𝐀 𝐅𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐨 𝐂𝐨𝐧𝐪𝐮𝐢𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫💫𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨

━ xix. ♕

Ele reprime os lábios. Deito de lado, me acomodando em meu braço.

— Você... foi para cama com Robert?

— Não. Jamais — digo. — Por quê?

Maegor suspira, parecendo aliviado, mas me lança um olhar de ciúmes.

— Você transa com metade das mulheres de Porto Real. Não poderia ficar bravo se eu fizesse isso.

— Tem razão, eu não poderia. Apesar que não fico com mais ninguém, Shaena.

Ele respira fundo e sinto que vai me dizer algo, então espero.

— Não... Simplesmente, não consigo.

— Não consegue o quê?

Maegor bufa, corando.

— Não consigo transar com outras depois da noite que passamos juntos, ok? Ele não... sobe — eu tento prender a risada, mas ela está aparecendo e... — Não ouse rir de mim.

Gargalho alto e ele xinga, me puxando para si. Meu plano de ficar longe morre e eu rio mais alto com suas cócegas, até que pare. Uma vez em cima dele, eu só paro e reparo nele. Seus olhos. Sua boca.

Não consigo parar de encarar.

— Você é linda. É muito irritante isso.

— Eu sei que sou perfeita — provoco e ele ri e eu rio junto.

Percebo sua mão em minha bunda, subindo até minhas costas num toque delicado e perigoso. É doce demais. E perigoso também.

— O que acontece agora? — pergunto, mesmo que me odeie por isso.

— Eu vou embora — ele suspira. — e você vai se casar.

Ele ergue a mão e separa uma mecha do meu cabelo, torcendo-a entre os dedos antes de soltá-la suavemente.

— Você não precisa ir — digo, procurando uma solução. — Fique com a gente. Somos uma família e temos um pacto de sangue...

— Eu preciso ir, Shae. Pela primeira vez na minha vida, posso fazer uma escolha própria. E eu quero isso.

Eu suspiro, me jogando na cama, exausta. Meu corpo parece pesado, como se todo o calor que nos envolvia minutos atrás tivesse se dissipado, deixando apenas um frio sufocante para trás.

— Não estou falando por mim. Estou falando por Aenys. Ele sempre sofreu por você ficar longe e agora você vai se aventurar em uma guerra e...

— Shae — Maegor toca meu rosto, forçando-me a olhá-lo. Seu polegar desliza pela minha pele, e eu fecho os olhos por um segundo, tentando sentir o efeito que ele tem sobre mim. — Não me preocupo com isso.

— Mas ele...

— Ele terá você — Maegor me interrompe. — E vocês terão uma vida de casados muito ocupada para se importar comigo.

Meu peito aperta.

— Não diga isso...

Mas ele apenas observa meu rosto em silêncio, os olhos percorrendo cada traço como se quisesse memorizá-lo.

— Eu deveria voltar para o casamento de vocês — diz, sem rodeios. — Mas não sei se consigo. Não seria fácil para mim.

Eu sei que ele não está falando de tempo.

Ele poderia voltar. Ele poderia estar lá quando eu vestisse o manto valiriano nupcial, quando ajoelhasse diante dos deuses, quando fizesse o pacto de fogo e sangue e dissesse meus votos a Aenys.