FAILURE | GOJOU SATORU

06 | Usa-me

GOJOU SATORU

Depois de alguns minutos no volante, finalmente havia chegado no aeroporto. Estava literalmente na hora exata.

Estava esperando Suguru na ala de desembarque; o mesmo havia sido convocado para uma missão no exterior há algumas semanas atrás; a demora para sua vinda para casa se prolongou por conta que algumas maldições que apareceram posteriormente.

Ao mesmo tempo que sentia sua falta, estava ansioso para poder contar tudo que havia acontecido no curto período de tempo que ele havia passado fora.

Queria contar sobre ela e sobre os meninos e o como eles estão evoluindo tão rapidamente.

Do longe reconheci os fios negros da rapunzel; acenei para ele que logo veio sorrindo em minha direção.

— Iai. Como foi a viagem? — Sorri levemente.

— Nada demais, e você? Aposto que aprontou bastante coisa por aí.

O olhei de relance e comecei a andar até a saída do aeroporto. Suguru me seguia sem dizer nada. Assim que entrei no carro desabei no volante enquanto Suguru me olhava com cara de paisagem.

— Tem uma nova feiticeira. Se lembra daquele experimento de anos atrás para poder criar um humano que controle suas emoções? — Indaguei mantendo minha cabeça no volante.

O homem riu anassalado e seu olhar continuava firme em mim.

— Ela surgiu do mortos?

Suspirei levantando a cabeça dando partida com o carro.

— Bingo! Mas sabe qual é o pior? Ela é estranhamente interessante! Tem um jeito cabocado de menina de interior e ela é forte e inteligente. E nossa como ela é linda! — Suspirei lembrando de seus detalhes tendo cuidado  no volante. — E outra! Ela é tão meiga e carismática, onde ela chega o lugar se ilumina.

Suguru deu uma alta gargalhada me fazendo estranhar.

— Você só quer levar ela para cama ou tá apaixonado por ela?

— Tá de caô, né, Suguru? Eu? Apaixonado? Até parece. — Ri sem humor.

Ele me olhou por alguns segundos até finalmente falar novamente.

— Então posso ficar com ela?

A pergunta foi tão repentina que me fez freiar o carro na hora. O olhei por alguns segundos tentando analisar se suas palavras eram verdadeiras ou não.

O homem me olhou assustado e com seus cabelos um pouco bagunçados agora.

— Por que caralhos você freiou assim? — Bradou exaltado.

— Por que fez essa pergunta do nada? E não! Óbvio que não. Ela é minha! — Apontei o dedo em sua cara logo dando partida de novo.

— Tô sem acreditar que logo você tá apaixonado. — Riu.

— Eu não tô apaixonado, a gente só vai ficar e é isso. Não tem nada demais acontecendo, e eu não tô apaixonado.

— Cara você tá se escutando? "Onde ela chega o lugar se ilumina". — Me imitou fazendo aspas. — Você nunca falou assim por nenhuma garota. Ela ao menos gosta de você?

Parei uns segundos raciocinando a pergunta.

— Eu fui no dormitório dela bêbado ontem e ela não me expulsou. Ah! Ela também me ajudou quando tive medo de uma aranha e ficou com uma barreira ao redor da gente a noite toda e também fez café... e a gente se beijou também. — Disse rapidamente já esperando alguma resposta seca da rapunzel.