CINQUENTA E QUATRO

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— Se você não tem amor próprio, eu tenho, tá?— digo e ele finge joga pro lado um cabelo que nem existe.

— Amiga, sério mesmo, o que ele fez?

— Sim, eu ia fazer essa pergunta agora, o que ele fez?— a Lavínia repete a pergunta do Igor.

— Ele me levou pra São Paulo, curtimos alguns show juntos, fomos pro Guarujá, conheci os pais dele e... E aí ele disse que tudo tinha que terminar porque estava confuso— conto a verdade e observo os dois de boca aberta.

— Confuso com exatamente o que?— o Lucas pergunta.

— Com o que tava sentindo por mim, ele teve um relacionamento mega conturbado e parece que ficou traumatizado.

— Ah sim, com a irmã do Neymar, eu sei porque pesquisei e eles realmente eram um casal ioiô, mas... Faz  um tempo que já acabou de vez, mas é justificável ele estar com medo de se envolver novamente porque quando a gente tem algum relacionamento traumatizante parece que todos os outros vão ser iguais.

— Nossa, cê falou bonito agora— a Lavínia diz.

— Eu mando bem sempre.

— Mas assim, ele deu um pé na bunda da Lara, da LARA, o que esse cara tem na cabeça?

— Cifres— o Igor diz— aproveita que o natal tá chegando e se junta a ele, Larinha, vocês juntos podem decorar as galhas que tem na cabeça.

Eu juro que não queria rir, mas fica praticamente impossível depois dessa.

— Cês são otários demais, cara.

— Mas o lance é, ele tentou entrar em contato com você depois que tudo aconteceu?— a Lavínia pergunta.

— Muitas vezes e eu ignorei.

— Você gosta dele?

— Gosto, mas tô com ódio.

— Sente saudades?

Porra, mais do que deveria sentir.

— Sim.

— Então, caralho, vocês são dois adultos, você também é confusa, assim como ele, dá uma oportunidade pra ele falar.

— Ela tem razão, Lara— o Igor diz— dá uma chance pra ele falar tudo que sente, colocar pra fora todos os sentimentos e pergunta o que realmente sente por você.

— E se ele não sentir nada?

— Se ele não sentisse nada não estaria tentando entrar em contato contigo.

— Mas... Cacete, é complicado— me deito— eu gosto dele mas sinto que se a gente voltar a ficar, a qualquer momento ele pode me dar um pé na bunda de novo.

— Aí você também dá um pé na bundona dele, gata— ele diz— tá cheio de homem bonito e gostoso por Arraial, ok que ele é inesquecível, mas você supera.

— E tem mulheres também— a Lavínia diz.

— Para de tentar puxar a Lara pra esse mundo xerecudo, ela sabe que o que é bom começa com a letra P.

— E o que mais dá dor de cabeça também, olha eu aqui, não sofro por ninguém.

— Você que faz as pessoas sofrerem, bicha má.

— Vou fazer o que se sou incrível e gostosa?

— Ok, vocês tem razão— me sento novamente.

— Em que exatamente?

— De dar uma chance pra ele explicar tudo, Igor.

— Isso aí, mas primeiro transa porque pode ser a última vez dependendo do rumo que a conversa tomar.

𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Where stories live. Discover now