Mini Contos de Romance

Um Amor na Biblioteca

Era terça-feira, de novo. Estava na aula de Cálculo 2, mas ao mesmo tempo com a mente longe. Olhava para o relógio a cada minuto. Anotava o conteúdo de forma automática, não estava nem processando o que o professor dizia. Faltavam quinze minutos para o final da aula. Parecia que não ia terminar nunca.

Finalmente, não via a hora de sair daquela sala de aula. Não que eu não gostasse daquela disciplina, o problema é que era terça. Dia de estudar na biblioteca. Não podia ir para casa, era o dia em que minha mãe reunia todas as amigas e vizinhas para dar uma pequena palestra sobre os novos produtos de beleza que tinham chegado naquela semana, então era uma bagunça generalizada, impossível focar nos estudos. Mas nada disso me desanimava, ir para a biblioteca era o momento mais esperado da semana.

Guardei meu material na mochila, dei tchau para meus colegas e saí em passos rápidos em direção ao meu destino. São longos 5 minutos de caminhada pelo campus. Ansiedade está a mil, o coração bate mais forte e sinto minhas mãos começarem a suar. Reta final, já vejo a porta de vidro no final da calçada. Entro na biblioteca e me deparo com a catraca, "droga, cadê meu cartão de estudante?", pensei, claro, estava tão nervosa que esqueci de pegar na bolsa. Consegui entrar, deixei minhas coisas nos armários e fui em direção às mesas próximas às estantes de livros.

Lá estava ele. Sentado em uma mesa próxima à parede. Andei na direção contrária e escolhi uma mesa onde poderia ter uma visão privilegiada. Fique alguns minutos observando, aqueles cabelos pretos perfeitamente alinhados, com um pequeno topete na frente. Vestia-se muito bem, naquele dia estava usando uma camisa de manga comprida, combinando com as calças jeans e o sapatênis. Perfeito. Parecia ser muito estudioso, todas as terças estava no mesmo lugar, com seu caderno e alguns livros do lado, escrevia sem parar, sem distrações.

Consegui, com alguma dificuldade, me concentrar nos estudos. Mas fiquei o tempo inteiro atenta, não poderia perder o momento em que ele fosse sair dali. Passaram algumas horas, eu sabia que estava chegando o momento em que ele normalmente se levantava, e neste dia não foi diferente. Alguns minutos depois ele começou a ajeitar suas coisas, meu coração já começou a bater mais rápido. Peguei meu material e levantei. Enrolei alguns segundos para poder seguir atrás dele.

Como sempre, antes de sair, ele passou no balcão de empréstimos. Fiquei logo atrás na fila. Aquele perfume me deixava tonta, mas no bom sentido, era tudo de bom. Tentava disfarçadamente chegar mais perto, sentir um pouco mais do seu cheiro. Chegou a vez dele. Fiquei aguardando ele ser atendido, quando terminou de pegar os livros e saiu do balcão, virou para mim e deu uma piscada. Quase desmaiei! Senti o rosto ferver na hora, que vergonha, devia estar feito um pimentão. A moça atrás de mim na fila me cutucou, lembrando que era a minha vez.

Dirigi-meao balcão, parecia que estava flutuando, peguei os livros que precisava e saída biblioteca, já sonhando com a próxima terça-feira.

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Até a próxima! ;-)