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Os anos se passaram desde a despedida no aeroporto

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Os anos se passaram desde a despedida no aeroporto. MiKháel e sua mãe, Persefónes, haviam retornado ao Brasil, e a vida no Japão seguiu seu curso. Para Sae, porém, o vazio deixado por MiKháel parecia algo impossível de ignorar.

Mesmo quando mergulhava em treinos exaustivos e jogos intensos, sua mente frequentemente voltava ao garoto brasileiro que havia abalado sua visão do futebol e da vida. MiKháel era caótico, imprevisível, mas também brilhante. E, de certa forma, Sae havia se acostumado com sua presença.

Sae não era do tipo que expressava emoções facilmente, mas mantinha contato com MiKháel discretamente. Eles trocavam mensagens esporádicas, algo breve, quase mecânico, mas que para Sae era suficiente.

- "Vi seu jogo contra o Flamengo. Você está mais rápido."

A resposta de MiKháel sempre vinha carregada de energia:
- "Rápido? Só isso? Aposto que você continua jogando como um robô, Sae! Algum dia vou aí te ensinar como relaxar de novo, beleza?"

Essas trocas faziam parte da rotina de Sae, e, apesar de nunca admitir, ele sempre aguardava a próxima mensagem com uma ansiedade que o irritava.

No fundo de sua gaveta, Sae mantinha um caderno onde fazia anotações sobre os jogos de MiKháel. Ele assistia às partidas do brasileiro sempre que podia, analisando cada movimento, cada decisão no campo.

"Ele está mais confiante nos dribles... ainda se arrisca demais, mas compensa com a leitura de jogo."

O caderno era um segredo que nem mesmo Rin conhecia. Para Sae, aquilo era mais do que estudo; era uma maneira de manter MiKháel por perto, mesmo estando a um oceano de distância.

Shidou Ryusei, por outro lado, tornou-se uma constane na vida de Sae. Após aquele primeiro encontro no campo improvisado, Shidou havia encontrado uma maneira de se infiltrar na rotina de Sae, com sua personalidade caótica e imprevisível, quase uma lembrança de MiKháel, mas com uma intensidade completamente diferente.

No começo, Sae tolerava Shidou apenas como um jogador talentoso. Porém, com o tempo, ele começou a perceber que Shidou era muito mais do que um simples talento bruto.

Jogando juntos, Shidou trazia algo que Sae não esperava: emoção. Para Shidou, o futebol era uma necessidade física, uma extensão de quem ele era, e ele fazia isso sem filtros.

- "Sae, você joga bem, mas às vezes parece que está morto por dentro. Onde está sua paixão?" - Shidou provocava, sempre com aquele sorriso travesso.

- "Minha paixão não precisa ser exibida como a sua." - Sae respondia, a voz fria, mas com um fundo de irritação.

- "Ah, então você guarda para alguém especial? Quem é? O tal brasileiro? Ou sou eu?"

Shidou sempre testava os limites de Sae, mas o que mais incomodava era que, às vezes, Sae não conseguia ignorar as provocações. Algo sobre Shidou o intrigava, o desafiava, e ele odiava o fato de estar começando a sentir algo semelhante ao que sentia por MiKháel.

O Sol, a Lua e o EclipseМесто, где живут истории. Откройте их для себя