Foi suficiente um desentendimento infantil entre Apollo e Cecilia para uma possível amizade se tornar ódio mútuo.
Entre provocações, indiretas e encontros inesperados, eles vão descobrir que a linha entre amor e ódio é mais fina do que uma rima.
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E se Hip Hop um dia mudou sua vida Acredita, acredita!
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Autora, Point of view São Paulo- Brasil 2017
Cecília tinha 15 anos quando viu sua primeira batalha de rima. Ela estava andando completamente perdida em uma praça, ouvindo música em seus fones de ouvido, quando ouviu o barulho de uma multidão. Sua curiosidade foi alta e ela se aproximou, tentando não chamar atenção. A praça estava cheia de pessoas, todas gritando. No centro da praça, dois homens estavam rimando, seus versos fluindo como um rio. Cecília estava hipnotizada, seus olhos presos nos dois MCs.
A atmosfera era elétrica, a energia da multidão era contagiante. Cecília se sentiu atraída pelas palavras, pelo ritmo. Ela estava tão encantada que sequer percebeu que a batalha havia acabado e que as pessoas estavam indo embora. Ela não queria ir para casa, ela não queria se sentir sozinha novamente, ela queria que aquilo que ela tinha visto fosse pra sempre. Então se afastou da multidão e se sentou em um banco da praça, ainda olhando para o lugar onde a batalha havia acontecido. Até que sentiu alguém se sentando ao lado dela.
- Primeira vez? - disse um homem magro com o cabelo descolorido, um pouco mais velho do que ela. Ao seu lado estava um garoto que parecia ter a mesma idade dela.
- É tão óbvio? - ela soltou uma risadinha.
- Não tanto, mas você está olhando pra lá como eu olhei na minha primeira vez - disse o homem mais velho.
- Faz dez minutos que nós estamos aqui e você nem percebeu parceira - disse o mais novo.
Depois dessas palavras, Cecília não soube explicar na hora o que sentiu. Apenas olhou para eles com um olhar diferente, se sentindo diferente.
- Meu nome é Cecília - ela estendeu a mão se apresentando.
- O meu é Kant e esse aqui é o Thiago - apontou para o mais novo.
- Vem com a gente, vou te apresentar para os MCs - disse Kant.
- MCs? - ela perguntou com uma cara que não estava entendendo nada.
- É parceira, pelo jeito você nunca nem ouviu falar de batalha, né? - ela continuou com a mesma cara.
- Jesus Cristo, só vem com a gente - disse Thiago, rindo.
Eles saíram, e Cecília hesitou em seguir eles. Mas sua curiosidade foi maior do que ela. Ela apenas seguiu.
Quando chegaram em um canto da praça, Cecília viu um grupo de pessoas que ela reconheceu como os MCs que haviam rimado na batalha. Kant apresentou-a ao grupo, e Cecília se sentiu abraçada, acolhida e protegida pelo calor e segurança daquelas pessoas. Como se todo o peso do mundo tivesse sido tirado de seus ombros, deixando-a leve e em paz.
Ela sabia que a partir daquele instante sua vida iria mudar, que a partir daquele instante ela não conseguiria ficar longe daquele sentimento, daquela cultura e daquelas pessoas.
Ela ainda não sabia que aquilo ia virar parte da sua vida, ela não sabia que a partir daquele dia ela não ia estar mais sozinha, ela não sabia que a partir daquele dia o hip hop mudaria e salvaria sua vida.
Mas ela estava perto de descobrir.
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Notes
- Oi amores! os primeiros capítulo vão ser curtos para mostrar como a nossa Ceci entrou para esse mundo
