Capítulo 21 - Luhísa

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- Então porque ele me mandou cuidar desse monstro? – Escuto o rosnado de Poke e ignoro.

- Só ele pode dizer isso.

Depois disso, ele voltou a ficar calado. Eu também não tinha muito que dizer, e nem podia também. Ele é funcionário do Theo, conhece a esposa dele. Não posso dar um vacilo, vai que eu fale alguma merda e ele conta tudo?

Acabei cochilando, Charles me acordou quando chegamos. Ele desceu e abriu a porta para mim, o que agradeci. Mas parei no mesmo momento, quando vi Theodor parado com os braços cruzados na frente da recepção, e uma louca – vulgo Ângela – correndo até o carro.

Ignorei o que ela estava dizendo sobre o diabo do Poke, e fui pegar minha mochila. Então fui em direção à recepção, sentia os olhos dele cravados em mim, acompanhando todos os meus movimentos. Suspirei.

- Bom dia, senhor Gross – sorri falsamente pra ele, que estreitou os olhos para mim.

- Bom dia, senhorita Dawson.

Passei por ele, que não veio atrás de mim, porque a louca gritou o nome dele. Que mulherzinha histérica. Descobri que meu nome já estava cadastrado, e que a casa onde eu ficaria era afastada.

O que só tinha uma explicação coerente. Theodor!

Revirei meus olhos quando peguei a chave e segui até lá. Joguei minha mochila num canto qualquer e soltei meus cabelos que estavam no coque. Peguei apenas meu celular a abri dois botões da minha blusa, revelando o biquíni vermelho que eu usava.

Eu já vim arrumada, para matar Theodor Gross. Short jeans, rasteirinha, uma blusa branca de botões e meu menor biquíni. Sabia que isso não eram roupas apropriadas para uma reunião, mas estamos num hotel fazenda, nunca que eu andaria toda vestida.

Tranquei tudo e segui pela trilha que voltava para civilização... Se Theo acha que vou abrir a porta da cabana para ele, está muito enganado. Ele vai pagar muito caro, por ter feito essa brincadeira de mau gosto. Para minha infelicidade e aumento da minha enorme raiva, quem eu vejo vindo em minha direção batendo as pernas e com um pulguento no colo?

Ela mesmo... A rainha das trevas... A maior perua da face da terra...

"A corna"

Ri do meu pensamento, mas fechei a cara quando vi que ela falava alguma coisa – quer dizer... Gritava. Fingi que não era comigo, afinal eu não trabalhava para ela. Continuei andando.

- Luhísa! Estou falando com você. – Gritou igual a uma hiena, voz fina...

Ok... Parei... Isso foi coisa da minha mente, estou parecendo minha consciência que vive com recalque. Parei e respirei fundo, virei com um sorriso amarelo no meu rosto e cruzei os braços.

- O que deseja?

Tentei não soar debochada, mas era difícil. Essa mulher já me tirava do sério antes, agora então... Quero estrangular seu pescoço. E isso não é pelo fato deu ter transado com o marido dela, não... Se fosse outra, eu sentiria pena e remorso, mas com Ângela? Eu achava bem feito.

- Você é louca? Além de pegar meu bebê...

Sabe aquele momento que você sabe que a pessoa tá falando um cado de merda, e você só escuta "Blá blá blá... blá blá blá... Whiska Sachê??" Era o que estava acontecendo no momento, eu não tinha que escuta-la...

- Pode parando. – Falei levantando a mão. – Um... Eu trabalho para o seu marido e não para a senhora, meu trabalho não inclui cuidar de um cão e outra, se quer brigar vá fazer isso com seu marido.

A AmanteWhere stories live. Discover now