Anna Lídia Assim que botei meus pés no Rio senti uma sensação estranha, ruim, uma aperto no peito. Lucca não me respondia, não me atendia, eu tava ficando maluca por não ter notícias dele desde que eu embarquei em São Paulo, alguma coisa não tá certa. Assim que adentro no prédio dele dou de cara com o Vicente, meu porteiro favorito da vida, ele é gentil e educado.
-Boa noite, Vicente, como vai ?- Digo sorrindo gentilmente -Boa noite, bem- Esse não é o mesmo Vicente da semana passada, ele não deu um sorriso se quer
Pego minha mala e vou em direção ao elevador com um único pensamento, o Vicente não sorriu pra mim. Sou atormentada por esse pensamento durante todo o trajeto do elevador até o andar do Lucca. Vicente é meu porteiro desde que eu e o Lucca viemos morar aqui no Rio, ele sempre sorri e conversa comigo, mas, hoje, simplesmente abriu a porta com uma expressão indiferente. Não disse nem um Oi, senhorita anna, como foi a viagem?. Mas quem sou eu pra julgar, afinal todos nós temos dias ruins. Decidi vim pro Rio um dia antes do que eu disse pro Lucca, então ele acha que eu ainda estou em São Paulo trabalhando, agora são 19:00 da noite ele geralmente chega às 20:00, então tenho bastante tempo pra preparar uma surpresa pra ele, quero fazer um jantar, temos andado tão ocupado com o planejamento do nosso casamento que já fazem semanas que não comemos algo caseiro e juntos na mesma mesa. Assim que saio do elevador me deparo com um homem sentando em frente a porta da minha casa, ele não é um desconhecido, eu lembro dele de algum lugar mas não lembro de onde, ele se levanta e dá três passos a minha direção, então para e olha para a porta e fica andando de um lado pro outro, encarando a porta do apartamento, sei que não é amigo do Lucca pois eu o reconheceria se fosse. Procuro minha chave na bolsa e tento fazer o mínimo contato visual possível com ele até que ele abre a boca pela primeira vez
-Vas a entrar ahí?-ok ele não é brasileiro, esse sotaque arrastado do espanhol me fez arrepiar dos pés a cabeça, não esperava isso agora. -Meu noivo mora aqui. Ele está aí dentro-minto o Lucca só chega às 20:00 -Si, ele está mismo aí dentro- ele cerra o punho e bate na parede ao lado da porta- Está ahí dentro fodendo a mi novia- Ele só pode ter errado de apartamento, Lucca nunca faria isso comigo, eu sou o amor da vida dele, ele não seria capaz -Apartamento errado- digo a ele, torcendo que ele vá embora sem discussão -Tengo certeza que estoy en el apartamento cierto, su novio tiene un Volvo azul?- Ok, ele está perseguindo o Lucca ? Minha boca seca, um copo de água cairia bem agora - Él tiene más o menos 1,80? Cabelo castanho y usa una jaqueta demasiado grande ?- Pressiono minha unhas na minha mão - Su novio trabaja para la agencia de modelos del Carlo Moreira ?- Ele não só trabalha pra ele como ele também é seu pai, como ele sabe tanto assim do Lucca ? -Mi novia trabaja con él- revela olhando para a porta do apartamento com odio, seus pulsos estão cerrados, seu maxilar travado- Mas do que trabajar pelo visto -Lucca nunca...- Sou interrompida por aquilo. A foda. Ouço o nome do Lucca em um leve susurro, o quarto do Lucca fica distante da porta, o que significa que, seja quem for, ela não está sendo muito discreta. Está gritando o nome dele. Enquanto ele fode com ela. Me afasto da porta, a realidade do que está acontecendo na minha casa, na nossa casa me deixa enjoada. Todo o meu mundo fica incerto, meu presente, meu passado, meu futuro, tudo saiu do controle. O homem segura meu braço e me abraça. -Usted está bien?- Ele me apoia contra a parede.- Me desculpe, yo no deveria ter jugado todas las cosas así en su cara- Abro a boca mais não consigo dizer nada, estou em choque -Você... tem certeza ? Talvez esse barulho não venha daí, talvez esteja vindo do apartamento do lado- Tendo me convencer que isso tudo não passa de um mal entendido - Que engraçado, su vecino tiene el mismo nombre que su novio ?- É uma pergunta sarcástica, mas consigo vê o arrependimento dele nos seus olhos. É legal da parte dele sentir pena de mim quando está ocupado demais com sua própria dor.- Yo segui los dos, están juntos ahí dentro, su namorado e mi novia -Noiva- corrijo -Él está esperando usted? -Era uma surpresa, estava em São Paulo trabalhando- Mais um grito abafado sai pela porta, o rapaz ao meu lado se encolhe e tampa seus ouvidos, tampo os meus também. Ficamos assim por um tempo. -Acho que acabou-digo dois minutos depois- Será que deveríamos abrir a porta? Confrontar os dois ? -No puedo, necessito me acalmar.- Ele parece bem calmo na verdade, qualquer homem no lugar dele já teria entrado aí dentro e feito loucuras.
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Buenooo Galera!!! Primeiramente desculpa a demora, capítulo grande pra vocês sentirem um gostinho de tudo que tem por vim no próximo capítulo ainda, assim que bater a meta de 25 comentários eu volto, espero que gostem 🦅!
