Reborn as a good child

Jiang-ge está com problemas

O carro disparou pela cidade e parou bruscamente em frente ao The Dusky Alley. Os dois homens desceram do carro. Seus olhos vasculharam cada canto do bar, até que avistaram um grupo de homens aglomerados em um canto da sala.

YiHan e JingYuan se entreolharam e rapidamente caminharam até o grupo. Separaram dois homens da multidão para investigar o que observavam. Como esperado, era Jiang Hua. Suas pálpebras estavam caídas, e ele permanecia atrás de dois jovens – um vestindo terno de negócios e outro com uniforme de garçom. O trio estava cercado por uma roda de homens que tentavam agarrar Jiang Hua. Um dos homens musculosos segurava o braço de Jiang Hua. Os dois protetores de Jiang Hua tentavam, sem sucesso, soltar o aperto do homem. Eles não eram altos nem musculosos. Jiang Hua estava tão bêbado que precisava de ajuda só para ficar em pé. Os dois homens precisavam se concentrar em apoiar Jiang Hua e protegê-lo do grupo ao redor. O terno do jovem de negócios estava com a gravata torta, e suas roupas estavam desarrumadas. O laço do garçom também mal se prendia ao colarinho. Ambos estavam tão apavorados que pareciam desleixados.

— Eu disse que sou amigo dele, — disse o homem que segurava o braço de Jiang Hua. — Quem é você? Solte-o. Ou quer sequestrá-lo?

YiHan soltou um "Jiang‑ge" e correu direto para a briga. JingYuan rapidamente puxou YiHan para o lado e agarrou o pulso que segurava o braço de Jiang Hua. Com força, JingYuan arrancou a mão, fazendo o homem soltar em dor. Em seguida, JingYuan deu um chute no estômago do homem, que gemeu de agonia e recuou alguns passos.

Os demais homens que cercavam Jiang Hua e seus dois protetores trocaram olhares antes de avançarem em massa contra JingYuan. Apreensivo e temendo que JingYuan fosse subjugado, YiHan também avançou. Ao ver YiHan se juntando à briga, JingYuan garantiu rapidamente que estaria sempre ao lado de YiHan para que seu amado não se machucasse. O protetor de Jiang Hua, vestindo terno, entregou o homem bêbado ao garçom que estava ao lado e então se lançou para a luta também. Não se deixe enganar pela sua aparência esguia; o homem lutava com fúria, socando e investindo contra todos que alcançava. Enquanto a briga acontecia, Chen Feng e seus homens finalmente chegaram, empurrando a multidão para entrar na luta. JingYuan puxou YiHan para fora do tumulto enquanto os homens de Chen Feng cuidavam dos demais brigões. Chen Feng e sua equipe, ex-militares, eram lutadores muito fortes. A maré virou e a briga logo terminou. Os agressores de Jiang Hua – todos os oito – foram derrubados no chão.

Todo o bar silenciou; o ambiente ficou tão calmo que dava para ouvir um alfinete cair.

— Vocês estão malucos? — disse um dos homens pressionados, magro como um macaco. — Por que estão nos atacando sem motivo?

— Eu deveria ter ficado parado e assistido enquanto vocês levavam meu cunhado? — ressoou a voz profunda de JingYuan.

YiHan limpou a garganta suavemente e cutucou JingYuan com o cotovelo enquanto desviava o olhar.

O homem ficou surpreso. Após um instante, ele cuspiu, com os dentes cerrados: — Que besteira é essa que você está dizendo? Sou amigo dele. Nunca ouvi ele mencionar um parente como você. O quê? Você ia sequestrá-lo, não é?

Os olhos de JingYuan perfuraram o homem. — Oh? Vocês são amigos? Qual é o nome dele então?

— Claro que sou, — insistiu teimosamente o homem. — Mas por que eu contaria para você, um estranho?

— Eu também sei, — respondeu JingYuan. — Mas posso te dizer, mesmo para um estranho: o sobrenome dele é Jiang e ele faz parte da família Bai. Você não merece sequer tocar nele. Se vocês tivessem fugido com esses desgraçados antes de nossa chegada, talvez eu tivesse deixado pra lá. Mas, infelizmente, você se recusa a desistir. Agora, ninguém pode te salvar.

O homem ficou apreensivo ao ouvir "a família Bai", mas continuou protestando: — Quem pode saber se você está dizendo a verdade? Você só está tentando nos intimidar.

Chen Feng avançou e deu um tapa na nuca do homem capturado. — Quem você pensa que é? — disse com desdém. — Você não passa de um ninguém. Acha que vale a pena que o Sr. Mu lhe minta? Você se acha muito.

