CAPÍTULO 28

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Cascão

Eu tenho certeza de que cheirei maconha

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Eu tenho certeza de que cheirei maconha.

Beijei Magali Fernandes de Lima? O que deu em mim?! Bebi?

A aula de teatro acabou e eu estou na quadra com os meninos mas estou alheio a tudo. Só penso no que houve naquela aula.

O beijo de Magali é doce, calmo mas ao mesmo tempo gostoso, sua pegada é de arrepiar, se encosto os dedos em meus lábios ainda posso sentir seus lábios nos meus. Sua boca é maravilhosa.

Do contra: CASCÃO, SEU CORNO! - ouço o grito e pulo de susto.

Cascão: Tá moco, seu condenado?! Gritou por que?

Do contra: Te chamamos umas mil vezes e você aí com essa cara de cu!

Cascão: Do Contra - rosno baixo. - não me provoca.

Franja: E aquele beijo com a Fernandes?

Cascão: O que tem? - finjo demência por que sou bom nisso.

Titi: É sério? Deu pra ver faíscas saindo de vocês.

Cascão: Titi, vai caçar o que fazer! E não deu pra ver "faíscas" - faço aspas com a mão. - saindo de mim e da Magali.

Cebola: Putz, meu Deus!

Nimbus: Ele falou o nome dela...

Cascão: O que foi agora?! Sinceramente, vocês precisam de um psiquiatra com urgência.

Xaveco: quem precisa é você! Você nunca chama ela pelo nome, é sempre Fernandes, capeta com cara de princesa da disney ou mimadinha.

Cascão: É, mas ela tem nome. - Franja coloca a mão na minha testa e depois no meu pescoço.

Franja: Cascão, tem certeza que não tá bêbado?

Quem dera eu estivesse.

Cascão: Vão se ferrar, pode ser? - levanto e saio da quadra.

Sem paciência hoje.

Estava passando em frente a um dormitório feminino mas escuto vozes.

Denise: Magali Fernandes de Lima, que beijo foi aquele com o Marques? - me aproximo para ouvir melhor.

Magali: Que beijo? - ela faz como eu e finje demência.

Mônica: Não se faz de sonsa, sabe do que ela tá falando.

Magali: Vocês são chatas, hein.

Maria: Agora falando sério, que pegada, que pegada!

Carnem: Oh... cai entre nós? ARREPIEI IRMÃS! - mordo o lábio.

Dorinha: Si, a pegada dele é tão boa de sentir quanto é de olhar?

É claro!

Magali: Não interessa!

Marina: Ah, interessa e muito! Desembucha!

Magali: Sim, a pegada dele é boa. - elas soltam gritinhos e posso idealizar Fernandes vermelha. - calem a boca!

Carmem: Cuidado com essas almofadas, minha querida! Elas custam o único rim que a Denise tem!

Denise: ai o sofrimento.

Aninha: Sabia que é feio ouvir conversas alheias? - ouço o sussurro e me afasto da porta. - O que fazia aí? Elas falam de algo do seu interesse?

Cascão: é... do que você tá falando?

Aninha: Não se faça de bobo. Vem aqui. - ela senta em um banco que tinha no corredor e eu me sento ao seu lado. Ficamos em silêncio. - eu sempre soube que você e a Magali se gostavam mas não sabia que tanto ao ponto de se beijar.

Ela inicia.

Cascão: Pff, o que? Eu e a Magali não...

Aninha: Poupe-me dessa desculpa barata. Cascão, posso te chamar assim? - assinto. - você não viu o que a gente viu. Estavam saindo faíscas de vocês.

Ela repete o que Titi disse na quadra.

Cascão: Você... você trocou ideia com os caras?

Aninha: Como assim?

Cascão: eles disseram a mesma coisa.

Aninha: Viu? Vimos, a maioria naquele auditório se arrepiou só de ver o beijo. Vocês tem química.

Cascão: Ana, não viaja. - ela fica em silêncio.

Aninha: Cascão, eu posso ser indiscreta ao ponto de perguntar o que aconteceu? - arregalo os olhos.

Falar desse assunto ainda mexe comigo. Foi o dia que eu mais chorei em toda a minha vida..

Aninha: Olha, se não quiser contar eu...

Cascão: Vem comigo. - seguro sua mão e a puxo pelos corredores.

Aninha: Vai devagar, criatura! Eu sou baixinha. - continuo puxando ela pelo campus até chegarmos no jardim.

Paro atrás de uma árvore e me sento, ela senta ao meu lado e eu continuo olhando para frente.

Cascão: Ana, o que eu vou te contar aqui, eu nunca contei pra ninguém além dos caras, eu estou confiando em você porque preciso desabafar, mas se você vazar alguma coisa, sua vida nesse campus vai ser um inferno. - digo olhando para ela.

Aninha: Pode deixar, eu não vou falar nada. - procuro em seu rosto algum resquício de maldade ou falsidade, mas só encontro um olhar compreensivo, meigo, típico de alguém que vai te aconselhar e te dar colo caso você precise.

Por que Ana me passa tanta confiança?

Cascão: Então...

•••

RIVAIS, 𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚Where stories live. Discover now