Havia pouco mais que uma moça pudesse esperar no século XIX que um casamento. Se fosse sortuda, é claro, receberia um companheiro e teria ali, no mínimo, um amigo íntimo.
Catarina não se considerava uma mulher excepcional e nunca precisou ser. Desd...
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Gritos soavam pela grande propriedade. O som era acompanhado pelas botas pesadas do pai e sapatilhas encharcadas da filha.
As empregadas desviavam os olhos do patrão, fingindo não ver o braço avermelhado da garotinha preso em suas grandes mãos. Ele a conduzia para os corredores da esquerda, onde ficavam os quartos da família, com passos largos que ela lutava para acompanhar.
Antônio, atraído pelo alvoroço, colocou a cabeça para fora do quarto a tempo de ver o pai empurrar Catarina para o quarto e bater a porta atrás dela.
A voz fina e chorosa da garotinha não abafou, para ela, a gritaria do lado de fora.
— O que aconteceu? Diga-me você, Antônio, o que anda acontecendo?! — seu pai ralhou, provavelmente respondendo seu irmão preocupado.
Catarina não conseguia ouvir o que Antônio dizia, provavelmente falhando em apaziguar o pai.
— Estão avisados, vocês dois: se continuar a mimá-la e a incentivá-la a não se comportar como ela nasceu, uma garota, eu mesmo darei um fim para isso! Ela irá para casa da irmã de sua mãe e você só a verá novamente quando ela se casar!
Catarina funga ao som das botas do pai deixando o corredor.
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O cheiro de pão recém-assado nadou pelos corredores. Catarina manteve as mãos ocupadas, sovando massa fresca.
Suor escorria por sua têmpora, farinha sujava seu avental e cachos perdidos escapavam do penteado. O fogão a lenha mantinha a cozinha mais quente do que seria confortável para a primavera.
— Devo avisar ao Imperador que o café da manhã de sua corte está pronta? — uma voz dissimulada soou na porta da cozinha. Antônio fazia careta, olhando teatralmente todos os assados sobre a grande mesa de madeira.