Capítulo 1

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Louise

Sinto uma brisa maravilhosa, o cheiro do mar me encanta de uma forma inexplicável. Sinto alguém me olhar e no momento que me viro para ver quem é, não consigo, a luz do sol me incomoda.
A pessoa se aproxima e o seu cheiro se mistura com o cheiro do mar e dá uma sensação de lar, começo a sentir um peso estranho em meu corpo e logo percebo que na verdade estou sonhando. Ainda sonolenta abro os olhos com um pouco de dificuldade, já que no dia anterior trabalhei até um pouco depois do horário, finalmente acordo e vejo que o peso que senti no meu corpo, é na verdade uma pequena criança pulando em cima de mim.

- Anda mãe, acorda, está na hora - grita com um grande sorriso travesso.

- Já estou indo, já estou indo - devolvo o sorriso. - Um momento Erick, mamãe precisa da coluna bem, sabia?

Erick pula da cama com o avião que ganhou do Guilherme na mão e sai correndo para a sala, não consigo imaginar minha vida sem esse garoto, mesmo com as determinadas dificuldades que entraram no caminho, meu filho é o meu bem mais precioso. Engravidei jovem, tanto de idade quanto de mentalidade, tive uma grande ajuda e carinho dos meus pais, que também não vivem mais sem o neto, Erick é muito amado por todos. Levanto lentamente da cama, não dormi bem esta noite, tive um estranho sonho.

- Detesto saber que tive um sonho estranho e não saber quem estava nele - Fiz careta, tentando lembrar algum rosto ou silhueta conhecida, mas em vão.

Coloco meu filho no banho e deixo sua roupa na cama, logo em seguida vou até meu banheiro, preciso me arrumar logo para levar Erick para a escola e chegar a tempo na agência, isso se o trânsito da cidade maravilhosa ajudar. Quase terminando o meu banho e ouço o barulho do telefone tocar, torço para que Erick não atenda já que é uma das regras aqui em casa e logo depois o silêncio.

- Erick? - Chamei e nada dele responder, sai do banheiro com a toalha e vejo que ele atendeu o telefone - Erick, Já não falei que você não pode atender o telefone. Você é uma criança ainda.

- Mãe, tem um moço querendo falar com você. - Ele me entregou o telefone. - Ele disse que é urgente.

- Depois teremos uma conversa séria depois- Pego o aparelho de sua mão - Você sabe das regras. Alô?!

- Lou, quanto tempo, tão novinho e já quebrando as regras?- ouvir o timbre de sua voz depois de tanto tempo, fez com que lembranças e sensações ruins voltassem - Louise, ainda na linha?

- O que você quer Marcos?!- minha voz falhou. - Como descobriu o meu número?

- Apenas ouvir a sua voz e do meu filho, estou com saudade.

- Marcos, o que você disse para o Erick? - Minha garganta parecia que ia fechar a qualquer momento. - E me diz de uma vez quem passou o número.

- Você não era tão brava assim, minha bela. E não disse nada de mais, o menino não mentiu, o educou bem - riu - Tenho que ir, o tempo no telefone aqui é curto, até breve.

Marcos desligou o telefone, mas continuei com ele no ouvido. Senti um calafrio, "até breve"... Será que ele irá sair da cadeia?! Mas ainda tem uns 7 anos para ele cumprir lá dentro, não é possível que vão liberar ele assim. Deus me ajude!!

Lorenzo

A manhã é uma das melhores coisas do lugar que moro, me deixa revigorado. Sempre acordo às 5:30 para fazer meu delicioso café e me jogar na rede que dá de frente para o morro só para ver o sol nascer. Sentirei saudade daqui,confesso, mas preciso conhecer outras coisas.

- Lorenzo?! - Meu pai aparece na porta.

- Opa, bom dia pai.

- O seu ônibus sai às 11:30, Guilherme vai te esperar na rodoviária - diz saindo do meu campo de visão.

- Pai, espera - me levanto e o sigo -Prometo que se eu não conseguir algo eu volto...

- Eu acredito filho, sua mãe que não está aceitando isso muito bem.

- Eu não aceito o que, Roberto?! - Diz minha mãe de braços cruzados - Não era você que insistiu durante duas semanas para que eu convencesse o Lorenzo para não ir?! Que era capaz de ele encontrar aquela jacutinga?! Ah, devo lembrar que também pediu ajuda para esconder a passagem dele.

Meu pai sorri e coça sua nuca, ele sempre faz isso quando está sem graça. Puxo os dois para um abraço apertado, sentiria saudades de casa, da cidade e principalmente deles.

- Amo vocês dois, não esqueçam disso.

- Como que uma mãe e um pai vai esquecer de um filho? - Minha mãe me olhou com carinho - Principalmente um filho como você, meu bem.

Passei o máximo de tempo que pude com eles e quando deu 11:20 já estava dentro do ônibus, minha mãe acenava com um semblante um pouco triste, mas mantinha um sorriso no rosto, meu pai estava a abraçando.
O motorista avisou que iria dar a partida e a distância entre meus pais e eu crescia, a paisagem durante a viagem é uma das coisas que mais gosto, me acalma de certa forma. Ao perceber que já estava longe, meu peito se encheu de emoção : Minha vida vai mudar e algo me diz que será excitante.

O Babá Irresistível - DISPONÍVEL COMPLETO NA DREAMEWhere stories live. Discover now