Um Amor Para Chamar de Meu

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Caminhar em direção a escola é um saco.

Moro a 30 minutos do lugar, mas nunca fui atlética. E como sempre (adivinhe?) estou atrasada!

Que benção!!

Calculei o tempo exato na minha mente de quanto cada minuto iria precisar para chegar lá. A ansiedade não ajudando.

— Bora! Bora!! — Gritava a porteira do colégio.

Passei correndo, cheguei um minuto antes de me trancarem pra fora!

Continuei correndo até o bebedouro, enchi a garrafa de plástico, molhei o rosto e me molhei. Não era hora de fazer drama por ser um bebedouro compartilhado. No meu estado atual, nada é um drama.

Subi os degraus, mais ninguém no corredor. Me dirigi fatigada até a última sala a esquerda do segundo andar. Por graça divina, o professor que estreia as segundas é gente fina, caso contrário, teria sido mandada para a direção.

— Eeeeeee!!!! — A sala acompanhava o couro. — Olha a atrasiuda! — Me cumprimentou brincando, batendo de leve o canetão em minha testa, enquanto tentava passar por de trás dele e de sua mesa.

Ao que parece todos vieram hoje, desde rostos amigáveis a... não tão amigáveis assim. Os do fundão, os intelectuais, as maquiadas mesmo às sete da manhã, os dorminhocos, os otakus, a menina dos marca textos coloridos, os esportistas... Todos!

Todos os espaços preenchidos, exceto ela: minha gloriosa carteira na frente da sala. Olhei-a, e me espatifei nela. A satisfação de relaxar os músculos, após dez minutos correndo freneticamente, estampada no rosto.

— É muito ruim chegar assim, na moral! — Solto a reclamação, aliviada.

— Ao menos, agora somos camaradas de sais minerais estampados na camisa. — O professor Adam puxa a camisa e mostra a marcação típica do suor que já evaporou, e deixou, de fato, apenas os sais na roupa.

Isso me faz rir e alivia o desconforto.

Certo, aula de geopolítica, strogonoff para o almoço e hoje era um daqueles dias perfeito, do tipo que uma brisa passa exatamente no momento em que o Sol começa a esquentar demais. Sairia da escola e brincaria com meus irmãos ao chegar. Sorvete no freezer...

O dia estava prestes a começar, não poderia ser tão ruim assim!

🎯🃏🎯

Bufei para mim mesma quando o professor de educação física entrou em sala. Ele era legal claro, o problema era a matéria. Nunca me lembrava dos horários, então era uma decepção perceber que a aula seria com ele. Como sempre, todos os meninos começaram a se exaltar e perguntar: "É quadra, é?", "Já pode descer?".

— Pessoal, pessoal! — O professor tentava retomar a atenção, com dificuldade, obviamente — Tenho um anúncio a fazer: hoje vamos dividir a quadra com o segundo "D"!

Minha decepção se transformou em alegria!!!

E vaias foram ouvidas.

— Eu sei, eu sei. Fazer o quê? Eles estão sem professor. Mas nada de destratar seus coleguinhas. — Brincou apontando para os alunos agitados do fundão. — Podem descer! — Ele terminou de enxotar a cambada. Dessa vez, fui uma das primeiras a descer. Só não corri pois sabia que poderia ter alguém da direção monitorando lá em baixo.

Apelei para as passadas rápidas. Dessa vez quem queria chegar o mais rápido possível era eu! Precisava saber se o rosto dele estaria naquela multidão.

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⏰ Última atualização: Jun 14 ⏰

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