2.

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-É o seu primeiro dia aqui e já sofreu um acidente. - Hershel disse rindo.

Quando gritei por Carl, ele veio me ajudar, e depois de ficar reclamando sem parar e me chamando de desastrada, ele me levou até o Hershel que era uma espécie de médico que eles tem aqui.

-Ela quebrou? - Carl perguntou olhando entre as barras da cela.

-Não. - Hershel concluiu analisando meu tornozelo. - Só torceu. No máximo, amanhã ele estará melhor.

Com ajuda do Carl, voltamos para minha cela, sentei na cama debaixo do beliche.

-Você é desastrada. - Ele disse me ajudando a sentar.

-Essa deve ser a décima sétima vez que você fala isso pra mim hoje. - Arrumei minha mochila como se fosse travesseiro.

-Mas é verdade - Foi para fora da cela. - Tenta não cair do beliche. - Fechou a mesma.

-Carl. - O chamei antes que ele pudesse se afastar. - Obrigada... - Disse sentido eu ficar um pouco corada.

Ele não respondeu, nem piscou, nem ao menos fez algum gesto, nada, apenas moveu os pés e foi embora.

Não entendo qual é a desse garoto.. Deixei quieto, agora que já estava "fora de risco" deixei tudo de lado e deitei na cama.

[...]

Fazia taaaaantooooo tempo que eu não dormia tão bem. Eu sempre dormia a metade da noite, sempre de tocaia, sempre com medo daquelas coisas apareceram e... Bom... Chega desse papo, ele me incomoda.

Movi meu tornozelo, ele não estava mais tão doloroso, mas também não estava completamente "curado"

Olhei pela janela da minha cela, com certeza já é de madrugada. Levantei, odeio ficar parada, queria ir lá para fora mas a escuridão da prisão me incomodava um pouco.

Fiquei parada no corredor, torcendo para que minha cabeça não criasse a visão de algum espírito,sei lá. Já não basta zumbis, tem que ter espíritos...

-Hey...- O povo dessa prisão tem a mania de só falar no meu ouvido!

-Ahhhhhhhhh! - Me virei, desta vez, era a Maggie.

-Silêncio. - Ela colocou a mão na minha boca. - O que faz acordada tão tarde?

-Que horas são? - Esfreguei os olhos.

-Umas 4:30...

-Eu dormi a tarde toda, agora acho que estou com insônia. - Expliquei. - Posso ir passear lá fora? - Perguntei como se fosse uma criança.

-Rick não permite que muita gente saia da prisão tão tarde a essa hora, ainda mais crianças.

-Não sou criança. - Choraminguei.

-Lamento. - Sorriu. - Volta pra cela.

-Maggie, você não entende, eu vou morrer de tédio!... - Fiz drama.

-O que você quer que...

-O que ela faz fora a essa hora?- Ouvi a voz do xerife em miniatura.

Ê cabou-se!

-Eu estava entediada e sai da minha cela pra passear lá fora, problema? - Me virei para ele. Esse jogo de dureza, dois podem jogar.

-Sim. Não pode sair tão tarde.

-Desculpe se não percebeu, eu sou nova aqui! - Disse alto.

-Então comece a aprender - Disse recarregando uma arma que carregava. - Se quiser sobreviver.

Ele ia passando direto, mas o chamei de volta e Maggie só olhando.

-E você, o que faz acordado "tão tarde da noite"? - Ele se virou.

-Eu tenho autorização, você não. - Disse seco.

-Então quer dizer que eu preciso de uma autorização assinada pelos meus pais pra passar a noite acordada, é isso?! - Fui sarcástica. - Bom é uma pena que eu não vou conseguir, porque adivinha só, ELES MORRERAM! - Eu gritei.

-Katy! - Maggie me repreendeu.

-É, bom pra você. Adivinha, A MINHA MÃE TAMBÉM! - Ele gritou de volta.

O encarei incrédula, Deus, quando foi que eu fiquei tão fria desse jeito? Ficamos um tempo nesse contato visual, afim de encontrar uma maneira de acabar com o clima tenso.
Felizmente Maggie estava lá.

-Carl, vá lá para baixo com o seu pai. - Falou carinhosa e colocando a mão em seu ombro.

Ele se desvincilhou rudemente  e foi embora.

-O que deu em vocês?

-Eu... Sei lá! Nunca que eu briguei com alguém, mas esse jeito rude dele eu não me controlo.

-Pega leve com o Carl, não sabe pelo que ele passou.

-Assim como ele também não sabe pelo que eu passei. - Já estava com dor de cabeça.

O que eu estou aqui há horas e esse menino já consegue virar minha cabeça para baixo?!? Não mesmo. Comecei com o pé esquerdo, vou terminar com o direito.

-Posso sair ou não? - Mudei de assunto, ela suspirou.

-Se vir o Rick, eu te avisei. - Foi na direção oposta da minha.

Enquanto saia da imensa e escura prisão, pensava numa desculpa que daria caso encontrasse o Rick. Acho que não vou precisar, respira aquele ar gelado,porém não puro, foi uma sensação boa de sentir.

Na prisão havia torres, com holofotes, que ficavam focando em direções diferentes sem parar e pessoas andavam armadas até as cercas onde matavam alguns dos zumbis, tentando diminuir o número.

Acho que o escuro facilitou minha "invisibilidade". Andei para um pouquíssimos mais distante das torres e fui para um lado isolado da prisão, onde os holofotes não batiam e não tinham tantos zumbis, ou seja, menos barulho.

Me deitei na grama, um tanto verde, e comecei a olhar o céu estrelado. Minha antiga (e favorita) professora, Michelle, sempre dizia que : "As melhores coisas da vida, sempre acontecem numa linda noite de luar."

Bom, está uma linda noite de luar, estou segura agora e não estou mais sozinha. Mas tudo isso aconteceu de dia... O que será que acontecerá agora de noite?...

-Garota como você é teimosa! - Xerife em miniatura avista.

Vou ter que discordar dessa sua frase, Senhorita Michelle...

Your Smile // Carl Grimes Where stories live. Discover now