Alguns dias se passaram desde que eu realmente aprendi a conviver nessa casa. Há cerca de uma semana Erick viajou e desde então a casa tem retomado a sua paz. Aos poucos aprendi como funcionava a dinâmica entre os funcionários e percebi o quanto cada um é individualista. Não há uma espécie de equipe, cada um fica centrado no seu trabalho e pronto.
Cumprimentamo-nos e cada um faz a sua parte, nada de muita proximidade e eu até prefiro isso, quero evitar problemas então apenas trocamos poucas palavras. Nos dias em que Erick está aqui ele geralmente fica trancado no escritório e apenas o vemos na hora das refeições e graças aos céus têm ocorrido de maneira tranquila.
Acabei criando uma rotina muito boa e também recebi o meu primeiro salário. Alguns meses atrás eu prestei vestibular e consegui setenta por cento de desconto em uma área que gosto muito e pretendo dar o meu máximo para concluir essa faculdade e conseguir um bom emprego.
Iniciei as aulas a cerca de duas semanas e confesso que ainda estou sentindo dificuldade em conciliar tudo. Passo a madrugada estudando e sempre consigo adiantar algumas coisas durante o meu horário de almoço e de intervalos.
Hoje é enfim a sexta-feira e os professores resolveram dar uma trégua e diminuir os trabalhos extras que sempre mandam. Como saio todos os dias a noite para a faculdade tive que entregar toda a documentação para comprovar onde tenho que ir, sim, essa é mais uma das regras do meu emprego e como moro lá tudo tem que ser informado.
- Malu em que área você quer atuar?
Perguntou Melissa uma colega da faculdade. Ela senta próximo de mim e acabamos conversado coisas aleatórias enquanto caminhávamos em direção a uma lanchonete próxima da faculdade.
Malu: - Melissa eu gosto da área trabalhista, acho que serei feliz defendendo trabalhadores. - falei confiante.
Melissa: - Eu ainda estou em dúvida, gosto da área criminal, mas tenho medo de envolver a minha família e acabar colocando-nos em perigo. Suspirou triste.
- É verdade, fica bem complicado. Claro que tudo depende do tamanho da causa que você se envolver. - tentei encorajá-la.
Melissa é uma mulher muito bonita é filha de um operário de maquinas e uma professora que sempre fizeram de tudo para que a filha pudesse cursar a faculdade que quisesse. Melissa assim como eu também era bolsista e isso nos aproximou muito mais já que a maioria dos outros estudantes vinha de berços de ouro.
- Enfim chegamos! - falei ao entrarmos em na lanchonete que fica em frente à faculdade. Começamos a fazer os nossos pedidos mas antes que pudéssemos concluir senti quando braços rodearam os meus ombros.
- Quem são essas gatas? - pergunta Ted que também estuda com a gente.
A noite foi bem divertida, consegui ri bastante com as tolices de ted e melissa. Aos poucos eu estava me encaixando e criando uma rotina boa que fazia parte do meu processo e dia após dia eu me sentia mais próxima do meu sonho. Saí da lanchonete exatamente no mesmo horário que saia da faculdade, pois, teria que chegar à mansão no mesmo horário de sempre.
Cheguei na casa e cumprimentei os seguranças na guarita, eu caminhava quase vinte minutos do ponto de ônibus ate a casa e fazer isso com uma garrafa de água seca não era tão bom então me atrevi a ir na cozinha da casa buscar um pouco de água.
Eu estava com a garrafa quase cheia quando percebi uma sobra próximo de mim, um xingamento saio da minha boca enquanto soltei a garrafa nervosa que caio no chão se espatifando e molhando os meus pés.
- Puta que partiu!- gritei com a mão no peito.
Erick: - Mais respeito com a minha casa, senhorita vilela.
Assim que escutei aquela voz o medo foi suavizando e rapidamente retornou quando percebi que mais uma vez eu era repreendida por ele. A sua voz soava um pouco divertida e ser pega fazendo algo errado me deixou completamente envergonhada.
Malu: - Me desculpe senhor, apenas me assustei. - falei tentando parecer tranquila.
Ele não me gritou ou reclamou das minhas atitudes, apenas sorriu e eu não estava preparada para essa atitude dele que começou a se aproximar de mim, quando estava bem próximo ele se abaixou tão perto de mim e eu não quis olhar pra baixo e ter a visão dele dessa forma.
Erick: Aqui está a sua garrafa. – Falou me entregando o que sobrou da minha garrafa.
Erick: Vá dormir Malu. – ordenou próximo demais do meu rosto e eu apenas fiquei encarando os seus olhos.
Malu: Obrigada. – falei sussurrando como uma garotinha assustada.
Ele não me respondeu e enquanto eu seguia o encarando sem conseguir me mover ele apenas se virou e saiu andando me deixando completamente envergonhada e confusa não só com as suas palavras como também com a sua atitude.
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Doméstica
Storie d'amoreMalu foi criada por um família humilde do interior, apesar disso, sempre valorizou e aproveitou a sua liberdade. Tem uma tia que mora na capital,então, aos 20 anos decide mudar o rumo de sua vida e vai em busca de um emprego na cidade grande. Com a...