A lógica da arte

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Não é todo dia que se recebe um pedido tão grande da academia, ainda mais como aquele. Poucos arquitetos eram ou artistas no geral chegavam ao nível de serem contatados pelos sábios para um projeto de tamanha importância. Quando Kaveh recebeu o chamado pela Akasha, convocando sua presença no salão dos sábios, sentiu um calafrio da ponta do dedo do pé até o topo da cabeça. Não sabia se sentia medo ou se ficava animado. Afinal, ser convocado pela academia poderia significar uma coisa muito boa, ou muito ruim.
BO frio na barriga o acompanhou durante todo o caminho, um nó no estômago apertando a cada passo que dava na escada, cada degrau mais próximo de ouvir a melhor ou pior coisa da sua vida. Para diminuir o impacto, se preparou para a pior coisa possível, por mais inevitável que fosse esta acontecer. Secava as mãos na roupa, suadas pelos nervosismo enquanto a porta lhe era aberta. A mesa oval, rodeada dos grandes sábios que controlavam a academia, escolhidos a dedo depois de toda a revolução, o esperando. Os rostos serenos acalmavam seu coração levemente, mas ainda assim, sentia a nuca gelar vez ou outra.
- Que grande prazer é te ter aqui conosco, hoje, Luz do Kshahrewar- Anunciou uma das novas sábias- Venha, sente-se.
Sorriu enquanto sinalizava um assento vazio à frente de todos, em uma das pontas da mesa.

Tímido, agradeceu a recepção com uma cortesia, antes de se sentar no lugar guardado para si, suspirando em alívio pela simpaticidade da superior.
- Agradecemos a sua presença aqui hoje, Senhor Kaveh. Fomos comunicados de como o senhor costuma estar sempre ocupado.
Agradeceu mais um deles, colocando as mãos sob a mesa, juntando uma pequena pilha de papéis e os organizando com algumas batidas na madeira grossa e polida.

- O prazer é todo meu. De forma alguma eu não compareceria. Afinal, não é sempre que se recebe um pedido exclusivo desse.
Se questionava como estava conseguindo manter tanto a calma exterior, quando por dentro seu coração batia o triplo do que deveria.

- Bom, não queremos atrapalhar você ou seu trabalho exemplar, de forma alguma. Portanto, sejamos objetivos- Um terceiro falou, relativamente jovem, aparentemente cansado. O terceiro sábio folheava alguns papéis, os analisando vagamente antes de começar a falar- É de conhecimento geral a importância da Academia de Sumeru, não somente para a nossa nação, mas também para todos os territórios de Teyvat.
Kaveh concordou com a cabeça, cruzando os dedos das mãos sobre a mesa.

- Por este exato motivo, em conjunto com a coordenação de Kshahrewar, escolhemos você para liderar um projeto arquitetônico que será construído em homenagem às descobertas da academia e a sabedoria centenária de Sumeru.
Kaveh arregalava os olhos, tentando mastigar e digerir todas aquelas informações. Tudo parecia irreal. Era um projeto muito grande e de importância inquestionável. Justo quando se via no fundo do poço, no pior ponto de sua carreira, ali estava ele, recebendo aquele convite irrecusável.

- Você trabalhará juntamente com uma equipe de artistas, graduados e ainda em processo, que estão planejando monumentos e obras que representem nossa história como organização e nação. O seu trabalho é projetar um espaço onde estas obras serão expostas para a população.
Os sábios, então, continuam pontuando suas condições e requisitos, apresentando algumas ideias registradas em folhas e folhas de um extenso contrato. Kaveh sentia a cabeça latejar de tantas ideias. Imagens passando por sua cabeça, nomes de matérias, contas mirabolantes e paletas de cores únicas. Aquela era a chance de sua vida. A Academia estava colocando em suas mãos a maior responsabilidade que já teve em toda sua existência, era seu dever entregar o melhor trabalho de todos os tempos. Melhor do que qualquer outra coisa que um dia já projetou ou pensou. Deveria ser único, completo e mais do que perfeito ou qualquer adjetivo grandioso. Deveria ser a definição física de inimaginável.

Razão e emoção (Kaveh x Alhaitham)Where stories live. Discover now