Desventuras em Série

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(Book Trailler do Livro-midea)

A vida é mesmo uma montanha russa, existem momentos em que estamos no alto, admirando toda imensidão e beleza do céu, vendo as pessoas pequenininhas lá em baixo, mas, em outros momentos nos encontramos descendo rapidamente em direção a um abismo que não se tem fim. Meu nome é Agatha Sullivan, tenho dezenove anos e curso direito, não por escolha própria, mas, sim, por influência e digamos que, "genética familiar". Quando se tem pais advogados influentes, escolher outra profissão que não seja ganhar muito dinheiro, enquanto defende alguns inocentes, mas, principalmente muitos culpados é quase uma afronta contra seu ciclo social.

Sempre fui rodeada de amigos, todos buscavam estar ao meu lado, era bonito ter uma amiga de classe alta, que lhes proporcionava boas festas, restaurantes caros e viagens.

Mas tudo não passava de uma enorme mentira, na frente de todos eu era feliz...porém quando chegava em meu quarto, nada preenchia o vazio que tomava meu ser solitário e obscuro. A minha máscara de pessoa durona e bem resolvida desmoronava, me deixando só com a solidão e meus monstros. Em meio a sociedade era capaz de me sentir tão forte, mas ali deitada em minha cama eu era inferior e frágil como uma taça de cristal.

Cursava direito na faculdade mais prestigiada de Goiânia no periodo da manhã, sempre quis encontrar um emprego. Apesar dos meus pais terem uma vida boa e morarmos em um luxuoso condominio, desejava poder comprar as minhas coisas, usufruir daquilo que desejasse. Na verdade nunca fui considerada filinha de papai para eles, se eu quisesse algo teria que lutar por isso. Ao terminar a aula segui diretamente para casa, mamãe e papai chegariam de viagem e eu precisava estar pronta para recebe-los, era necessário uma boa roupa, entregar-lhes boas noticias, dizer o quanto eu estava indo bem nas aulas e mostrar minhas notas e projetos futuros no jantar. todos tínhamos uma meta e precisávamos cumpri-la e trazer a mesa todas as noites.

Agatha: Mãe, onde você esta? já cheguei da faculdade!

Um homem negro, cabelos grisalhos de aparentemente cinquenta e poucos anos e estatura além do padrão surge em minha frente, vestido um fino terno verde e de semblante indecifrável.

Agatha: O que o senhor esta fazendo aqui em minha casa?

Sargento: eu sou o sargento Kennedy e seus pais acabaram de falecer em um acidente de carro quanto voltavam para casa, sinto muito senhorita Sullivan eles não resistiram antes de chegar ao hospital, estavam sem cinto de segurança.

A voz daquele homem parou de ser ouvida, quando o mesmo dissera que meus pais haviam falecido, como tudo aquilo estava acontecendo, por que estava acontecendo?
Não sabia o que fazer, de repente vi meu mundo desabar, meus pais eram as únicas pessoas que eu tinha em minha vida. Como sobreviveria sem eles? Éramos só nós três e mais ninguém.

Senti meu corpo se desfalecer e meus olhos se fecharem, acordando em um quarto de hospital claro o bastante para arder os meus olhos.

Doutora: Bom dia, sou a doutora Luciana. Como se sente?

Agatha: Eu não sei, o que aconteceu? Como vim para aqui? - Indago Olhando ao redor daquele quarto todo pintado de branco e azul.

Dr Luciana: Ao receber a noticia, de que seus pais haviam falecido você não conseguiu suportar, desmaiando logo em seguida.
- Ao ouvir, meus olhos se enchem de lágrimas mais uma vez...sinto todo meu corpo estremecer novamente. Não havia sido apenas um sonho, meus pais morreram e eu estava só.

Kennedy: Com licença, precisamos que a senhorita Agatha venha conosco, para fazer o reconhecimento do corpo e preparar tudo para o sepultamento.

Dr Luciana: Ela não se sente bem, não teria como esperar.

Agatha: Não precisa, já me sinto melhor. Muito obrigada. - Digo me levantando com cuidado, vestindo-me e seguindo com o Sargento.

Me dirijo até a funerária acompanhada de Kennedy, reconheço o corpo de meus pais, apesar das cicatrizes que haviam em seus rostos.

Advogado: Senhorita, Agatha. Meus pêsames. - Um senhor de cabelos brancos, terno caro e sapatos brilhantes, aproxima-se de mim, quando me encontro na sala de espera da funerária.

Agatha: Obrigada, o senhor é? - Me levanto lhe apertando a mão, forçando um sorriso.

Gilberto: Gilberto Lamare, advogado dos seus pais. Gostaria de falar sobre o testamento e a situação que eles se encontravam.

Agatha: Me desculpe, mas não tenho cabeça para isso, meus pais acabaram de morrer, só quero poder enterra-los.

Gilberto: Claro, peço desculpas. Poderíamos nos encontrar amanhã às dez horas? No banco em que seus pais eram cadastrados?

Agatha: An...sim, claro. Obrigada. - O mesmo me entrega seu cartão e segue para a saída.

Recepcionista: Então fica assim, amanhã a tarde será o sepultamento. Como vocês tinham plano funerário, iremos enterra-los no jazigo da família.

Agatha: Que bom, agradeço a atenção. Agora preciso ir, acho que uma noite de sono irá me ajudar.

Recepcionista: Fique a vontade, até mais querida. - A mulher diz por fim, enquanto vou para fora do lugar, pegando um taxi me dirigindo até o condomínio.

Não consegui comer nada e muito menos dormir, a insônia vestida de tristeza invadiu todo meu coração e chegou aos meus olhos, os deixando aberto por toda noite.


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QUANDO É A PESSOA CERTA!  Disponível DreameOnde as histórias ganham vida. Descobre agora