Era uma tarde de domingo.
Momo e Dahyun estavam aproveitando um
dos raros dias de folga de Dahyun para se divertir.
Marcaram um
encontro e visitaram os lugares da região.
Especificamente, aqueles
que não tinham a ver com infestação de demônios.
Primeiro, um café local para um brunch, depois uma galeria de arte e,
por fim, um parque. Por fim, planejaram uma noite no tipo de
restaurante que você não encontra no Purgatório.
Ou seja, o tipo que
oferece mais do que cerveja, asas de frango e garotas.
As três primeiras partes do plano foram excelentes, deixando-os
animados quando chegaram ao jantar.
E foi aí que as coisas começaram a piorar.
Ah, o restaurante era ótimo.
A comida era boa, o ambiente agradável e
o atendimento ótimo.
Na verdade, o atendimento foi um pouco
exagerado.
A garçonete flertava descaradamente com Dahyun desde o momento
em que se sentaram.
Ela fez um show puxando a cadeira de Dahyun
para acomodá-la, deixando a mão pousada em suas costas por tempo
demais para o conforto.
Ela passou uma eternidade ajudando Dahyun
a escolher o cardápio, rindo e brincando com ela por tanto tempo que
Momo não tinha ideia de como ela não foi chamada de volta pela
gerência.
E então ela ignorou Momo completamente.
Então, ela agiu
como se tivesse todos os motivos para acreditar que Dahyun faria o
pedido para os dois.
Momo quase surtou e gritou que eles não eram
um casal hétero dos anos 1960 e que ela poderia pedir sua própria
comida.
Mas ela conteve essa vontade para não estragar o encontro.
A pior parte não era o flerte, ah, não, era que Dahyun não fazia
absolutamente nada para impedi-lo.
Ela estava rindo das piadas dela!
Ela estava deixando ela "ajudar a navegar pelo menu" Ela nem
estava afastando as mãos que vagavam (ok, tudo bem: elas podem
não ter se afastado muito, na verdade. Mas ela ainda conseguia
cortar o contato).
Momo ficou fervendo de raiva durante todo o jantar.
Só porque
Dahyun era uma pessoa legal não significava que ela tinha que deixar
isso acontecer na frente da namorada.
Ela não poderia ter ficado mais
feliz quando a garçonete finalmente parou de falar ambíguo sobre a
comida depois que terminaram e trouxe a conta.
"Por favor, volte."
A garçonete falou com Dahyun (claro).
"A gente
costuma receber casais mais velhos e figurinos ricos. Não é sempre
que encontro gente bonitinha e interessante como você." Seus dedos
deslizaram pelas costas da mão de Dahyun enquanto ela lhe entregava
a conta (claro).
"Tenho certeza de que adoraríamos, mas eu e a Momo não temos
muito tempo livre para vir tão longe." Dahyun continuou sorrindo.
"Foi
um milagre termos conseguido reservar uma mesa só neste fim de
semana que temos."
"Graças a Deus!", pensou Momo.
"Ah, não se preocupe com reservas!" A garçonete arrancou a cópia do
recibo da mão de Dahyun e rabiscou algo no verso.
"Esse é o meu
número, se quiser passar por aqui, é só me ligar. Tenho certeza de que
consigo encontrar uma brecha na nossa agenda que você possa
preencher."
