Capítulo Vinte | "...Vagabundo?..."

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"A minha luz, minha preta foi embora sem espreita
Levou consigo o meu coração, nossas memórias e o meu possível perdão
Sem ela só sobrou solidão, amargou e o sentimento de não ter sido o suficiente para conquistar o seu coração."

Quatro anos atrás

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Quatro anos atrás.

- Acorda porra! - Abro os olhos com fervor quando ouço a voz do filha da puta do carcereiro. - Está achando que é SPA? Eu quero essa cela bem arrumadinha, anda! - Filho da puta.

Quando os seus passos se distanciam, eu finalmente me levanto sentindo as minhas costas doerem pelo treino intenso de ontem. Respiro fundo andando descalço pelo cômodo pequeno e estreito, até chegar ao banheiro.

Já fazem meses que eu estou nesse lugar. Eu não aguento mais ficar preso como um pássaro, sem poder ver a minha mãe, saber se ela está bem e ir atrás do paradeiro da minha mulher.

Eu já estive pior, dividia cela com outros cinco homens até alguns meses, porém com a ajuda do Gael, eu finalmente consegui um lugar mais privativo. O L7 está conquistando o morro e conseguindo deixar a minha "estadia" na prisão, muito melhor.

O filho da puta vem me visitar às vezes, já está atrás de alguém para me tirar daqui.

Ao molhar o rosto e me olhar no espelho, eu vejo apenas os destroços de alguém quebrado, amargurado.

Eu posso ser considerado alguém com um humor duvidoso, até simpático... Mas algo dentro de mim mudou quando eu vi ela me dar as costas, acreditando em uma mentira estúpida. Eu não me importo de estar preso, já virou rotina, mas eu finalmente tinha me entregado para alguém e ela foi embora.

Não sou mais o Cabelinho de antes e não sei se desejo voltar a ser.

- Você deu sorte, chefia. - Coloco a camiseta ao sair do banheiro. - Sua mãe está aí.

Sorriu por dentro. Pela primeira vez em meses, ela veio me visitar. Espero que com boas notícias.

Me aproximo do carcereiro, estendendo os meus punhos quando a cela é aberta. O mesmo coloca as algemas frias ao redor dos meus pulsos e me guia até a sala de visita privativa.

Outra regalia que eu consegui com o Gael.

Ao chegar, o policial abre a porta da pequena sala e eu finalmente entro, sentindo o cheiro familiar da minha mãe.

- Uma hora, já sabe das regras. - E saiu, batendo a porta.

Mal educado.

Levanto o olhar quando finalmente estamos sozinhos e vejo a imagem da minha mãe. Bonita, com seus cabelos cacheados em um coque frouxo, suas roupas simples e uma cesta enorme com um cheiro ótimo.

- Mãe? - Estou me tremendo pela sua reação. Não vou aguentar mais uma rejeição.

- Meu filho! - Deixo um sorriso escapar quando os seus braços calorosos estão ao meu redor e fecho os olhos aproveitando o seu cheiro de mãe. - Como você está? Estão te tratando bem? O meu amor... Eu estava com tantas saudades de você! - Se embola nas palavras enquanto me toca, verificando todos os cantos do meu corpo de maneira desesperada.

Morena NobreDonde viven las historias. Descúbrelo ahora