De qualquer maneira, minha organização mental foi interrompida no momento em que chegamos a casa.
- Chegamos – avisou Meg, saltando do carro assim que pagou o motorista.
Emma e eu lhe acompanhamos.
Emma foi atrás da mãe, como boa filha que era e precisei respirar fundo - três vezes - antes de poder seguir as duas de perto. Peguei minha mala e a arrastei comigo na direção da casa que já me era tão conhecida.
Meg entrou e escancarou a porta para que eu pudesse passar com minha bagagem.
- Bem-vindo ao seu novo lar – ela sorriu abertamente para mim.
É claro que estava tentando fazer com que me sentisse, realmente, em casa. Mas todos sabíamos em nosso interior que aquela não era a minha casa e possivelmente, nunca viria a ser. Afastei esse pensamento como se tivesse afastando uma mosca.
Agarrando mais firme minha mala, segui Meg e Emma para dentro da casa.
Ignoramos todos os cômodos e subimos a grande escadaria para o segundo andar. Percorremos um corredor, não muito largo, mas comprido - com várias portas – e, por fim, paramos na penúltima, que estava entreaberta. Aquele seria o meu quarto, percebi, no momento que coloquei os pés no interior do cômodo.
– Bash fez alguns ajustes. – contou Meg, ainda parada na porta - Se você não gostar, pode mudar. – soou apreensiva.
Olhei ao redor e analisei as "mudanças".
As paredes tinham sido pintadas de um verde envelhecido e, espalhados pelas paredes havia alguns quadros. Eram quadros com cartazes de filmes: Guerra nas Estrelas, De Volta Para o Futuro e E.T. Tinha também uma bola de futebol guardada em cima da cadeira da escrivaninha e alguns pôsteres de times de futebol. Cheguei à conclusão que não havia absolutamente nada que quisesse mudar naquele quarto, ele estava perfeito para mim.
– Está ótimo. – comentei, sorrindo – Obrigado.
– Fico feliz que tenha gostado – respondeu ela – Ron, se você não se importa, eu preciso voltar ao trabalho.
– É claro! - joguei a mala em cima da cama - Pode deixar que me viro. – me apressei em dizer.
– Eu posso ajudar ele, mãe. – Emma falou, me pegando de surpresa com o som da sua voz.
Ela era tão quieta que às vezes esquecia da sua presença.
– Obrigada, querida. – Meg deu um beijo no topo da cabeça da filha. – Ok. Se comportem e não coloquem fogo em casa!
– Se colocarmos, o sistema de incêndio dá um jeito. – Emma revirou os olhos, me arrancando uma risada.
Meg revirou os olhos, olhou mais uma vez ao redor para ver se podia fazer mais alguma coisa por mim e, então, com um suspiro e um sorriso, deu as costas, deixando o quarto.
De repente estávamos apenas Emma e eu no cômodo e isso me apavorava.
– Você sabe que eu não vou realmente te ajudar, não é? – ela perguntou assim que se certificou que estávamos sozinhos, colocando uma mão na cintura, gesto que me fez arquear uma sobrancelha – Afinal você é um marmanjo, pode muito bem se virar sozinho.
– Quantos anos você tem? – me peguei perguntando diante de sua atitude.
- 11. Faço 12 anos daqui alguns meses. - respondeu e rolou os olhos - Não acredito que você não lembra.
Eu, provavelmente, a ofendi.
- Sério? – indaguei surpreso – Dá ultima vez que constatei... Você tinha apenas 5 anos! – brinquei, tentando quebrar o clima chato.
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RED! [REVISADA]
RomanceUma líder de torcida e um jogador, em um jogo com linhas tênues entre o amor e o ódio.
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