─── Obrigada ─── sorri, meio sem jeito.

─── Espero que você não se importe com música alta, conversas até tarde e... festas ocasionais ─── ela piscou, como se aquilo fosse um aviso e convite ao mesmo tempo.

Enquanto isso, a menina do piano virou-se lentamente no banquinho, apoiando o queixo nas mãos e sorrindo de um jeito tão doce que quase derretia.

─── Eu sou a Leah ─── disse, num tom de voz suave que contrastava com a melodia que tocava segundos antes. ─── Não se preocupe, eu cuido para que elas não aprontem demais.

─── Ei! ─── Helena fingiu ofensa, mas ria.

Leah caminhou até mim e segurou minha mão com delicadeza, como se aquele gesto fosse uma forma silenciosa de dizer que estava feliz por eu estar ali.

─── Qualquer coisa que você precisar, de conselho sobre a escola até chá quente pra acalmar, pode falar comigo. ─── comentou ela

Helena encarou a garota sentada no pufe e tendo chama-la uma ou duas vezes antes de pegar uma almofada do chao e tacar em sua direção.

Ela se assustou e tirou seus fones tentando atender a situação

─── A Novata chegou, idiota! ───Brincou Helena. A garota de okhos azuis nao pareceu se ofender, pelo contrário, ela riu

─── Eu sou a Maddy ─── disse ela ainda rindo do susto do travesseiro.  Mas entao ela me encarou confusa ─── Você ronca?

Fiquei um pouco surpresa pela pergunta, mas neguei com um aceno rápido.

─── Ótimo ─── respondeu, voltando os olhos para o livro. Pausou por um instante, ergueu o olhar novamente e, com um meio sorriso, completou: ─── Seja bem-vinda. E, só pra constar, se alguém tentar mexer nas suas coisas sem permissão, me chama. Eu resolvo.

Não consegui evitar uma risada curta. Havia algo nela que era ao mesmo tempo engraçado e tranquilizador, como se eu tivesse acabado de ganhar uma guardiã meio rabugenta.

─── Você vai se acostumar ─── Leah disse, rindo.

─── Não, ela vai amar ─── Helena corrigiu, pegando minha mala e empurrando para o canto vazio que claramente seria meu espaço. ─── Então, Sarah, o que você acha de começar com um tour não-oficial do quarto?

Dior, ainda na porta, cruzou os braços e sorriu para mim.

─── Acho que você está em boas mãos ─── comentou ela

Antes que Dior desse o primeiro passo para ir embora, uma sombra surgiu no batente da porta. Era um garoto um pouco mais velho que ela, com braços largos e fortes, o cabelo castanho-escuro levemente ondulado caindo de forma despreocupada sobre a testa, olhos castanhos expressivos e pele clara. Ele segurava dois buquês enormes de rosas, cada um envolto em um papel delicado.

─── Charlie! ─── Dior praticamente gritou, largando a minha mala no chão e correndo até ele. O abraço que se seguiria parecia esmagar ossos, mas os dois riam como se não se vissem há anos. Ela chegou a dar pequenos pulos de empolgação, o que fez as flores balançarem perigosamente. ─── Eu tava morrendo de saudades!

─── Eu também, pestinha ─── respondeu ele, dando um leve apertão no ombro dela. A intimidade era tão evidente que não precisava de legenda: era o tipo de carinho que se vê entre irmãos de verdade, mesmo que não compartilhassem o mesmo sangue.

Helena, que até então observava a cena com um sorriso curioso, arqueou uma sobrancelha.

─── Charlie, eu não tinha ouvido falar que você já tinha se formado no ano passado?

𝗠𝗔𝗡𝗨𝗔𝗟 𝗗𝗘 𝗦𝗢𝗕𝗥𝗘𝗩𝗜𝗩Ê𝗡𝗖𝗜𝗔 𝗗𝗢 𝗔𝗠𝗢𝗥 ᵂᵃˡᵏᵉʳ ˢᶜᵒᵇᵉˡˡ Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon