{O Bolo}

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Não era novidade para ninguém daquela casa o quanto Nikolai queria acabar com a vida de Dostoiévski, mesmo que o albino demore muito com isso. Gogol havia um motivo para querer a morte de seu melhor "amigo". Fyodor o acorrenta com o sentimentos e para se livrar desses sentimentos precisa mata-lo.

Liberdade é algo que se conquista, e para Nikolai matar o russo com suas próprias mãos é sua maior conquista, essa que nunca consegue executar por sentimentos inúteis que preenchem seu coração que até então era fazio.

- Vai colocar veneno nesse bolo de novo? Sabe que ele só precisa vomitar pra se livrar do efeito - comenta Sigma, um dos "subordinados" de Dostoiévski enquanto observa Gogol fazendo uma masa de bolo

- Eu sei! - diz o albino dando um sorriso bobo

- E mesmo assim vai colocar veneno?- questiona o bicolar percebendo a idiotice do palhaço

- Sim- responde despejando a masa de bolo na forma untada

- Você é realmente burro - diz Sigma levando as mãos ao rosto indignado com a burrice do Gogol

- Ei, você me mágoa com essas palavras - diz fazendo um leve drama com a fala do bicolor

- Eu desisto, você é uma mula mesmo - diz se virando e saindo da cozinha deixando o albino sozinho.

Sigma realmente não consegue entender aquele idiota. Gogol é apaixonado por Fyodor e todos sabem, então em vez de conquistar o coração de pedra do Dostoiévski por que simplesmente fica tentando mata-lo? Prefere sofrer do que ser amado? Realmente algo tolo.

- Não sabia que Fyodor lhe deu a liberdade de vim aqui quando quiser - diz uma voz mais velha se fazendo presente no corredor.

O bicolor se vira para trás vendo Fukuchi parado lhe observando. O homem mais velho realmente é um ótimo exemplo de alguém que não gosta das coisas que não são feitas de sua maneira.

- Na verdade estou morando aqui - responde num tom educado e respeitoso ao homem mais velho

- Repugnante - diz o mais velho se virando e saindo do local.

- Será que ele esquece que Dostoiévski manda aqui?- questiona Sigma pra si mesmo.

O bicolor apenas volta a andar não dando a mínima para o pequeno diálogo que teve anteriormente. Afinal tem que voltar ao seu cassino para trabalhar.

Enquanto isso, Nikolai está observando o bolo sendo assado no forno, realmente adorava essa parte de cozinha, bom depois de poder comer o bolo é claro.

- Gogol, meu caro, por que bagunçou toda a cozinha?- diz um voz educada e irritado ao mesmo tempo.

O albino olha pada entrada da cozinha vendo Ivan parado com um sorriso forçado no rosto, escondendo sua raiva pela bagunça feita por Nikol.

- Desculpa, eu tava fazendo um bolo para Dos-kun - se explica enquanto coça a nuca meio sem graça por ter sido pego

- Ah sim, um bolo - diz meio enciumado com isso.

- Isso - dix dando um sorriso animadamente enquanto se levanta ficando em pé de frente ao forno

- Entendo, mas duvido que o senhor Dostoiévski vai comer um bolo feito de alguém que diz que vai mata-lo - diz o de cabelos pratas se aproximando do palhaço

- Bom, ele sempre come os bolos que eu faço, então acho que esse não será diferente - diz rindo fraco com isso.

Dostoiévski não era burro, sabia que tinha veneno no bolo, mas mesmo assim fazia questão de se esforçar para comer pelo menos um pedaço de bolo que Gogol havia feito. Claro que como consequência passava o resto do dia vomitando e meio fraco pelo veneno. Nikolai sabia disso, mas as vezes não entende o por que de Fyodor não negar os bolos.

- Ah, realmente essa melação de vocês me dá ânsia - comenta Goncharofu começando a arrumar a bagunça feita por Gogol

- Por que diz isso, Fyodor é só meu melhor amigo e eu prometi a ele que iria mata-lo, é simples - diz dando de ombros com esse assunto

- Amigos, sei- diz ainda com leve ciúmes com esse assunto, afinal é seu mestre que estão falando.

- Sim, somos amigos, agora dei-me licença para mim fazer a cobertura do bolo - diz evitando de continuar com esse assunto indo pegar os ingredientes para fazer a cobertura do bolo.

- Tá bom - diz o de cabelos pratas, e em seguida o mesmo saí da cozinha indo para qualquer outro lugar daquele lugar.

Nikolai percebendo a falta da presença de Ivan, e com o silêncio sendo algo que detesta, começa a cantarolar uma música qualquer que vem a sua mente.

Gogol começa a fazer a cobertura enquanto a massa do bolo é assada. O cheiro do local está muito bom, realmente cozinhar doces é com sigo mesmo. Nikolai abre um pequeno portal e passa a chaleira cheia de água até o fogão o acendendo em seguida.

Talvez preparar um chá ajude a esconder o gosto do veneno na massa do bolo, mas pra que esconder algo que Dostoiévski já esperava que está lá? Nem Gogol sabe exatamente. Apenas quer acabar com esses sentimentos, e com isso precisa se livrar de Fyodor para finalmente ser livre.

Não demora muito para o bolo e o chá ficarem prontos. Gogol coloca o bolo e o bule de chá sobre uma bandeja de prata e em seguida saí da cozinha caminhando até o escritório onde Dostoiévski com certeza está.

Nikolai para na porta de madeira escura, com cuidado abre um portal pra conseguir abrir a porta e adentrar o local e como esperado o russo de cabelos negros e olhos violetas se encontra ali.

- Trouxe bolo!- diz Nikolai animadamente se aproximando da mesa coberta com papéis e livros - E chá também - diz colocando a bandeja sobre um espaço vazio na mesa.

- Hm - resmunga o moreno não levando sua atenção ao albino, pois está muito ocupado.

- Não vai comer?- questiona Nikolai percebendo a falta de interesse vindo do russo

- No momento não - responde Fyodor digitando algo em seu computador

- Poxa, eu fiz com tanto carinho - diz fazendo um bico com os lábios, sentindo um leve aperto no peito, como odeia esses sentimentos

- Então não fizesse, não perca tempo fazendo bolos claramente invenenados - diz o russo friamente enquanto pega um papel em meio a vários

- Poxa Dos-kun, assim você me mágoa - diz realmente sentindo uma pontata no peito pelas palavras rudes do russo.

- É sério Nikolai, eu preciso trabalhar, então peço que se retire - diz tentando não parecer rude enquanto se concentra no que está fazendo

- Ah, certo- diz o albino sentindo as palavras ficarem pressas em sua garganta enquanto sua voz soa trêmula

Gogol sai do local, e sente lágrimas se acumularem em seus olhos, por que se sente assim? Tão magoada com tudo isso? Fyodor não tem culpa do albino ter se apaixonado por si, mas o culpa por se sentir assim. Acorrentado por esses sentimentos inúteis que lhe faz ser humano.

[Continua?]

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