Lobos SangrentosWhere stories live. Discover now