YiHan se adiantou para ajudar Jiang Hua, envolvendo o braço do homem bêbado nos ombros. Em seguida, acariciou gentilmente o rosto do homem. — Jiang‑ge? — chamou suavemente YiHan. — Jiang‑ge, você me ouve? Eu sou YiHan. Você me reconhece?

Jiang Hua semicerrava os olhos e sussurrava o nome do jovem, mas falava tão baixo e arrastado que era difícil entender.

O garçom, que estava ao lado de Jiang Hua, não soltou o jovem enquanto YiHan se aproximava. — Você é da família dele? — perguntou o rapaz, franzindo o cenho.

YiHan sorriu para o homem, que estava desarrumado, e respondeu: — Você é o garçom que me ligou agora mesmo? Meu sobrenome é Bai. Na ligação, eu disse: "Por favor, atrase-os. Não deixe ninguém levá-lo. Estarei aí logo!" Você acredita em mim? Enquanto dizia isso, YiHan sacou o telefone e discou o número de Jiang Hua.

Música ecoava pelo bar quando um telefone no chão se iluminou. Chen Feng foi pegar o aparelho e o passou para YiHan.

— Olhe, — disse YiHan, mostrando o telefone que tocava para o garçom. — Você usou este telefone para me ligar agora? O garçom pegou o telefone e olhou para ele. Na tela rachada, aparecia "Brother" como identificador da chamada. A tensão se dissipou dele.

— Minhas desculpas, — disse o garçom, de forma apologética. — Aquela turma de homens não parava de falar sobre como eram amigos ou conhecidos dele. Isso me deixou paranoico. Em seguida, entregou Jiang Hua a YiHan.

Ao se posicionar para suportar o peso de Jiang Hua, YiHan sorriu agradecido para o garçom e disse: — O que você fez foi o certo. Obrigado por me ligar. Quem sabe o que teria acontecido se não tivesse? Qual é o seu nome? Eu sou Bai YiHan, da família Bai. Nossa família é extremamente grata pelo que você fez hoje!

Jiang Hua estava tão bêbado que suas pernas tremiam, mal conseguia se sustentar. Não importava o quão magro fosse, ele ainda era um homem adulto. JingYuan percebeu que YiHan estava se esforçando, então se adiantou e retirou Jiang Hua das mãos de YiHan.

O garçom ficou surpreso com a declaração de YiHan. Não imaginava que entre os convidados havia homens tão poderosos.

— Não, não, — disse o garçom, abanando a cabeça e gesticulando com a mão. — Eu só achei que aqueles homens não pareciam bons e me intrometi onde não devia. Não precisa me agradecer. Além disso, o homem que acabou de me ajudar fez muito por mim. Se não fosse por ele, eu não teria conseguido atrasá-los tanto tempo.

YiHan estava de bom humor por ter conseguido salvar Jiang Hua. Ele riu e respondeu: — Não diga isso. Pode parecer que me intrometo, mas você nos salvou de um grande desastre. Agradecimentos são imprescindíveis.

O jovem garçom continuou a balançar a cabeça, sem dizer seu nome. JingYuan lançou um olhar para o homem. — Zhu Xun? — leu JingYuan a partir da etiqueta do garçom. — Que bom nome. Só então o jovem se lembrou de cobrir a etiqueta de identificação. Ao ouvir YiHan rir novamente, um rubor vermelho tomou seu rosto.

YiHan então olhou para o outro protetor de Jiang Hua, o homem de terno, sorriu e disse: — Muito obrigado por ajudar. Serei eternamente grato. O outro homem endireitou seu traje, aproximou-se e respondeu: — Com licença, você é... é o Pequeno Mestre da família Bai? Eu sou Lu FengYu. Sou... amigo do Secretário Jiang. YiHan examinou o homem atentamente. O tumulto anterior o distraiu, mas agora, depois que o homem se ajeitou, YiHan percebeu que ele era bastante bonito. Lembrou-se de como o homem lutou com fúria para proteger Jiang Hua e de como foi furioso na briga. De qualquer forma, esse homem não parecia um "amigo" comum de YiHan. Mesmo que fosse próximo de Jiang Hua, YiHan jamais o tinha ouvido mencionar por outro homem – agora bêbado.

Os olhares preocupados de Lu FengYu para Jiang Hua acenderam algo na mente de YiHan. Provavelmente, era unilateral. É verdade. Com o charme e o status de Jiang Hua, é natural que alguém desenvolva sentimentos românticos por ele.

— Muito obrigado por proteger o Jiang‑ge agora, — disse YiHan, sorrindo novamente. — Eu te devo. Se houver algo em que eu possa ajudar futuramente, por favor, me avise.