Capítulo 1

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OLIVIA POV

Meu nome é Olívia Ferrari, tenho 18 anos. Desde pequena sempre senti que nunca consegui me encaixar de fato em algum lugar.
Apesar de ter amigos, nunca me enturmei o suficiente, sempre sentia que de alguma forma eu era a pessoa que sempre ficava de fora.
Até fui uma pessoa muito sociável, mas tudo mudou quando entrou a pandemia em 2020, quando minha mãe faleceu, creio que era ela a única pessoa que de fato me entendia e por isso acabei me fechando.
Mesmo depois disso, enquanto meus amigos se preocupavam com saídas, festas, garotos, vestibular, a minha felicidade e paz era passar os fins de semana vendo filmes, séries e vivendo no meu próprio mundinho.

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Eu estava no meu quarto arrumando as minhas coisas para doar quando encontro um caderno no canto do armário.
- Merda- Sussurro ao ver o conteúdo que tem dentro e as anotações.

Vejo lembranças de quando eu era muito fã de Javon Walton e de sua família, ele era um garoto que tinha feito uma série famosa chamada "Euphoria" e eu havia visto durante a pandemia, acabara pesquisando sobre ele e virando muito fã dele e de sua família, sempre acompanhava tudo, mas por conta das responsabilidades do dia a dia, e toda pressão que envolvia minha rotina, havia optado por afastar das redes sociais e de combo, também de ser muito fã deles.
Folheio um pouco o caderno com as fotos dele coladas e impressas e solto um sorriso bobo, mas jogo o caderno de volta no fundo do armário.

- Se concentre Olívia - Falo me auto repreendendo e voltando a organizar o quarto.
Pego as roupas espalhadas pelo chão e as coloco no cabide e me jogo na cama, olhando para o teto cansada.
A verdade tive uma rotina muito pesada, e depois que minha mãe faleceu, eu decidi "acordar para vida" e comecei a me auto cobrar mais e decidi que deixaria de lado tudo oque me afastasse de meus objetivos. Eu só Estudava na parte da manhã e trabalhava a parte da tarde na empresa de meu pai, larguei mão de tudo que considerava coisas bobas de "adolescente", a única coisa que me importava era fazer com que meu futuro desce certo.
Talvez eu tenha descontado a falta de minha mãe em auto produtividade, sei que isso não me faria bem, mas era isso que mantinha o mínimo de sanidade mental que restasse em mim intacto.
Meu pai entra no quarto e me olha esparramada na cama.

-Filha? - Olha o homem de cabelos grisalhos com uma expressão risonha- Está fazendo oque?

- Oi papai - Olho em direção a ele - Só estava aproveitando que é fim de semana e organizando as coisas.

- Você poderia aproveitar mais o fim de semana e sair com seus amigos - Suspira o homem.

- Eu sei.... - falo me sentando na cama e observando a expressão dele de que está me escondendo algo... - Aconteceu alguma coisa?

- Bem na verdade eu queria falar com você.... - Diz ele formando um sorrisinho nos lábios, mas consigo perceber sua preocupação - Conversei com Ângela, e eu e ela decidimos que seria legal se viajássemos todos juntos.

Ângela... Angela era a namorada do meu pai, depois que minha mãe faleceu ele começara a namorar com ela, fiquei muito feliz por ele, pois ele sofreu muito com a morte de minha mãe, mas esse passeio em "família"? Não sei se daria certo, pois ela tem 3 filhas e não acho que nossas ideias de diversão batam muito....

- Sério pai? para onde? - Tento não mostrar meu leve incômodo.

- Bahamas... - Diz ele feliz esperando minha reação.

- B-a-a-hamas?- Falo assustada.

- Sim.... - diz ele um pouco preocupado com minha reação.

- Meu Deus... - pulo tentando mostrar animação para meu pai e deixá-lo feliz.

- Então você gostou? - Pergunta ele animado se aproximando e me puxando animada para um abraço.

- Claro - digo retribuindo o abraço do meu pai - Sempre sou muito feliz por tudo oque você faz por mim....

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Não me levem a mal... Não quero parecer ingrata, não estou hora nenhuma dizendo que viajar para Bahamas seria uma má ideia... porque na verdade parece um sonho, eu apenas... não acostumei com essa ideia de "nova família" e não sei até onde essa convivência próxima irá nos levar.
Meu pai não é casado com Ângela, e ela e sua família me tratam bem.... mas ainda é muito estranho sentir a perda de minha mãe.
Depois que minha mãe faleceu, não tive um bom contato com minha família por parte dela e também sinto que não é como se a família dela se interessasse de fato pela minha vida... mas de qualquer forma, ver a felicidade de meu pai é prioridade na minha vida, então eu aceitei.

SUMMER LOVEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora